Em setembro são comemoradas duas datas emblemáticas para a região amazônica e que têm relação entre si: o Dia da Amazônia (5/9) e o Dia Mundial para a Preservação da Camada de Ozônio (16/9).
O bioma ocupa uma área de cerca de 4 milhões de quilômetros quadrados, coberta principalmente por floresta tropical extremamente importante para o equilíbrio ambiental e climático do planeta.
Um estudo conduzido pela norte-americana Nasa concluiu que a Floresta Amazônica contribui diretamente com a redução do aquecimento global: apesar de liberar muito dióxido de carbono durante a decomposição de árvores mortas, o bioma absorve muito mais dióxido no processo de fotossíntese, reduzindo a quantidade de CO2 — que danifica a Camada de Ozônio e propicia o efeito estufa — na atmosfera.
Neste contexto, as atividades de diversas empresas na região, tais como as mineradoras de bauxita, devem estar alinhadas com a conservação e preservação da importante biodiversidade local.
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Respeito à natureza e aos povos originários
A operação da Alcoa em Juruti, no oeste do Pará, é um exemplo de política consolidada de valorização dos povos originários da floresta, além de ações de reflorestamento e preservação, que envolvem diretamente a comunidade.
A empresa contribui com o Plano de conservação da biodiversidade e o Zoneamento econômico-ecológico de Juruti, além da criação das unidades de conservação: Reserva de Vida Silvestre Lago Mole e APA Jará. Essa última atua para proteger o ecossistema presente em 5 mil hectares de floresta amazônica.
A Alcoa também foi pioneira na implantação do método de nucleação que acelera a reabilitação de áreas mineradas e contribui para o desenvolvimento social e econômico de comunidades rurais da região de Juruti Velho.
De 2009 a 2020, foram cultivadas e plantadas mais de 500 mil mudas para reflorestamento nas áreas mineradas, gerando uma receita de mais de R$ 2 milhões para a comunidade.
Recentemente, a empresa firmou convênio com a Universidade de São Paulo (USP), que será responsável pela atualização do plano interno de ação para biodiversidade.
“Pelos próximos cinco anos, serão realizados estudos para avaliar como o monitoramento socioambiental deve ser estruturado para analisar a eficácia da aplicação da hierarquia de mitigação, além de apoiar um sistema de governança de impactos sobre biodiversidade e serviços ecossistêmicos”, explica Susiele Tavares, supervisora de Biodiversidade da Alcoa.
Ciente dos desafios
A maior parte dos ativos da Hydro no Brasil, assim como as operações e empregados, estão no estado do Pará.
“Não subestimamos o desafio de produzir alumínio nesse bioma complexo que é a Amazônia. Atuamos reduzindo nossa pegada ambiental, com uma gestão proativa de impactos, recursos e resíduos, e contribuição socioambiental, mantendo um diálogo aberto e transparente e buscando contínuas melhorias operacionais”, conta Anderson Martins, diretor Industrial da Hydro Paragominas.
Na mina de bauxita, um programa está em vigor para monitorar a flora e fauna e melhorar o processo de reabilitação de áreas mineradas com a ambição de não atingir a perda líquida de biodiversidade. A iniciativa é apoiada por universidades brasileiras locais em parceria com a Universidade de Oslo e a Hydro, por meio do Consórcio de Pesquisa em Biodiversidade Brasil-Noruega (BRC).
Recentemente, a Hydro investiu cerca de R$ 30 milhões para colocar em operação a metodologia Tailing Dry Backfill, pioneira na indústria de mineração de bauxita no Brasil. Ela permite que os rejeitos inertes da operação sejam devolvidos às áreas já abertas e mineradas, evitando a necessidade de novas áreas abertas para armazenamento.
Na recuperação de áreas exploradas, a Hydro utiliza os métodos de plantio tradicional, regeneração natural e nucleação. Desde 2009, mais de 2.600 hectares já foram reflorestados na região de Paragominas. Somente em 2021, foram reabilitados 290 hectares, dos quais 45% foram realizados com a técnica de nucleação e 55% com o plantio tradicional.
Ações de conservação
A Hydro vai destinar R$ 200 mil para a realização de uma pesquisa meteorológica e climatológica, no período de três anos, para aperfeiçoar a gestão dos recursos hídricos da mina em Paragominas. O estudo integra um convênio com a Universidade Federal do Pará (UFPA).
Em um cenário em que a busca por fontes de energia renovável tem sido fator decisivo para operações mais limpas e sustentáveis, a companhia iniciou estudos sobre o uso de placas solares na mina, também em parceria com a UFPA.
Em 2019, a companhia criou um espaço para o desenvolvimento do Programa de Educação Ambiental: uma trilha ecológica de 114 metros, que abriga orquídeas, bromélias, espécies florestais nativas de grande relevância comercial e espécies vulneráveis. Ao percorrerem o local, os visitantes conhecem e constatam in loco a importância dos principais programas de monitoramento e conservação da biodiversidade da região.
Operar com sustentabilidade é possível
A operação da Mineração Rio do Norte (MRN) ocupa uma área que equivale a 4,2% da Floresta Nacional Saracá-Taquera, no coração da Floresta Amazônia, no oeste do Pará.
Ao longo de 43 anos, a companhia tem comprovado que é possível operar com respeito e sustentabilidade nesse ambiente.
“É motivo de orgulho para nossa equipe atuar na aplicação e constante aprimoramento das técnicas de restauração ambiental, contribuindo significativamente para ampliar o conhecimento sobre a conservação e preservação desse extraordinário ecossistema”, explica Marco Antônio Fernandez, gerente geral de Licenciamento e Controles Ambientais da MRN.
A operação em faixas permite o estabelecimento de um ciclo composto pela supressão vegetal, extração da bauxita, recomposição topográfica e revegetação. Cada etapa desse processo tem suas especificidades e cuidados.
O planejamento da supressão de cada área é precedido pelo inventário florestal, onde são registradas as principais características da flora. Equipes especializadas, incluindo biólogos, veterinários e engenheiros florestais, fazem o afugentamento e resgate da fauna, epífitas e colmeias.
“Todas as áreas operacionais têm instalado um robusto sistema de controle e monitoramento ambiental. Temos orgulho em afirmar que a MRN convive muito bem e tem grande respeito pela fauna e flora que a cerca”, comenta Fernandez.
Recuperação de áreas mineradas
Após a extração da bauxita, é feita a recomposição topográfica da superfície dos platôs minerados, por meio da reintrodução da argila e do solo orgânico, devidamente estocado desde a supressão vegetal até o final da operação.
Já nos primeiros meses de cada período chuvoso, são plantadas as mudas produzidas no Viveiro Florestal da MRN. A empresa acompanha o sucesso do reflorestamento e monitora o crescimento das árvores e o retorno da fauna.
Em 2021, a mineradora realizou a restauração de 523,8 hectares, somando mais de 7.500 hectares revegetados desde 1979. Foram plantadas 743.198 mudas de cerca de 100 espécies arbóreas nativas.
Além das atividades já mencionadas, a empresa realiza estudos sobre algumas espécies de macacos, limnologia, quelônios da Amazônia e castanheiras.
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