O setor de embalagens é o maior consumidor de alumínio do Brasil: o metal protege os produtos da umidade, oxigênio e raios UV (adobe.stock.com)

Novartis explica o uso e reciclagem do alumínio de suas embalagens

Engenheira ambiental do Grupo conta que o material reaproveitado é destinado para a fabricação de portas

Em 2019, a Novartis, multinacional do ramo farmacêutico, enviou 47 toneladas de blisters PVC ou PVDC (fabricados com alumínio e plástico) vazios, provenientes de ajustes de equipamento, além dos retalhos gerados pelo corte da embalagem, para a reciclagem. A cada tonelada reaproveitada, são fabricadas 80 portas por meio da Unicomper, empresa parceira especializada na transformação do material.

Em entrevista ao portal Revista Alumínio, Hellen Schmitt, engenheira Ambiental da fábrica de Cambé (PR) da Novartis, explicou que, no setor farmacêutico, o uso do alumínio na composição do blister, uma das principias embalagens do setor, aumenta a segurança, reduzindo o risco de falsificações. O metal é considerado uma barreira importante, pois impede a entrada de gases e umidade, conservando o princípio ativo de vários medicamentos. O material também permite a reciclagem no lugar do descarte.

 Acompanhe a entrevista na íntegra:

Que tipo de embalagem para medicamentos utiliza o alumínio na composição?
Hellen Schmitt – No Brasil, a embalagem mais utilizada é o blister, que pode ser composto de duas camadas de material à base de alumínio (chamado blister alumínio-alumínio ou Alu-Alu) ou uma camada de alumínio e outra de plástico (chamado blister PVC ou PVDC). Essa embalagem primária consiste em proteger o medicamento dentro das condições necessárias para o tempo de uso pretendido. O material é moldado com cavidades para a inserção do medicamento em formato de comprimido e selado com alumínio laminado. O resíduo aproveitado é formado por plástico (PVC ou PVDC) e alumínio, sendo em média 85% de plástico e 15% de alumínio.

Quais são os benefícios do metal nessas embalagens?
O alumínio possui uma boa resistência para o processo de emblistagem. Um blister do tipo Alu-Alu é utilizado para produtos com maior sensibilidade a degradação por oxidação ou por efeito da umidade, já que não permite uma troca gasosa com o ambiente externo. Já o blister alumínio-plástico possui uma permeabilidade que depende do tipo de plástico utilizado, porém, a face de alumínio garante uma proteção maior para o medicamento. Outra vantagem está relacionada ao aumento da segurança, já que reduz o risco de falsificações de medicamentos. 

Essas embalagens são produzidas pela Novartis ou adquiridas externamente?
O processo de embalagem dos medicamentos é realizado dentro da empresa, porém, todos os componentes utilizados são adquiridos de fornecedores externos. Fazemos avaliações de qualidade e cotação de preço antes de escolher os fornecedores. Trabalhamos com empresas especializadas em material de embalagem no formato de bobinas (bobinas de alumínio, bobinas de plástico PVC/PVDC). Como o alumínio é sempre parte da composição da embalagem do blister utilizado pela Novartis, podemos considerar que 100% do volume produzido na fábrica da Novartis em Cambé (PR) utiliza o metal na composição.

Como a Novartis investe em reciclagem?
Diante do compromisso da Novartis em diminuir o impacto ambiental, sempre damos prioridade à reciclagem e a recuperação dos resíduos. Durante os ajustes do equipamento, bem como em algumas situações ao longo do processo de embalagem, são gerados blisters vazios que são coletados separadamente por meio de um sistema de rejeição automático do equipamento. Esses materiais, além de eventuais retalhos gerados pelo corte do blister, podem ser direcionados ao processo de reciclagem.

O Grupo Novartis estabeleceu globalmente algumas normas de excelência e qualidade e, em razão dessa iniciativa, como o blister reutilizado não tem nenhum contato com o medicamento, pode ser reaproveitado sem levar substâncias químicas para o processo de reciclagem ou ao meio ambiente. A transformação do resíduo é totalmente sustentável e não gera impacto ambiental, porque o processo de extrusão do PVC trabalha em torno de 150°C. Nesta temperatura, não há degradação do material e liberação de gases poluentes, que são liberados apenas a partir de 250°C.

Porta produzida pela Unicomper a partir dos blisters reciclados da Novartis (Crédito: Divulgação)

Qual é o volume de embalagens recicladas?
A Novartis recicla cerca de 80% de todos os resíduos não químicos. Reciclamos diariamente uma média de 200 Kg de blisters e, em 2019, foram recicladas 47 toneladas. Vale destacar que cada tonelada reciclada pode se transformar em 80 portas, a partir de uma parceria que firmamos com a Unicomper, empresa especializada na transformação de material reciclado para o mercado.

Quais são os planos da Novartis para minimizar o impacto ambiental?
Temos a missão de, até 2025, eliminar o cloreto de polivinila (PVC) das embalagens e mitigar o descarte de resíduos pela metade em relação aos níveis de 2016. Planejamos também ser completamente neutros em relação ao plástico até 2030, com todos os novos produtos atendendo aos princípios de design sustentável.

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