Mercado Iluminado

Troque cinco lâmpadas por apenas uma e ganhe em consumo de energia, durabilidade e economia no bolso. Embora seja o desejo de todo consumidor, não há gênio nesta lâmpada. Mas, sim, muita tecnologia.

As chamadas lâmpadas LED (Light Emitting Diode) podem atingir até 50 mil horas de funcionamento, sem apresentar problemas técnicos. A inovação é composta por um chip, que tem seu desempenho diretamente atrelado ao dissipador de calor. Esta peça, geralmente em alumínio, é o segredo da durabilidade do LED e tem por função garantir que a temperatura da luminária não ultrapasse o limite suportado, e, assim, não apresente falhas em seu funcionamento.

A economia pode chegar até 90% em comparação com as incandescentes, e deu à tecnologia a oportunidade de ganhar o mercado. O que freou sua evolução, a princípio, foi o custo. Fator que tem sido superado pelos benefícios em longo prazo e também com a recente elevação das tarifas de energia elétrica. “Vivemos uma crise de produção e exploração de nossos recursos naturais que refletem em baixa disponibilidade de energia elétrica, qualquer medida que traga economia é um benefício”, diz Marcos Nora, gerente geral da Sonaray, fabricante de lâmpadas.

Alumínio

“Em uma LED formato pera de 9W o custo do alumínio representa ao redor de 28% a 36% do valor total da lâmpada. Mas, ele é o responsável por dissipar entre 90% e 95% de todo o calor gerado, provando a eficiência dessa liga metálica”, exemplifica Gilberto Grosso, CEO da Avant, outra fabrincante.

De acordo com uma previsão feita pela Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux), o segmento de lâmpadas LED deve crescer, no Brasil, em torno de 30% em 2015. A proibição das incandescentes, que deverão desaparecer totalmente até 2017, fortalece ainda mais essa tendência. E a indústria tem investido na aposta.

De olho no potencial desse mercado, há cinco anos a Sapa, fabricante de extrudados de alumínio, apresentou nos Estados Unidos um software de simulação térmica para as luminárias, capaz de definir o projeto ideal de dissipador para a eficiência de cada produto. E tem se dedicado a produzir dissipadores sob medida para seus clientes, garantindo o melhor funcionamento de luminárias de grandes proporções.

“A procura pela ferramenta está crescendo aos poucos, pois o cliente enxerga as vantagens de investir em um componente de tamanha importância para as luminárias”, explica Marcus França, gerente de desenvolvimento da Sapa, que trouxe a tecnologia para o Brasil no ano passado.

O alumínio é usado em sua plenitude e a Sapa aposta em seu potencial como condutor – além dos benefícios da extrusão, que permite um design mais personalizado. “Em uma luminária que atingia 97oC, fizemos o projeto de dissipador que conseguiu atingir 60oC, com picos de 82oC”, exemplifica França e reforça que a ferramenta será benéfica para o setor, pois facilitará a produção de luminárias eficientes e irá evitar problemas técnicos nos produtos.

Além do dissipador, nos modelos domésticos tradicionais, como o bulbo, a rosca das lâmpadas também é produzida em alumínio, diferente do que ocorria com as incandescentes. Além de durar mais tempo, também evita choques elétricos e a utilização do material é reforçada pela proibição de ligas ferrosas na composição do produto segundo o Artigo 3º da Portaria Inmetro de nº 335/2011.

Demanda

O consumo das lâmpadas LED no país, em 2014, foi de 20 milhões, sendo que mais de 25 milhões de unidades foram importadas no mesmo período. Dados da Abilux apontam que a aceitação da tecnologia aumenta mais de 30% ao ano, puxada pela crescente demanda de empresas, indústrias e pela iluminação pública. Atualmente, há cerca de 150 companhias especializadas no segmento atuando no país, que investem em pesquisas e inovação. “Há previsões de que, por volta de 2020, cerca de 70% do faturamento em iluminação será de produtos com LED”, prevê Isac Roizenblatt, da Abilux.

Para atender o consumo crescente, em 2014 foi inaugurada a primeira fábrica de LED do país, pela FLC, que atualmente detém 30% do market share do setor. Mesmo importando o chip de LED, a fabricante apresenta 80% de produção feita em território nacional.

“É a tecnologia mais interessante, positiva e duradoura que existe. E apostamos na nacionalização e podemos atender a demanda local. Foi um planejamento que está dando muito certo”, celebra João Geraldo Ferreira, presidente da empresa, que mantém fábricas na China e aposta, por enquanto, na montagem de lâmpadas tipo A60, na instalação da planta brasileira.

Formatos

Os LEDs podem ser encontrados em formatos diferenciados como lâmpadas, módulos ou luminárias e possuem aplicações em segmentos diversos. No automotivo, o uso já ganha áreas de tradição.

Com a eficiência em eliminação do calor, ele garante que a iluminação LED não interfira negativamente no funcionamento elétrico dos veículos. “Os atributos do alumínio, aliados aos do LED, são bastante valorizados pela indústria de iluminação automotiva, na busca por oferecer produtos leves, duráveis, econômicos e eficientes”, garante Ricardo Leptich, gerente de vendas e marketing da Osram.

Ele ressalta que algumas marcas do segmento automotivo, têm em seu portfólio muitos produtos com a tecnologia aplicada e, ano após ano, o número de montadoras (e veículos) vem aumentando.

Em busca da melhoria dos projetos e inovação, têm-se desenvolvido laboratórios para aprimoramento da tecnologia, como é o caso da Ourolux. Há três anos no mercado, um dos destaques é o LED Bivolt Dimerizável, produto que funciona em 127V ou 220V, e pode ser dimerizável em projetos de iluminação inteligentes via controle remoto.

Com crescimento de 12% ao ano, a Ourolux está entre as cinco que mais vendem lâmpadas no Brasil. “Nossa missão é fornecer soluções sustentáveis em iluminação com alto desempenho e tecnologia inovadora”, afirma Pazzeto, gerente comercial da marca que, hoje, possui mais de 100 modelos de superled no mercado.

Crescimento

As empresas estão confiantes e acreditam no crescimento dos negócios para os próximos anos. Mesmo ainda dando os primeiros passos, a nova fábrica da FLC, em São Paulo, pretende crescer 25% este ano, em comparação com 2014. “Estamos otimistas, mesmo com um mercado que passa por um momento de estagnação”, afirma João Geraldo Ferreira, CEO da marca.

A Avant também aposta em um crescimento significativo para o ano – em 2014, atingiu 8% das vendas em LED e pretende chegar a 30% em 2015. “Temos investido muito em treinamento de consumidores, clientes e formadores de opinião sobre a tecnologia LED”, informa Gilberto Grosso, responsável pela empresa. Com a economia de energia, potencial reciclável de 99% e possibilidade de evolução com o desenvolvimento da tecnologia, o formato LED tem tudo para se firmar como a tecnologia de iluminação do futuro.

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