No dia 10 de março, a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) reuniu associados em São Paulo para o “ABAL Insigths”, evento anual promovido pela entidade para a discussão de assuntos que impactam os negócios do setor. O tema deste ano foi “Competitividade” e os palestrantes foram Vera Thorstensen, professora da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (EESP-FGV); e Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC).
Para Vera, uma das grandes dificuldades que o Brasil enfrenta para a competitividade da indústria no comércio exterior é a falta de normatização seguindo parâmetros internacionais. A possível entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) — definido pela professora como um “clube de boas práticas” — e acordos de livre comércio com a União Europeia (este mais próximo de acontecer) e Estados Unidos podem ajudar o Brasil a se desenvolver nesse sentido.
A professora também defendeu a multilateralidade nas relações comerciais como forma de equilibrar o mercado, e ainda afirmou que a China deve, sempre, se submeter às regras e práticas de comércio exterior firmadas em órgãos como o OCDE e a Organização Mundial do Comércio (OMC).
A indústria brasileira do alumínio perdeu espaço nos últimos anos, parte dele ocupado pelos chineses. O País é o quarto maior produtor mundial de bauxita, atrás da Austrália, China e Guiné; e terceiro produtor de alumina, precedido por China e Austrália. No entanto, é apenas o 14º maior produtor de alumínio primário do mundo. Fatores relacionados ao custo Brasil ajudam a explicar essa disparidade.
A China, por sua vez, é a maior produtora de alumínio primário do mundo, além de ser grande exportadora de alumínio transformado. Charles Tang, da CCIBC, ajudou os participantes a entenderem como o país asiático se transformou em um potente produtor industrial, recebendo fortes estímulos de seu governo.
“O Brasil é a terra da bauxita e precisa e precisa criar condições para ter aqui uma indústria forte de alumínio, produto tão importante e estratégico. O grande problema aqui é o custo da energia, que conta com muitas tarifas embutidas e que torna a produção cara”, afirma.
O presidente do Conselho Diretor da ABAL e também presidente da Alcoa Brasil, Otavio Carvalheira, analisou positivamente o evento.
“Foi uma discussão de alto nível sobre comércio internacional, as dificuldades do Brasil em competitividade e as ameaças dos produtos importados, que aumentam a participação no mercado brasileiro”, destaca Carvalheira.
Milton Rego, presidente-executivo da ABAL, segue a mesma linha de raciocínio e elogia o resultado final do evento.
“Competitividade, relações comerciais e China são assuntos fundamentais para o momento. O evento foi excelente e com certeza nossos associados saíram satisfeitos com as informações obtidas”.
Foto de abertura: Divulgação ABAL