Em cartaz no Theatro Net SP até janeiro de 2020, “A cor púrpura”, espetáculo inspirado no livro de Alice Walker, teve a cenografia indicada ao prêmio Cesgranrio de Teatro. O destaque do cenário é uma casa giratória sem paredes, com pilares e telhado de alumínio, projetada para retratar todas as moradias da personagem no decorrer da apresentação, a partir da mudança de ângulos.
Quem assiste ao espetáculo tem a impressão de que a estrutura é de madeira, material bastante pesado. Como havia a necessidade de girar a estrutura, optou-se pela leveza do alumínio. Para ganhar um efeito semelhante à madeira, o metal recebeu uma base com esmalte sintético na cor caramelo e pintura de arte com betume.
“O alumínio permitiu que a gente fizesse uma estrutura grande, com 6,5 m de altura, 6 m de diâmetro e dois andares. Ou seja, muita altura e pouca base”, ressalta Natália Lana, cenógrafa responsável pelo projeto.
O alumínio também viabilizou o telhado, confeccionado pela empresa Feeling e montado pela equipe especializada do espetáculo. A cobertura mede 1,58 m de altura, 5,41 de largura e 4,69 de profundidade.
“Como desenhei um telhado complexo, muito pesado, cheguei à conclusão de que teria um problema para movimentar o cenário. Com o alumínio, consegui que fosse relativamente leve”, explica Natália.
O palco giratório também conta com rodízios cuja estrutura de garfo é de alumínio, possibilitando que os atores o manipulem durante o musical. O tempo para execução de todo o projeto foi de um mês.
A cenógrafa acrescenta que a construção, leve e fácil de ser desmontada, cabe dentro de um caminhão, facilitando a ida do espetáculo para outras cidades.
O musical estreou no Rio de Janeiro, na Cidade das Artes, antes de chegar a São Paulo, onde permanece em curta temporada. Salvador, Curitiba, Porto Alegre, Ribeirão Preto (SP) e Belo Horizonte também devem receber a peça.
Temática
“A cor púrpura” traz um enredo forte e temas bastante atuais, como a violência contra a mulher, machismo e racismo. A história retrata a vida de Celie, uma mulher negra que vive no sul dos Estados Unidos, no início do século 20, e enfrenta muitas adversidades em busca do seu lugar no mundo.
Ficha técnica
Cenografia: Natália Lana
Direção: Tadeu Aguiar
Produção: Eduardo Bark
Produção de cenografia: Gisele Batalha
Cenotécnicos: André Salles e J. Faria
Estrutura do telhado: Feeling
Alumínio dos pilares: Shockmetais
Rodízios de alumínio: Schioppa
Crédito da foto de abertura: Carlos Costa