Leve, resistente e moderno, o alumínio é um dos metais mais utilizados do mundo. Seguindo a tendência observada nos últimos dias nas redes sociais de listas de curiosidades, elencamos algumas particularidades sobre o metal que todos precisam saber.
1 – É produzido a partir do minério de bauxita
Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o alumínio não é extraído do solo no estado metálico. Ele é produzido a partir do minério de bauxita, cujo nome se refere à cidade de Les Baux, na França, onde foi identificado pela primeira vez em 1821, pelo geólogo Pierre Berthier.
A bauxita é uma rocha de coloração avermelhada encontrada, sobretudo, em regiões tropicais e subtropicais do planeta. Trata-se do 3º elemento em maior abundância na crosta terrestre, depois do oxigênio e silício. As reservas brasileiras de bauxita, além da ótima qualidade, também estão entre as maiores do mundo.
São necessárias de 5 a 7 t de bauxita para gerar 2 t de alumina (óxido de alumínio), por meio de refino. Esta, levada a fornos e submetida a correntes elétricas, se transforma em 1 t de alumínio – primeiro em estado líquido e, depois, sólido.
2 – O processo de mineração é distinto e sustentável
Cada mineral requer um tipo de processo para a sua extração. Como a bauxita é encontrada a poucos metros de profundidade do solo, as companhias planejam o trabalho com o objetivo de reduzir ao máximo impacto e promover a rápida recuperação das áreas mineradas.
O método de strip-mining, ou “lavra por tiras”, possibilita que a área minerada seja recuperada logo após a extração da bauxita. Na prática, o estéril removido de uma tira é direcionado para a tira ao lado, que já foi lavrada, e onde será recolocado o solo orgânico, evitando assim a erosão e acelerando o reflorestamento.
Na etapa de reflorestamento, são aplicados métodos inovadores de aceleração do processo de formação natural dos solos. Um deles é a técnica de nucleação, desenvolvida, por exemplo, pelas empresas Alcoa e a multinacional norueguesa Hydro, que acarreta a diminuição das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).
3 – O alumínio tem menos de 100 anos no Brasil
O metal é o mais jovem usado em escala industrial no mundo. Há sete milênios, ceramistas da Pérsia já produziam seus vasos com um tipo de barro que continha óxido de alumínio, material que atualmente conhecemos como alumina.
Mesmo nas civilizações mais antigas, o metal dava um tom de modernidade e sofisticação aos mais diferentes artefatos. Durante seus primeiros usos, nada se sabia sobre o metal na forma como o conhecemos, já que o alumínio só começou a ser produzido comercialmente há cerca de 150 anos.
Apesar de sua relevância, a indústria do metal teve um início de produção ainda incipiente no Brasil na década de 1940, a partir do pioneirismo de empresas como a Eletro Química Brasileira (Elquisa), Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) e a Laminação de Metais Clemente.
Na década seguinte, a canadense Aluminium Limited (Alcan) foi a primeira multinacional do setor a atuar no mercado interno, quando adquiriu a Elquisa para produção de alumínio primário e produtos transformados.
Já a Aluminium Company of America (Alcoa) ingressou no mercado brasileiro na década de 1960, com a compra da Companhia Geral de Minas, detentora de jazidas de bauxita em Poços de Caldas (MG), e integrou a mineração, refino e a produção do metal primário.
4 – Sua aplicação é ampla, das vacinas até aviões e foguetes
Leve, resistente, durável, maleável e resistente à corrosão, o alumínio reúne ainda outras vantagens que possibilitam a sua aplicação em diversos setores, como embalagens, transportes, construção civil, energia e bens de consumo.
A vacina Coronavac contra a Covid-19, produzida pelo Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac, por exemplo, contém vírus inativado e hidróxido de alumínio como adjuvante. Essa substância costuma ser adicionada em alguns tipos de vacina para melhorar a resposta imune, estimulando a produção de anticorpos.
Já na aviação moderna e na exploração aeroespacial, o alumínio é um material de excelência por sua alta resistência e extrema leveza. Por isso, ele está presente na fuselagem, estrutura interna, superfície das asas, painéis de controle e rebites, entre outras partes, e responde por até 80% do peso estrutural de uma aeronave.
O metal também é um ótimo dissipador de calor, o que permite voos a altíssimas velocidades com conforto térmico. Além disso, é altamente resistente a repetidos ciclos de carga e descarga, sendo empregado em diversos componentes de segurança.
5 – Trata-se de um metal infinitamente reciclável
O alumínio é 100% e infinitamente reciclável, sem perda de suas propriedades. O processo de reciclagem gasta somente 5% da energia necessária para produzir a mesma quantidade de alumínio primário, proporcionando economia de 95% de energia elétrica.
Em 2020, o Brasil se manteve entre os líderes mundiais em reciclagem de latas para bebidas, com índice de 97,4% da produção, o que corresponde a 391.500 t ou 31 bilhões de unidades, conforme divulgado pela Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas).
O volume equivale a 1/4 de todo o alumínio comercializado no mercado nacional, beneficiando cerca de 800 mil catadores, em um trabalho que envolve indústria, comércio, entidades representativas e o governo.
