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Alcoa investe R$ 130 milhões em transmissão de energia renovável para mina de Juruti, no Pará

Em entrevista exclusiva ao portal Revista Alumínio, Hélio Lazarim, diretor de Operações da Alcoa Juruti, dá mais detalhes sobre o projeto

Empresa de produção mundial de bauxita, alumina e alumínio, a Alcoa investirá cerca de R$130 milhões para a construção de uma linha de transmissão de energia que integrará a região de Juruti, no Pará, ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

O projeto faz parte de um contrato assinado em maio deste ano com a Equatorial Energia, que prevê a construção de uma linha com 51 km de extensão, atendendo as necessidades energéticas da mina e do porto de Juruti. A previsão é de que fique pronto e comece a operar em maio de 2025.

Alumínio verde

Segundo Hélio Lazarim, diretor de Operações da Alcoa Juruti, esse é mais um passo importante da empresa para a promoção de uma mineração mais sustentável, por meio da redução das emissões de carbono em suas operações, visando a fornecer alumínio verde ao mercado.

 

“O objetivo central é efetivamente diminuir as emissões de CO2, ao mesmo tempo que integramos nossas operações ao grid nacional de energia elétrica. Desse modo, estamos direcionando nossos esforços para atingir o que chamamos de NetZero (Net Zero Carbon), ou seja, zerar completamente as emissões de CO2. Esse projeto é parte da estratégia global da empresa para a redução das emissões de carbono em 30%, até 2025, e 50%, até 2050.”

Isso é possível porque a infraestrutura incluirá uma subestação elétrica que substituirá o fornecimento de energia realizado atualmente por geradores a diesel. Assim, a planta passará a ser abastecida por energia elétrica proveniente de fontes renováveis, resultando em uma significativa redução das emissões de CO₂ associadas às suas operações. A expectativa é que leve a uma redução estimada de 35% das emissões.

“A subestação permitirá que conectemos e recebamos energia da rede da Equatorial para nossas duas unidades industriais, o porto e a mina. Ela é o elo crucial entre nossa unidade industrial e a rede elétrica da Equatorial. Por esse motivo, construiremos uma linha de 51 km para estabelecer essa conexão”, detalha o diretor de Operações.

A mina de Juruti atualmente contém uma reserva potencial de 700 milhões de t métricas de bauxita. Sua capacidade operacional atual é de 7,5 milhões de t por ano.

Muito além do NetZero

Além dos benefícios ambientais, o projeto trará impactos sociais positivos para a região de Juruti. Depois de pronta, a rede será disponibilizada para que a Equatorial leve luz às comunidades do entorno pela primeira vez.

Cerca de 1.600 famílias, residentes em mais de 100 comunidades afastadas do centro urbano do município, ainda não têm acesso a esse serviço essencial.

“Foi importante firmar esse contrato com a Equatorial Energia, pois percebemos que os benefícios ultrapassam o setor de mineração, impulsionando o desenvolvimento regional dessa área no Estado do Pará. Essa parceria se mostra altamente sustentável e é exatamente por isso que optamos por seguir em frente com eles”, afirma Hélio Lazarim.

Rumo ao futuro

Esse projeto de Juruti se une a outros investimentos feitos pela Alcoa não só no Brasil como no mundo, para a geração de alumínio com menos emissões de CO2.

Nos últimos dois anos no Brasil, por exemplo, foram investidos R$ 1,3 bilhão em projetos sustentáveis nas unidades de Poços de Caldas, em Minas Gerais, e em Alumar, no Maranhão. Esse valor inclui a religação do Smelter na Alumar, que opera com contratos de compra de energia 100% renovável, e o filtro-prensa em Poços, movido à energia elétrica e com reutilização de água em sistema fechado.

“O programa global da Alcoa, o NetZero até 2050, não se limita apenas a Juruti, mas é estendido a outras operações da empresa ao redor do mundo. Em parceria com a Rio Tinto, por exemplo, desenvolvemos a tecnologia Elysis no Canadá, que está sendo empregada na produção de alumínio com baixas emissões de carbono. Além disso, estão em andamento estudos para futuramente implementar alternativas de caminhões com emissões mais baixas em algumas unidades operacionais da Alcoa. E essa busca pela melhoria operacional está nos três principais processos produtivos da empresa: na mina, alumina e alumínio”, informa Lazarim.

Fotos: Divulgação Alcoa

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