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No Dia Mundial da Água, conheça as ações de economia e conservação promovidas pela indústria do alumínio

Investimentos englobam desde redução do desperdício e consumo consciente até a criação de áreas de proteção ambiental

Comemorado em 22 de março, o Dia Mundial da Água, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992, traz para o debate este ano o tema “Seja a mudança que você quer ver no mundo”.

O objetivo da ONU é incentivar as pessoas a repensarem suas atitudes em relação ao uso e consumo de água, com compromisso de promover uma mudança positiva.

Essencial à vida, a água também é fundamental para a cadeia produtiva do alumínio. Por isso, as companhias também promovem ações e investimentos para a economia e conservação do recurso, contemplando as operações e regiões no entorno de suas fábricas.

Bauxita, alumina, alumínio e transformados

Com atuação integrada na cadeia produtiva, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) utiliza a água em vários processos e está comprometida em reduzir o uso do recurso nas operações.

A unidade produtiva localizada na cidade de Alumínio (SP) representa mais de 85% das necessidades totais de água da empresa. Ali, existe um sistema de circuito fechado do insumo.

O recurso é utilizado na refinaria (digestão de matérias-primas), fundição (tratamento de gás) e nas fases a jusante (arrefecimento do produto), além do uso em equipamentos de resfriamento (como compressores e fabricação de ânodos) e lingotes.

A CBA entende que a gestão da água também é importante para a cadeia de valor. Por isso, busca evoluir nesse quesito com fornecedores por meio de ações do Programa de Suprimentos Sustentável. 

Dentro da sua estratégia ESG (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance) da empresa, há a meta de reduzir em 20% o consumo de água nova por tonelada de alumínio líquido produzido até 2030, tendo como base o ano de 2019. 

Como suporte para o alcance desse objetivo, a companhia adota práticas de eficiência hídrica, reutilização e conservação, reforçando a necessidade de inovação tecnológica dentro e fora de suas localidades, sempre com foco na melhoria.

Internamente, há um padrão corporativo para treinamento e qualificação de todos os envolvidos na coleta e tratamento do insumo, além da conscientização dos colaboradores sobre como evitar seu desperdício.

Por meio do Programa de Educação Ambiental, escolas e comunidades do entorno das operações da empresa recebem informações sobre o tema, de forma a dialogar e contribuir para a preservação.

Nas unidades de mineração, são conduzidos estudos e projetos de preservação de nascentes em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e produtores rurais.

A Companhia ainda possui dois grandes projetos em andamento relacionados à água na unidade de Alumínio (SP):

  • O Projeto Filtro Prensa, que busca aumentar o reuso de água da lama vermelha, com redução da umidade de 55% para apenas 25% no descarte feito na Barragem de Palmital;
  • O projeto de modernização das Salas Fornos (etapa de eletrólise na fabricação do alumínio), no qual o sistema de tratamento úmido de gases não será mais necessário e a redução de consumo nessa etapa do processo será significativa. 

Com três plantas no Brasil, a Alcoa também enxerga a água como fator essencial.

Na unidade localizada em Juruti (PA), há o consumo do recurso para lavagem da bauxita dentro do processo de beneficiamento.

A água também integra o processo de refino, preparo de reagentes, produção de vapor e resfriamento de linhas, assim como a produção do metal primário. Além disso, o recurso é utilizado nas áreas administrativas.

Thaíza Bissacot, gerente regional de Meio Ambiente da empresa, explica que a Alcoa já possuía uma política de gestão do insumo que passou por revisão dentro da estratégia global de sustentabilidade em 2015.

“Hoje temos uma meta corporativa global com foco estabelecido em áreas classificadas de escassez hídrica, que prevê a redução de 10% de uso do total específico de água nova até 2030”, conta.

Além disso, a empresa tem como objetivo promover o uso mais sustentável possível do recurso, com redução da captação de água nova, incremento da recirculação dentro dos processos e diminuição do volume descartado no meio ambiente.

Todas as operações em nível global também usam uma metodologia de balanço hídrico, criada na Austrália, que contabiliza todos os inputs e outputs do recurso. Além disso, contam com uma equipe especializada na gestão e proposição de iniciativas de melhorias.

As localidades também têm projetos específicos. O Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar), por exemplo, passou a recircular esgoto sanitário para dentro dos processos, para diminuir a demanda por água nova. Além disso, a unidade fez uma parceria com uma cervejaria próxima, que descartava os efluentes no rio, para aproveitá-los dentro do processo produtivo.

Na unidade de Poços de Caldas (MG), a Alcoa investiu R$ 310 milhões no projeto Filtro Prensa, que marca a mudança de tecnologia de disposição de resíduo de bauxita. O objetivo é gerar resíduo seco, que será compactado em área de disposição, e direcionar a água retirada de volta ao processo produtivo, por meio de um circuito fechado.

Em Juruti (PA), com o apoio financeiro da Alcoa Foundation, prefeitura e o Imazon, foi criada a Área de Proteção Ambiental Jará (APA Jará). O objetivo é garantir a conservação de 5 mil hectares de floresta, entre áreas de várzea e igapós, igarapés, lagos e áreas consolidadas na área urbana.

Da mesma forma, a Alcoa colaborou com a criação da Reserva Extrativista de Vida Silvestre (Revis) Lago Mole, região considerada berçário da fauna e da flora do município e arredores.

A gestão hídrica é parte fundamental nas operações da multinacional de origem norueguesa Hydro.  A mina de bauxita em Paragominas (PA) tem aumentado anualmente o percentual de água reaproveitada em suas operações, com nível acima de 80% em 2022, pelo terceiro ano consecutivo. O consumo específico de água nova alcançou a marca de 1,16 m3/t, o menor nível da história da operação.

Essa planta industrial também utiliza práticas sustentáveis de redução do uso de recursos naturais, como os espessadores, estruturas de clarificação da água do rejeito e otimização do aproveitamento de água de chuva. Todo esse volume é aproveitado no processo e o saldo remanescente é captado por meio do igarapé Parariquara, que faz parte da bacia do rio Guamá.

Além disso, estão em curso duas pesquisas no local, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA). Um estudo sobre o uso de placas solares fotovoltaicas no reservatório de água da mina, para a redução da evaporação do recurso natural, além de um levantamento meteorológico e climatológico para aperfeiçoar a gestão dos recursos hídricos.

Na Alunorte, refinaria de alumina em Barcarena (PA), a empresa tem realizado melhorias em sistemas de recebimento, bombeamento e tratamento de água. Em 2020, foi iniciada a operação de uma nova Estação de Tratamento de Efluentes Industriais (ETEI).

A companhia também mantém duas bacias de armazenamento de chuva com capacidade de 274 mil m3, o equivalente a 73 piscinas olímpicas. Juntas, a ETEI e as bacias aumentaram a capacidade de contenção de água recebida das drenagens da área operacional.

Em 2022, o consumo específico de água nova alcançou a marca de 2,54 m3/t, um dos menores números da história da refinaria.

Laminação e reciclagem de alumínio

Na Novelis, a água está na maior parte dos processos produtivos. Na refusão, o consumo está associado ao processo de produção de placas, no qual o alumínio líquido entra em contato com a água para resfriamento, solidificando o metal na forma de placas. Já na laminação, é relevante para a produção de emulsão aplicada nas chapas e bobinas.

Além disso, as etapas produtivas que envolvem limpeza de chapas e atividades de apoio, como gestão de torres de resfriamento, também a utilizam.

“Temos o compromisso de reduzir a intensidade de uso de água em nossas operações em 10% até 2026”, conta Bruna Malaguti, gerente EHS da Novelis.

Atualmente, a empresa possui três fontes de captação desse recurso: superficial, subterrânea e pela rede pública. Para garantir segurança hídrica e flexibilidade para os processos, principalmente o de refusão, foi adquirida uma fonte adicional, proveniente do Rio Paraíba do Sul.

“A Novelis tem estações de tratamento para garantir a qualidade de água de processo e tratamento de efluentes dentro da fábrica, para que o descarte seja feito de forma responsável, em conformidade com os requisitos legais e sem impacto ao meio ambiente”, explica a executiva.

Recentemente, a empresa também desenvolveu duas iniciativas que visam contribuir com a proteção hídrica e o cuidado com o solo de uma lagoa, que está inserida nas proximidades do complexo de reciclagem e laminação de alumínio em Pindamonhangaba (SP) e se conecta ao Rio Paraíba do Sul, importante curso d’água para a região Sudeste.

Foi instalado um equipamento para controle ultrassônico de algas, que ajuda a monitorar, de forma on-line, a qualidade da água. Além disso, a empresa plantou mais de 1.400 mudas de árvores de 50 diferentes espécies nativas nas proximidades dessa lagoa, contribuindo para a umidade do solo e manutenção e preservação dos recursos hídricos.

“É dessa forma que, juntos, sensibilizamos, criamos um mundo sustentável e reforçamos nosso compromisso com a comunidade e com a preservação do meio ambiente”, garante a gerente.

Produção de cabos

O Grupo Alubar utiliza água na fabricação de vergalhões e fios de alumínio, bem como na extrusão de polímeros para isolação e recobrimento de cabos unipolares e multiplexados de BT e cabos cobertos de MT (15, 25 e 35 kV).

Segundo Raphael Guimaraes Favacho, gerente de Controle da Qualidade e Meio Ambiente, nas fábricas e escritórios, a empresa tem o uso de água monitorado e controlado, em atendimento à legislação ambiental das regiões onde está instalada.

Além da busca pela redução do desperdício e consumo consciente de recursos naturais, o insumo utilizado na unidade em Barcarena (PA) é limitado pela outorga dos poços artesianos, não sendo permitido à empresa ultrapassar o limite de consumo autorizado pelos órgãos competentes.

A Alubar também possui torres de resfriamento com recirculação de água, que são interligadas à área operacional para reduzir a temperatura dos equipamentos, a exemplo das trefiladoras, responsáveis por transformar os vergalhões em fios de alumínio.

“O líquido recircula várias vezes e, quando não atende mais às necessidades do processo produtivo, segue para uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), onde é tratado de acordo com todos os parâmetros da legislação vigente”, explica.

No caso da planta de Barcarena (PA), a ETE está localizada na própria empresa e, após o tratamento, a água segue para a galeria da rede pluvial da Companhia Docas do Pará (CDP).

Já na unidade de Montenegro (RS), o tratamento de efluentes é feito por uma empresa contratada, que segue o mesmo rigor ambiental. Além disso, a Alubar utiliza temporizadores nas torneiras das áreas administrativas para evitar desperdícios.

“O grupo investe em monitoramento, controle, tratamento de efluentes e na conscientização dos seus colaboradores. Fazemos campanhas em todas as unidades, no Brasil e no exterior, com destaque para a importância da preservação dos recursos”, reforça o gerente.

Crédito da imagem de abertura: Cozine/stock.adobe.com

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