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Fórum de Embalagem & Sustentabilidade recebe empresas com soluções inovadoras para o setor de alumínio

Companhias revelam estratégias e compromissos em relação ao metal e à reciclagem em evento para a promoção de um futuro mais verde

No cenário atual, a busca de soluções sustentáveis e práticas eco-friendly está em alta, e o mercado de embalagens é de suma importância nessa transformação. A edição de 2023 do Fórum de Embalagem & Sustentabilidade proporcionou uma imersão inigualável nas estratégias e nos cases de sustentabilidade e economia circular desenvolvidos por grandes marcas.

Realizado nos dias 25 e 26 de outubro, no auditório da Natura, em Cajamar (SP), e promovido pelo Instituto de Embalagens em parceria com a Natura, a 16ª edição do fórum reuniu 24 palestras abordando uma variedade de temas, incluindo a sustentabilidade na cadeia do alumínio. Marcas comprometidas com a inovação e o impacto positivo no meio ambiente compartilharam suas experiências e estratégias, reforçando a importância da mudança para um futuro mais sustentável.

Assunta Camilo, diretora do Instituto de Embalagens, e Roseli Melo, head de Pesquisa e Desenvolvimento da Natura, abriram o primeiro dia do evento enfatizando a importância do fortalecimento das conexões na cadeia de produção como um caminho para a construção de um mundo mais sustentável.

Segundo elas, o objetivo do encontro é fomentar o compartilhamento de experiências e promover o desenvolvimento de embalagens que contribuam para um planeta melhor. O evento reúne desde empresas que atuam na produção de matéria-prima até aquelas da indústria de produtos de consumo, criando um ambiente propício para a colaboração.

“As embalagens são imprescindíveis para a conservação dos alimentos, com tecnologia de materiais e processos, além de porções reduzidas. Elas estão longe de ser as vilãs do meio ambiente, pois todas são recicláveis e algumas, até reutilizáveis. Assim, devem ser tratadas como matéria-prima que retorna ao ciclo produtivo. Por isso, trabalhamos para disseminar o conhecimento e a conscientização para a implementação eficaz e indispensável da economia circular”, afirmou Assunta Camilo.

Latas de alumínio

A Ball Corporation marcou presença no evento. Estevão Braga, diretor de Sustentabilidade da empresa na América do Sul, foi um dos palestrantes e trouxe à tona questões cruciais relacionadas às latas de alumínio. Sob o tema Sustentabilidade de ponta a ponta na cadeia do alumínio, Braga ressaltou a importância das latas de alumínio no contexto do Brasil e do mundo, destacando a notável capacidade de reciclagem inerente a esse tipo de embalagem.

“As latas de alumínio foram concebidas com a visão de um ciclo infinito de reciclabilidade, e isso é fundamental para atender à crescente demanda dos consumidores por produtos que respeitem o meio ambiente.”

O diretor da Ball também abordou a certificação ASI (Aluminium Stewardship Initiative), uma organização global, sem fins lucrativos, dedicada à certificação e definição de padrões que reúne produtores, usuários e partes interessadas na cadeia de valor do alumínio.

“A certificação ASI desempenha um papel fundamental no fomento da produção, abastecimento e gestão responsáveis do alumínio em toda a cadeia de valor e pode ajudar a identificar as empresas comprometidas com a agenda ESG (Ambiental, Social e Governança).”

A Ball Corporation conquistou ambas as certificações ASI em suas quinze fábricas de embalagem de alumínio para bebidas na América do Sul, tornando-se a primeira fabricante a produzir latas certificadas pela ASI.

Cervejaria sustentável 

Por sua vez, André Valle, CEO da cervejaria MasterPiece, anunciou a primeira cerveja do mundo com selo sustentável ASI na lata. Durante a palestra, o profissional revelou seu compromisso com a sustentabilidade, destacando a criação da “cervejaria mais sustentável do mundo”. Valle salientou também que, acima de tudo, é fundamental abordar a sustentabilidade em todas as fases de produção, motivo pelo qual ele estabeleceu para a sua empresa requisitos abrangentes nesse âmbito, sejam eles relacionados à igualdade de gênero, à transparência ou ao impacto social.

“A MasterPiece implementou diversas práticas sustentáveis, incluindo coleta de água da chuva, geração de energia própria e uso exclusivo de latas de alumínio e barris retornáveis. A cervejaria também dá preferência a fornecedores locais e mantém uma equipe diversificada, com metade dos colaboradores sendo mulheres”, exemplificou.

A empresa lançou em setembro deste ano, em conjunto com a Ball Corporation, a primeira lata de cerveja certificada pela ASI, a Donatello. O lançamento garante a performance ESG e a rastreabilidade do alumínio em toda a cadeia; o rótulo nasce no Brasil e é o primeiro em todo o mundo a carregar a conquista desse selo impressa na lata.

Com projetos inovadores e uma abordagem sustentável, a MasterPiece se tornou ainda a cervejaria mais premiada do Estado do Rio de Janeiro, com 98 medalhas em apenas três anos e meio de existência.

“Já possuímos a Mona Lisa de Leonardo da Vinci, em seguida veio a Michelangelo, depois a cerveja Donatello. E agora estamos prestes a lançar, até o final do ano, a cerveja Rafael Sanches, ou seja, teremos o kit completo das Cervejas das Tartarugas Ninjas”, resume o bem humorado André Valle.

Tecnologia Real

No segundo dia do fórum, Fernando Wongtschowski, gerente-geral de Marketing Estratégico e Inovação da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), apresentou uma tecnologia revolucionária desenvolvida e patenteada pela CBA, conhecida como “Tecnologia ReAL”.

Ciente dos desafios relacionados à reciclagem de embalagens multicanal, a CBA tomou a iniciativa de desenvolver e patentear essa tecnologia que não apenas permite a separação eficaz de embalagens compostas de plástico e alumínio, mas também possibilita a recuperação integral do alumínio presente nas embalagens multimateriais. Essa abordagem é essencial, uma vez que o alumínio é um material 100% reaproveitável e pode ser utilizado na fabricação de novas embalagens, promovendo, assim, a sustentabilidade e a economia circular.

A concepção do projeto teve início em 2018. Nessa fase inicial, a empresa realizou testes, conceituou ideias e criou protótipos. Todo o desenvolvimento foi conduzido internamente pela equipe da CBA, resultando em uma tecnologia 100% brasileira. De 2020 a 2022, avançou-se para uma série de testes práticos, operando uma planta-piloto nas suas instalações semi-industriais em Campinas (SP). Agora, a empresa está focada no desenvolvimento e na construção da planta definitiva, que fica em Alumínio, também em São Paulo.

“Nessa planta-piloto, conduzimos testes abrangentes ao longo de dois anos, explorando uma variedade de tipos de embalagem. Embora nosso foco principal tenha sido as embalagens cartonadas assépticas, também estamos buscando avançar na área industrial, com ênfase em embalagens flexíveis. Testamos uma ampla gama de produtos, incluindo blisters da indústria farmacêutica, cápsulas de café, suco em pó, chocolate e embalagens de doces. Nossos testes foram bem-sucedidos e apresentaram um nível mínimo de contaminação nos polímeros, assegurando a remoção completa de alumínio e fibras contidas nesses materiais”, explica o gerente da CBA.

O alumínio separado é, então, solubilizado e retorna à refinaria, onde é utilizado na fabricação de novos produtos de alumínio, mantendo a qualidade equivalente ao metal primário. O polímero resultante é tratado, seco e se transforma em um material de alta qualidade. Esse polímero pode ser enviado para recicladoras e usado em uma ampla variedade de aplicações, como embalagens secundárias, filmes, tubos e chapas, conforme permitido pela legislação. A qualidade do polímero é mantida, e ele não apresenta odores, resultando em uma solução eficaz de reciclagem de embalagens multimateriais.

A CBA acredita que, ao estabelecer uma fonte constante e rastreável desde o início da cadeia de produção até o estágio pós-consumo das embalagens, pode proporcionar uma solução valiosa para esse polímero, gerando benefícios para toda a cadeia. Isso inclui a capacidade de remunerar aqueles envolvidos na coleta e, ao mesmo tempo, impulsionar os esforços de reciclagem e coleta de produtos. Atualmente, apenas cerca de 20% a 30% das embalagens coletadas recebem um destino adequado, com a maioria indo para aterros. Com esse projeto, eles pretendem fortalecer toda a cadeia de reciclagem, melhorar a remuneração e elevar esses índices.

A planta principal da CBA, localizada em Alumínio, terá capacidade para reciclar 9 mil t de polialumínio em base seca, com planos de expansão para lidar com volumes maiores à medida que mais material seja coletado.

“A previsão para o início das operações dessa planta é fevereiro de 2024.

Já estamos armazenando matéria-prima e estamos orgulhosos de ver um sonho que teve início em 2018 se tornar realidade. Passamos por experimentações e testes iniciais, desenvolvendo tecnologias em solo brasileiro. Esse empreendimento representa um marco de grande importância e um novo negócio no qual depositamos grande confiança. Acreditamos que essa tecnologia contribuirá significativamente para a manutenção do alumínio nas embalagens, promovendo a circularidade dos materiais e, ao longo do tempo, aumentando as taxas de reciclagem, que é o aspecto crucial desse projeto”, comemora Wongtschowski.

Patrocinadores 

O Fórum Embalagem & Sustentabilidade 2023 contou com o patrocínio da Ball, Bobst, CBA, Evertis, ExxonMobil, FuturePack, Indorama, Irani, Natura, Owens-Illinois, Papirus, Valgroup e WestRock.

Imagem: Divulgação Instituto de Embalagens

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