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Programa Brasil Mais pode elevar produtividade na cadeia do alumínio

Com apoio do setor, política pública é voltada para médias, pequenas e microempresas no país

O Programa Brasil Mais do Governo Federal busca orientar médias, pequenas e microempresas em suas práticas gerenciais e produtivas para o aumento da produtividade e competitividade. Além disso, incentiva a inovação rumo à transformação digital tanto no comércio como na indústria e serviços.

A iniciativa é coordenada pela Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, com gestão operacional da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e execução do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) é uma das entidades apoiadoras dessa política pública lançada em fevereiro de 2020. Segundo Kaísa Couto, diretora da Área Técnica da entidade, o Brasil Mais está bem estruturado, conta com instituições reconhecidas e parceiras, e está alinhado com o Roadmap – Rota Estratégica da Cadeia Brasileira do Alumínio.

“A ABAL será indutora nessa iniciativa. Embora a maioria das associadas se enquadre como grandes e médias empresas, elas podem catalisar participantes para o Programa a partir da divulgação para os fornecedores de insumos. As companhias estão muito comprometidas com o fortalecimento da indústria como um todo”, reforça Kaísa.

Como surgiu o Brasil Mais
A política pública combina as experiências obtidas em duas iniciativas: o Programa Brasil Mais Produtivo, realizado de 2014 a 2019, com atendimento a mais de 3 mil empresas; e o Programa Inovativa Brasil, que apoia de forma gratuita, desde 2013, startups nas conexões com o mercado, captação de investimento e alcance de visibilidade.

De acordo com Vanessa Canhete, gerente de Tecnologia do Senai — Departamento Nacional, o Governo Federal apresentou a proposta do Brasil Mais em 2019 com o objetivo de atender o máximo de empresas no país, mantendo o impacto médio da edição anterior, de aumento de 52% da produtividade das participantes.

“O intuito também era criar uma rota para a Indústria 4.0, com foco nas pequenas e médias empresas. Apesar de a maioria possuir ferramentas de otimização, elas ainda são carentes de digitalização”, alega a executiva do Senai.

Como funciona o Brasil Mais
As empresas interessadas podem autoavaliar-se na plataforma do programa para medir como está a sua maturidade e processos, e formalizar o cadastro para participar de dois tipos de atendimento:

  1. Melhores práticas gerenciais:
  • Atendimento voltado para comércio, indústria e serviços, realizado pelo Sebrae;
  • Disponível para pequenas e microempresas, com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões, exceto Microempreendedor Individual (MEI);
  • Metodologia: quatro meses de acompanhamento individual por um Agente Local de Inovação (ALI) do Sebrae para melhoria de aspectos gerenciais da empresa na redução de custos e melhoria de processos para aumento da receita e da produtividade;
  • Custo: o atendimento básico não tem custo. Caso o participante opte por consultorias especializadas, a empresa paga 30% da consultoria, com 70% subsidiados pelo Sebrae.
  1. Melhores práticas produtivas:
  • Atendimento do setor industrial realizado pelo Senai;
  • Disponível para médias, pequenas e microempresas com 11 a 499 funcionários;
  • Metodologia
    – Mentoria Lean (fase1): capacitação on-line, conteúdo a partir de gamificação e mentorias individuais e em grupo. Inclui ainda consultoria individual com especialistas para aplicação de ferramentas de manufatura enxuta;
    – Mentoria digital (fase 2): inclui a instalação de sensores na linha de produção, além de software para visualização dos dados coletados
  • Custo: a capacitação e a mentoria não têm custos. Na fase 1, a consultoria individual envolve contrapartida de R$ 2.400. A fase 2 é opcional, com custo estimado em R$ 6 mil.

Atendimentos virtual e presencial
Igor Manhães Nazareth, subsecretário de Inovação e Transformação Digital, explica que, com a pandemia do novo coronavírus, o Programa precisou ser redesenhado, pois grande parte dos atendimentos seria realizada de forma presencial.

“Por meio de tecnologias digitais, conseguimos promover o atendimento virtual com o mesmo ganho de eficiência e produtividade para as empresas participantes. O que é imprescindível ser presencial conta com protocolos de segurança”, explica.  

Segundo o subsecretário, o Programa envolve três eixos principais:

  • Empresarial, com meta de beneficiar 120 mil empresas até 2022;
  • Transformação digital, para 20 mil empresas até o mesmo período;
  • Indústria 4.0, cujo projeto-piloto será lançado no segundo semestre para atender cerca de 4 mil empresas que desejam implementar tecnologias com foco na manufatura preditiva.

Atuações do Sebrae e Senai
Roberta Aviz, analista da Unidade de Competitividade do Sebrae, explica que a instituição levou para dentro do Programa Brasil Mais a metodologia que aplica em seu projeto agentes locais de inovação, os ALI. O público-alvo são pequenas e microempresas das áreas de comércio, indústria e serviços.

“As empresas participantes recebem acompanhamento e orientação para inovar, a fim de se tornarem mais produtivas, faturar mais e gastar menos. Durante quatro meses, os ALI acompanham a realidade do negócio, traçam um raio X da situação da empresa e ajudam na construção e implementação de um plano de inovação juntamente com o empreendedor”, explica Roberta.

Já o Senai desenvolveu duas metodologias para serem aplicadas em apenas uma linha de produção dentro da empresa participante — esta, por sua vez, poderá replicar o modelo em outras linhas. Enquanto a mentoria Lean é baseada na otimização de processos com foco no aumento da produtividade, a mentoria digital envolve a instalação de hardware, software e sensores para o controle da produção em tempo real.

“O foco está na previsibilidade do estoque e da parada de linha, entre outros indicadores, para ajudar na tomada de decisão do empreendedor e auxiliar na redução de desperdício e na melhoria da gestão e das escalas de produção”, explica Vanessa Canhete, do Senai.

A executiva acrescenta que o Programa prevê um aumento de produtividade real, com intervenções que não exigem investimentos adicionais, por um custo baixo de consultoria.

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