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Alumar impacta o Maranhão com R$ 3 bilhões e mais de 5 mil empregos em três anos

Entrevista exclusiva com Walmer Rocha, diretor de Operação da companhia, aborda em detalhes projetos, empregos gerados e compromissos sustentáveis da Alumar

O Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar) atingiu um marco histórico com investimentos que ultrapassam R$ 3 bilhões nos últimos três anos, impulsionando a geração de cerca de 5.600 empregos diretos e indiretos na região. Em entrevista exclusiva ao portal Revista Alumínio, Walmer Rocha, diretor de Operação da unidade, conta com mais detalhes sobre esses investimentos.

Os projetos abrangem desde o religamento da fábrica de alumínio até melhorias contínuas, com foco na criação de empregos e no alinhamento aos padrões ambientais globais. Rocha destaca a relevância do EcoSource, alumina de baixo carbono, na era das novas políticas ambientais, ressaltando a busca da Alumar por práticas sustentáveis e a contribuição para a redução do desemprego no Estado.

A entrevista aborda ainda os desafios ambientais, a parceria de longo prazo com o Maranhão e o Brasil e o papel estratégico do porto, refinaria e redução no complexo industrial, evidenciando o compromisso da Alumar com a sustentabilidade e a transição energética. Confira.

Quais os principais projetos e áreas de investimento que compõem os R$ 3 bilhões destinados à planta da Alumar?

Walmer Rocha — A empresa atingiu esse marco significativo em investimentos no Estado do Maranhão ao longo de três anos, de 2022 a 2024, consolidando esforços em diversas iniciativas. Dentre elas, destaca-se o expressivo aporte de R$ 1 bilhão no religamento da fábrica de alumínio (redução), que não apenas reativou a produção, mas também gerou 2.500 empregos diretos e indiretos desde abril de 2022. Adicionalmente, a empresa destinou R$ 2 bilhões para processos de melhoria contínua na planta e nas áreas de resíduo de bauxita (ARBs), incluindo o crucial fechamento de superfície. Esses investimentos têm um impacto direto na geração de empregos temporários, totalizando 3.040 novos postos de trabalho até o final de 2024.

Como a Alumar analisa o impacto desses investimentos no Maranhão?

WR — Essas iniciativas não apenas fortalecem a posição da empresa, mas também impulsionam o Brasil em direção à autossuficiência na produção de alumínio. A companhia está focada em projetos voltados para a manutenção operacional da planta, incorporando aprimoramentos contínuos para otimizar eficiências. As obras em andamento para o fechamento de superfície das áreas de resíduo de bauxita também demonstram o compromisso da Alumar com práticas sustentáveis e ambientalmente responsáveis. 

O religamento da fábrica de alumínio, anunciado em 2022, foi muito importante para a geração de empregos. Como a empresa pretende manter e expandir esses empregos no futuro?

WR — Atualmente, cerca de 10 mil pessoas trabalham direta e indiretamente na Alumar, sendo 92% maranhenses. Com esse plano de investimentos dos últimos três anos, a empresa já gerou 2.500 empregos diretos e indiretos com o religamento da área de redução e abriu mais 3.040 postos de trabalho temporários para novos projetos, totalizando 5.540 empregos que contribuem para o desenvolvimento socioeconômico do Estado. Dados do resultado trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados no dia 22 de novembro de 2023 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que o Maranhão foi o 2º Estado brasileiro que mais reduziu o desemprego no País no terceiro trimestre de 2023, e a Alumar contribuiu ativamente com a mudança desse quadro.

Qual é a relevância do EcoSource, a alumina de baixo carbono oferecida pela refinaria, no contexto das recentes políticas ambientais e do comprometimento da Alumar com a sustentabilidade?

WR — O hidrato de baixo carbono com o selo EcoSource é exclusivamente produzido na unidade de Poços de Caldas (MG). A Alumar, por sua vez, segue rigorosos padrões globais alinhados às novas políticas ambientais em sua produção de alumínio, sustentada por contratos de energia lastreados em fontes 100% renováveis. Desde o reinício da produção de alumínio, a Alumar disponibiliza no mercado o metal obtido por meio de energia limpa, respaldada por contratos com lastro totalmente renovável. Adicionalmente, os fornos de cozimento de anodos na unidade são alimentados por Flex Gás, o que resulta em menores emissões de gases de efeito estufa. Vale ressaltar que contamos com a certificação ASI (Aluminium Stewardship Initiative), que atesta a sustentabilidade de toda a cadeia de valor do alumínio. Durante as auditorias, os princípios de governança (integridade, políticas e gestão, transparência e gerenciamento de materialidade), meio ambiente e aspectos sociais (saúde e segurança, direitos humanos, trabalhistas e comunitários) são minuciosamente revisados.

Quais são os impactos sociais e ambientais das iniciativas de investimento comunitário da Alumar, considerando os aportados nos últimos dez anos em projetos de educação, geração de empregos, renda e preservação ambiental?

WR — A Alumar fomenta e estimula o progresso social nas comunidades, investindo em diversas áreas, como educação, geração de empregos e renda, além de programas voltados para a preservação ambiental e educação. Nos últimos dez anos, foram aportados mais de R$ 35 milhões em projetos e patrocínios por meio do programa de investimentos comunitários, englobando o Consórcio Alumar, o Instituto Alcoa e a Alcoa Foundation. Somente em 2022, uma verba de, aproximadamente, R$ 13,5 milhões foi destinada a ações de voluntariado, projetos comunitários e doações. A unidade também mantém um parque ambiental, dentro do complexo industrial, que abriga cerca de noventa espécies de fauna e duzentas de flora do bioma Amazônia. Além disso, nos últimos dois anos, foram realizadas compras no valor de R$ 140 milhões com fornecedores locais, promovendo a economia circular.

Como a empresa pretende lidar com os desafios ambientais relacionados às áreas de resíduo de bauxita, especialmente no que diz respeito ao fechamento de superfície dessas áreas?

WR — O encerramento de superfícies é uma etapa integrante do ciclo de vida dessas áreas e pode ser visto como um dos primeiros passos em seu processo de desativação. Enfrentamos os desafios envolvidos aderindo aos mais rigorosos padrões legais e ambientais. Essas estruturas são estáveis e seguras, atendendo tanto a proteção da biodiversidade como a integridade das pessoas. 

Diante das mudanças nas políticas ambientais, como a Alumar planeja manter seus padrões de produção de alumínio alinhados às normas ambientais globais, especialmente após o religamento da área de redução?

WR — Comprometidos com uma abrangente agenda ESG, que harmoniza produção, preservação da biodiversidade e respeito pelas pessoas, seja para colaboradores ou moradores das comunidades onde atuamos. Além disso, dedicamos esforços diários na transição para uma matriz energética limpa e renovável.

Como a empresa vê o papel das áreas do porto, da refinaria e da redução no complexo industrial da Alumar em impulsionar não apenas a economia local, mas também atender as demandas do mercado nacional e internacional?

WR — Os aportes de R$ 3 bilhões realizados pela Alumar ao longo desses últimos três anos impulsionam a neoindustrialização do País, possibilitando aumento nas exportações de alumina e alumínio primário. A manutenção desses investimentos, aliada à utilização de energias renováveis na etapa de redução e ao desempenho de equipes competentes, fortalece a autossuficiência na produção nacional de alumínio.

Levando em conta a aquisição de energia totalmente proveniente de fontes renováveis, qual é o efeito desse compromisso nas operações da Alumar e como isso se harmoniza com as iniciativas mais abrangentes da empresa em prol da sustentabilidade?

WR — É importante reforçar que o alumínio desempenha um papel estratégico para a evolução do processo de transição energética tanto no Brasil quanto globalmente, sendo essencial para indústrias fundamentais para o mercado como as da construção civil, automobilística e farmacêutica, entre outras. E esse plano de investimentos da Alumar também é um passo fundamental na jornada global de descarbonização da companhia para alcançar a ambição de Net Zero até 2050. Esse plano se integra a outros projetos sustentáveis em andamento nas instalações de Poços de Caldas e Juruti.

Fotos: Divulgação Alumar

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