A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) promoveu ontem, (11/6), mais um webinar da série “ABAL Insights”, para apresentar aos associados o panorama e as perspectivas do setor construção civil, um dos principais consumidores do metal no Brasil e no mundo. O convidado para a discussão foi Eduardo Zaidan, vice-presidente Financeiro e de Economia do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), além de membro do Conselho Superior da Indústria da Construção (Consic/Fiesp).
Segundo Zaidan, antes da pandemia, a perspectiva de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) da construção era de 2% a 3% em 2020.
“Depois de três anos de recessão, entre 2014 e 2016, o mercado iniciava uma recuperação e a previsão era de que em 2019 voltaríamos aos níveis de consumo per capita, com um crescimento não muito grande para 2020”, relata.
No entanto, com o quadro recessivo, duas variáveis têm afetado o setor: o investimento e a renda.
“Quando há uma restrição fiscal grande, o investimento do governo, que sempre foi importante para o setor, desaparece. O mesmo acontece com a renda das famílias, que é utilizada para investir em imóveis e proporcionar recursos para o comércio, indústria e serviços, que também investem na construção”, explica.
O especialista avalia que a crise sanitária trouxe imprevisibilidade.
“A construção civil está trabalhando. Nosso problema não é hoje. Como nosso ciclo de produção é longo, os contratos são de 2018 e 2019, e tem bastante obra em andamento. Mas precisamos imaginar o que vai acontecer ao final desse ciclo”, ressalta.
Por enquanto, analisa, o cenário é de retração. Nos três primeiros meses de 2020 em relação ao último trimestre de 2019, o PIB da construção caiu 2,4%, e o PIB nacional reduziu 1,5%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já a ocupação na construção teve queda de 2,1%, no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD.