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Aplicação de alumínio reduz o peso e custos nos carros elétricos

Estudo avalia três diferentes segmentos e conclui que o custo do veículo cai com o aumento do conteúdo de alumínio

Uma nova pesquisa, encomendada pela Aluminum Association (AA) e conduzida pela consultoria de engenharia FEV North America, confirma que o alumínio continua a ser um material-chave na era elétrica da indústria automobilística. O metal está consolidado como uma ferramenta de redução de massa efetiva e economicamente atrativa.

Dentre outros atributos, o alumínio promove a redução de massa, melhorando a performance e a eficiência dos veículos elétricos de bateria (BEVs). Dessa forma, permite maior autonomia com uma carga de bateria — especificação que, cada vez mais, é um dos atributos mais importantes para o consumidor final.

Além disso, o alumínio ajuda na redução de custos de maneira significativa para as fabricantes. Isso por que as legislações são cada vez mais rígidas em relação à redução de emissões dos gases de efeito estufa (GEE). Dessa forma, se tornam o principal direcionador do desenvolvimento de veículos — particularmente nas empresas de alto volume de produção. 

“O alumínio é o material automotivo cujo conteúdo mais cresce e, como a indústria está no meio de uma transição para a eletrificação, os tomadores de decisão precisam ter uma clara visão da evolução do papel do metal. Os novos dados quantificam e reafirmam que os veículos elétricos de bateria, à medida que se tornam cada vez mais abrangentes e reduzem a massa com a aplicação do alumínio, em níveis otimizados, oferecem reduções de custos significativas”, declara Blake Zuidema, diretor de Desenvolvimento Técnico da Novelis e presidente do Comitê Técnico do Grupo de Transporte de Alumínio (ATG).

O estudo foi divulgado após o Roadmap do Alumínio Automotivo e, segundo a AA, serve como ferramenta para os tomadores de decisão da indústria automobilística que buscam criar valor em um mercado que evolui rapidamente enquanto também avança na sustentabilidade. 

O contexto da redução de massa nos BEVs
Em veículos com motor de combustão interna, a adoção do alumínio é uma solução já amplamente reconhecida para a redução de massa. Substituindo outros metais mais pesados, o alumínio oferece maior eficiência energética, sendo a solução mais viável do ponto de vista econômico para atender os requisitos legais de consumo e emissões.  

Mas, quando se fala de veículos elétricos de bateria (BEVs, de zero emissão), o ponto decisivo para a adoção do alumínio, visando à redução de massa, é outro: a autonomia com uma carga de bateria. De forma geral, essa solução tem preferência quando seu custo é menor na comparação à adição de mais baterias para armazenamento de carga. 

Essa equação, no entanto, vai além do custo das baterias extras versus a substituição de materiais. É fundamental levar em conta as consequências da adição de mais células de bateria, como o aumento do peso total do veículo e a redução do espaço útil interno — que, muitas vezes, já está em seu limite máximo. Nesse caso, a solução é o aumento das dimensões do veículo.

Além disso, para se manter a performance com o inevitável aumento de peso, será necessário redimensionar o powertrain. A dinâmica de condução do veículo também muda, demandando alterações no sistema de suspensão. Tudo isso resulta em custos adicionais e pode aumentar ainda mais a massa do veículo. 

Outro ponto fundamental é que, geralmente, a legislação sobre a economia de combustível é calculada sobre toda a frota de produção da fabricante — misturando BEVs, híbridos e modelos com motor de combustão interna. 

Ou seja, a melhoria na eficiência energética dos veículos 100% elétricos pode impactar as necessidades de melhoria nos modelos “não BEV” da marca. Em outras palavras, pode ser mais viável economicamente reduzir a massa dos BEVs ao invés de adotar qualquer outra solução para melhorar a eficiência dos modelos dotados de motor à combustão.

Por fim, embora sejam esperados avanços na redução de custos das baterias e na sua densidade de armazenamento de energia, o estudo mostra que as soluções de alumínio para redução de peso devem manter a sua atratividade econômica, no mínimo, pela próxima década.

O estudo
Foram especificados três segmentos de BEVs que devem, na próxima década, ser o foco do ciclo de redução de peso na estratégia das fabricantes:

  • Sedã/hatchback, compacto urbano, quatro portas. As referências usadas foram Hyundai Ioniq e Volkswagen ID.3
  • Crossover familiar, médio, quatro portas. Referências: Mustang Mach-E e Audi E-Tron;
  • Picape (carroceria sobre chassi), cabine dupla grande, quatro portas. Benchmarking: Ford F-150 (que oferece dados aproximados da 100% elétrica F-150 Lighting) e Rivian R1T.

Foram estabelecidas três medidas-chave de performance. A primeira é a base de 2020 dos veículos de referência. As demais são 2025 e 2030 — cujos parâmetros baseiam-se em tendências da indústria observadas pela consultoria.

Especificações dos modelos de base (2020)

 

Urbano compacto

Crossover familiar

Picape cabine dupla

Peso (kg)

1.647,44

2.106,93

2.809,09

Aceleração
0 a 96 km/h (s) 

7,4

5,5

4,4

Velocidade máxima (km/l)

152,88

178,63

201,16

Capacidade da bateria (kWh)

55

76

165

Alcance (km)

321,86

482,80

643,73

Média MPGe
(equivalência em milhas por galão)

123

100

82

Especificações para 2025

 

Urbano compacto

Crossover familiar

Picape cabine dupla

Peso (kg)

1.520,44

1.881,04

2.511,08

Aceleração
0 a 96 km/h (s) 

8,7

6,3

5,5

Velocidade máxima (km/l)

144,84

170,59

181,85

Capacidade da bateria (kWh)

61

91

176

Alcance (km)

402,33

563,27

724,2

Média MPGe
(equivalência em milhas por galão)

138

114

86

 Especificações para 2030

 

Urbano compacto

Crossover familiar

Picape cabine dupla

Peso (kg)

1.393,43

1.655,15

2.213,07

Aceleração
0 a 96 km/h (s) 

10

7

6,5

Velocidade máxima (km/l)

135,18

162,54

162,54

Capacidade da bateria (kWh)

67

105

186

Alcance (km)

482,80

643,73

804,67

Média MPGe
(equivalência em milhas por galão)

151

128

91

Segundo a FEV, peso, alcance e economia de combustível equivalente devem melhorar durante esse período. No entanto, é esperado que os consumidores valorizem cada vez mais o alcance e o custo, em detrimento da velocidade final e aceleração. Por isso, essas duas últimas medidas ganharam tolerância, de modo a reduzir o custo final do veículo.

A substituição de materiais
O estudo também determinou uma composição de base de materiais dos principais sistemas e componentes de veículos, levando-se em conta os modelos de referência. 

Depois, foi aplicado um roadmap de evolução tecnológica. Materiais usados em vários sistemas dos três tipos de veículo hoje em dia foram examinados, avaliando o potencial de substituição dos materiais nos componentes e sistemas-chave em 2025 e 2030. 

Segundo o estudo, o alumínio foi aplicado em componentes que ainda são produzidos com outros materiais apenas quando a substituição se mostrou apropriada, levando em consideração tanto a questão de design como a de performance. 

Compacto urbano

Base – 2020

2025

2030

Alumínio

10%

10%

12%

Aço formado a frio

40%

37%

36%

Aço — outros

7%

9%

11%

Outros

43%

44%

41%

 

Crossover familiar

Base – 2020

2025

2030

Alumínio

13%

16%

20%

Aço formado a frio

23%

19%

17%

Aço — outros

6%

8%

12%

Outros

58%

58%

52%

 

Picape grande cabine dupla

Base – 2020

2025

2030

Alumínio

20%

24%

27%

Aço formado a frio

22%

18%

14%

Aço — outros

4%

5%

5%

Outros

54%

54%

54%

A distribuição da composição da linha de base de materiais foi desenvolvida sob a suposição de que a redução de peso será impulsionada principalmente pela necessidade de diminuir o tamanho da bateria para atingir o alcance a um preço acessível e em fatores presumidos com base nas tendências atuais e futuras previstas. 

Mais de 40 componentes foram avaliados quanto ao seu potencial de redução de peso do alumínio — das quais 20 foram separadas para substituição. No geral, as peças selecionadas tiveram custo de US$ 6,61 ou menos por cada kg de peso reduzido. 

Peso, custo e impacto na eficiência do BEV
O peso, custo e o impacto médio da economia de combustível dos BEVs na média da frota, por meio da substituição pelo alumínio, foram determinados elevando gradativamente a substituição pelo metal em componentes-alvo, nos cenários de 2025 e 2030.

O conteúdo de alumínio recebeu incrementos de 5% desde o veículo de linha de base até 100%. A bateria e o tamanho do motor de acionamento elétrico foram sendo ajustados para manter o desempenho constante nos níveis escolhidos para cada classe de veículo em cada cenário. O “conteúdo ideal de alumínio” foi aquele que proporcionou a maior economia no custo total do veículo. 

Para o compacto urbano em 2025, a economia foi de US$ 62 por veículo, alcançada com 25% de conteúdo de alumínio. Os componentes substituídos foram placas de deslizamento, placas do rotor, assoalhos dianteiro e traseiro, portas, bancos e travessas. No total, a redução de peso foi de 124,5 kg. O custo médio por kg de peso economizado nesse nível foi de US$ 3,76. 

Para o cenário de 2030, a economia ideal de custos foi de US$ 74, obtida com 28% de teor de alumínio, com a conversão da suspensão dianteira. O peso total reduzido pela substituição do alumínio em 2030 foi de 128,7 kg. O valor médio por kg economizado neste nível foi de US$ 3,14.

Para o crossover familiar em 2025, foi alcançada a economia ideal de US$ 74, com o veículo apresentando 25% de conteúdo de alumínio. Carcaça da bateria, placas de extremidade do rotor, assoalho intermediário, laterais da carroceria, portas e pinças de freio dianteiras foram convertidas. O peso total removido por essas substituições foi de 64,77 kg. Já o custo médio por kg de peso economizado foi de US$ 3,74 dólares. 

Para 2030, a economia ideal de custos foi de US$ 76 por veículo, alcançada com 42% de conteúdo de alumínio. Nesse cenário, foram convertidas a placa de proteção inferior e assoalhos dianteiro e traseiro, além dos assentos. A redução total de peso de todas as substituições para 2030 foi de 171,9 kg. O custo médio por kg economizado nesse nível foi de US$ 5,08. 

Para picape, em 2025, a economia ideal foi de US$ 102 por veículo com 35% de teor de alumínio. Foram convertidos a carcaça da bateria, os assoalhos dianteiro, intermediário e traseiro, as pinças de freio dianteiras e os assentos. A redução total de peso foi de 156,2 kg, gerando o custo médio por kg economizado de US$ 5,81. 

Viajando para o cenário de 2030, a economia ideal foi de US$ 74 por veículo, índice alcançado com 50% de conteúdo de alumínio. As peças convertidas foram placas de proteção, parede corta-fogo, para-choque dianteiro e estruturas de deformação, além da suspensão dianteira e os subchassis dianteiro e traseiro. A redução total em 2030 foi de 264,2 kg, com custo médio por kg de peso economizado US$ 6,05.

Com relação à influência da redução de peso dos BEVs na economia geral de combustível da frota, os três segmentos de veículos melhoraram o combustível hipotético geral da frota de 15,98 para 16,54 km/l em 2025 e de 23,51 para 24,36 km/l em 2030. 

Isso representa melhorias na economia de combustível da frota de 3% e 4%, respectivamente, em 2025 e 2030 – fato que aumenta a viabilidade do alumínio para as fabricantes de automóveis. 

Conclusões

  • O conteúdo de alumínio dos veículos elétricos a bateria, atualmente, é maior do que nos modelos de mesmo segmento equipados com motor de combustão interna;
  • O teor de alumínio dos veículos elétricos à bateria aumenta, hoje em dia, conforme as dimensões e as expectativas de desempenho;
  • Apesar das esperadas melhorias no custo da bateria e na densidade de armazenamento, as soluções com o alumínio para a redução de peso devem permanecer economicamente atraentes por, pelo menos, toda a próxima década;
  • Veículos elétricos de bateria leve com alumínio oferecem benefícios econômicos adicionais quando toda a frota de vendas é considerada, aumentando ainda mais a viabilidade da adoção do metal para a redução de peso nos veículos 100% elétricos.

Foto de abertura: Freepik.com

 

 

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