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Conheça a história de mulheres com cargos de liderança na indústria do alumínio

Gestoras relatam desafios e oportunidades na atuação dentro do segmento

Enfrentar preconceitos, ser minoria em cursos como os de engenharia nas universidades e conciliar carreira e vida pessoal são alguns dos desafios que as profissionais que atuam no setor do alumínio enfrentam.

No entanto, é consenso entre as entrevistadas pelo portal Revista Alumínio que as companhias nas quais trabalham hoje têm proporcionado um ambiente acolhedor e igualitário, a partir da valorização e apoio para o desenvolvimento como líder.

Acompanhe abaixo a história dessas mulheres:

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Ana Paula Bittencourt, diretora de Operações Brasil da Alubar
Ana Paula é a primeira mulher a ocupar um cargo de diretoria na Alubar, sendo responsável pelas áreas operacionais das fábricas de Barcarena (PA) e Montenegro (RS) desde agosto deste ano. Aos 43 anos, a profissional é formada em ciências contábeis, possui pós-graduação em auditoria, contabilidade e gestão tributária, e também em personal & profissional coach.

“É uma grande honra ser escolhida dentre muitos profissionais competentes que existem na Alubar. Essa grata surpresa fortalece em mim valores e propósitos, assim como confirmou que os momentos mais desafiadores são os que mais nos desenvolvem, nos amadurecem e ainda possibilitam que estejamos fora da zona de conforto, para o nosso próprio crescimento e superação”, testemunha.

Na visão da profissional, uma empresa precisa estar sustentada no tripé “justiça, bom senso e respeito”, para que a igualdade não fique apenas no discurso e na teoria. Por outro lado, o crescimento está ligado à preparação.

“Qualquer que seja o objetivo na carreira é preciso estar preparada para os desafios, aliando técnica à inteligência emocional. As pessoas devem estar envolvidas com os processos, tendo como pontos-chave o respeito e a reciprocidade. Dessa forma, temos a garantia de um bom clima organizacional e excelentes resultados”, destaca Ana Paula.

Beatriz Sobreira, gerente sênior de Vendas da Novelis do Brasil
Mãe de dois filhos, Beatriz começou a carreira como estagiária, aos 18 anos, na área de comércio exterior já no setor de metais.

“Foram vários anos de muito aprendizado e desenvolvimento pessoal. Durante esse tempo, eu mantive claro o meu objetivo de me tornar líder e fazer a diferença inspirando pessoas”, conta.

Na Novelis, a profissional encontrou o apoio necessário para desenvolver uma área de vendas em um grande segmento do mercado industrial, intensificar seu processo de liderança e protagonizar as mudanças no setor que anteriormente era um ambiente predominantemente masculino.

“Com menos de oito meses na companhia, tive a oportunidade de concorrer a uma vaga para gerência. Me inscrevi no processo e fui escolhida. Desde então, vivo diariamente o processo de gestão dos negócios na área comercial e gestão de pessoas, liderando um time vencedor”, relata.

Na visão de Beatriz, o segredo foi sempre manter pensamentos positivos sobre a carreira, pois, por meio deles, nasceram grandes realizações. Durante todos os anos de trabalho, ela buscou ser reconhecida pelo foco, determinação e energia.

“Um ponto importante é fazer das adversidades novas possibilidades de superação. Reconhecer as minhas falhas me faz aprender cada vez mais, me preparar e me fortalecer para novos desafios. É importante promovermos a liderança feminina. Ter exemplos inspiradores é fundamental para que as mulheres ocupem cada vez mais esse papel e que esse número se multiplique”, ressalta. 

De acordo com a gestora, a Novelis, além de oferecer ferramentas para o crescimento profissional, sempre a apoiou nessa jornada.

“Durante esses anos, tive a possibilidade de estabelecer e estruturar minha família. Pude contar com o apoio da organização que me deixou sempre confortável e segura para essas grandes realizações pessoais”, destaca. 

Claudia Canto, gerente de Administração de Pessoas da MRN
Nascida em Oriximiná (PA), a gerente de 51 anos é formada em administração e ingressou na empresa em 1993, como assistente Administrativa, para trabalhar na área operacional da usina de geração de energia. Em 2000, a profissional passou a atuar como analista de Pessoal Pleno na área de recursos humanos e, em 2007, foi promovida a analista de Administração de Pessoas sênior até alcançar a posição atual.

“Nesses 30 anos em Porto Trombetas, construí uma linda família [é casada e tem duas filhas], grandes amigos e, o mais importante, conquistei meu espaço. Não foi fácil, precisei superar muitos obstáculos, todos com muita perseverança e ajuda de grandes amigos e, principalmente, da minha família e em especial meu esposo. Posso afirmar que sou feliz por todas as minhas conquistas”, comenta.

Para Cláudia, a MRN foi uma grande escola para sua vida pessoal e profissional.

“Ao longo dos anos, busquei preparar-me para as oportunidades de crescimento e desenvolvimento, e sou grata pelo reconhecimento dos meus gestores e pelos ensinamentos, sem deixar de mencionar meu time de trabalho que é a base para vencermos todos os desafios diários de uma área que cuida das pessoas.”

Heloísa Ruggeri, gerente de Desenvolvimento de Mina na Alcoa Brasil
A profissional trabalha desde 1994 no setor de mineração e há cinco anos no mercado do alumínio.

“Comecei a carreira como engenheira de Planejamento de Lavra. Dava plantão nos finais de semana e era muito difícil ouvir uma voz feminina no ambiente de trabalho. Era solteira, mas não me sentia desrespeitada. Posso dizer que cheguei tão longe quanto os homens com o mesmo tempo de carreira? Não. Realmente é preciso um esforço adicional. Mas existe um movimento de entrar na vitimização que não aceito”, acrescenta.

A gestora, hoje com 50 anos, lembra que foi convidada para assumir o cargo de liderança um ano após ter tido filhos — ela é mãe de trigêmeos.

“De certa forma, a maternidade ajudou. Ser mãe de três filhos da mesma gestação, que se portam de uma forma diferente em situações idênticas, aguçou a minha sensibilidade. O que faz a diferença no trabalho são as pessoas, não importa se a experiência delas é a mesma. Cada um vai ter uma reação em menor ou maior grau de acordo com a situação”, declara.

Hoje Heloísa se sente acolhida e respeitada no trabalho. E dá a dica: o primeiro passo para lidar com o preconceito é falar sobre ele.

“A abertura que vem ocorrendo ao longo dos últimos anos mostra que as diferenças são favoráveis e agregam valor para as empresas. O fato de você ser respeitada pelo que é e poder ser ouvida e considerada é muito enriquecedor.”

Márcia Ribeiro, gerente de Automação da Alunorte
Márcia trabalha há 16 anos na refinaria Alunorte (PA). Em 2017, tornou-se gerente de Automação. Formada em engenharia elétrica, a executiva é mestre em controle e automação pela Universidade Federal do Pará (UFPA).

“Conheci a cadeia do alumínio no mestrado, pois o programa contava com o apoio da Albras. Fiz um ano de doutorado, mas decidi sair da academia e colocar a mão na massa. Participei da seleção para engenheira júnior na Alunorte e me apaixonei pela indústria. Havia cinco engenheiros na equipe e apenas eu como mulher”, conta.

Márcia tem 44 anos, é casada e tem uma filha. Na sua carreira sempre precisou mostrar que era mais capaz que os colegas homens para ser tratada como igual.

“Nunca sofri assédio por questão de gênero, mas cobranças existiam em todo momento. Na verdade, isso vem desde a graduação, porque escolhi um curso essencialmente masculino. De alguma forma, essa situação me desafiou profissionalmente”, relata.

Para lidar com a situação, Márcia buscou ser assertiva e discutir tecnicamente as soluções para área, independentemente de ser mulher ou a líder da equipe.

“Hoje percebo que os homens ainda se sentem intimidados em me procurar, apesar de a porta estar aberta a qualquer pessoa. E, por outro lado, as 3 engenheiras da equipe atual de 15 profissionais observam a minha conquista como algo peculiar e um estímulo para também chegarem a outros níveis na carreira”, relembra.

Roseli Milagres, diretora de Supply Chain da CBA
Formada em engenheira de produção, saiu de Barbacena (MG), aos 17 anos, para estudar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A gestora iniciou a carreira como trainee em uma multinacional americana. Aos 27, foi trabalhar nos Estados Unidos.

“Senti o peso de ser mulher e considerada negra, apesar de ser branca, por ser latino-americana. Tive de fazer um trabalho paralelo para fortalecer o meu emocional. No Brasil, sentia discriminação por ser mulher, mas lidei bem com isso. Nunca foi um limitante”, conta.

De volta ao Brasil, a profissional atuou em outras indústrias, casou-se e optou por estudar master in business administration (MBA) e voltar novamente para os Estados Unidos.

“Depois de 40 dias lá, descobri que estava grávida. Foi o maior desafio pessoal e profissional da minha vida. Tive uma gravidez feliz, estava plena, em um lugar maravilhoso. A dificuldade foi quando minha filha nasceu, precisava conciliar as aulas e os trabalhos em grupo, mas tive o apoio da família”, comenta.

Em 2012, Roseli ingressou na CBA como gerente geral. Era responsável pela área de S&OP – Planejamento de Vendas e Operações. Em seguida, foi convidada a atuar como gerente de Marketing Estratégico e depois como gerente geral de Supply Chain, setor em que foi promovida à diretora.

“Sempre transitei no meio masculino e isso nunca me impediu de progredir. É mais difícil? É. Mas devemos ter clareza dos nossos objetivos”, considera.

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