O setor de alumínio desempenha um papel crucial na economia brasileira, mas a sua influência é muito maior do que os números de produção e lucro. O envolvimento ativo das empresas do segmento em projetos educacionais tornou-se o pilar fundamental para o desenvolvimento sustentável e a prosperidade do Brasil.
Com comprometimento sólido em impulsionar o avanço educacional, várias empresas têm implementado iniciativas criativas, as quais vão desde programas de treinamento até colaborações com instituições de ensino.
Um exemplo é o Projeto ABAL Alumínio nas Escolas, da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL). Seu objetivo é fomentar o conhecimento e estimular o ensino, a pesquisa e a inovação tecnológica no âmbito do alumínio, tanto em instituições de Ensino Superior públicas e privadas como em escolas técnicas. Essa missão é cumprida por meio de palestras, minicursos, workshops, visitas técnicas e outras atividades educacionais.
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O projeto possibilita a criação de ações personalizadas em parceria com as instituições financiadas pela ABAL, sem custos para alunos e professores. Também é responsável pelo incentivo à educação por doação de publicações técnicas sobre o alumínio para bibliotecas, docentes e alunos.
A iniciativa já existe há quase dezoito anos e conta com a parceria de, aproximadamente, 220 unidades educacionais em todo o Brasil, sendo realizada tanto de forma presencial como a distância. Em 2023, mais de 450 alunos foram beneficiados pelas ações, totalizando cerca de 4.200 alunos e professores impactados até hoje.
“Ao incentivar o estudo do alumínio, além de colaborarmos para aumentar os projetos e as linhas de pesquisa envolvendo o tema, ajudamos na formação de mão de obra qualificada para a indústria, contribuindo para o desenvolvimento de setores-chave nesse segmento, como embalagens, transporte, construção civil e energia”, explica Denise Veiga, gerente da Área Técnica da ABAL.
Apenas no último trimestre do ano passado, o projeto visitou diversas entidades em várias regiões do Brasil, incluindo o Instituto Federal de São Paulo (IFSP), em São Paulo; o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet), em Niterói (RJ); a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em São José dos Campos (SP); a Universidade Federal Fluminense (UFF), em Volta Redonda (RJ); a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal; o Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul), em Sapucaia do Sul (RS); e o Instituto Federal do Mato Grosso do Sul (IFMS), em Campo Grande.
“Nessas instituições de ensino, a ABAL atuou com palestras online e presenciais, mediação de debates e participação de feira de ciências, abordando temas gerais como características das ligas de alumínio, reciclagem do alumínio e processo de extração do alumínio. Além de temas técnicos relacionados ao alumínio, foram trabalhadas questões atuais de interesse geral, como a versatilidade do alumínio diante das novas demandas tecnológicas e os desafios para a inserção profissional de mulheres engenheiras”, explica Denise Veiga.
Muito além das escolas
Segundo a gerente da Área Técnica da ABAL, o Alumínio nas Escolas é o intermediário entre a ABAL e as instituições de ensino. Contudo, ele também abrange outra iniciativa, o Projeto ELO.
“O Projeto ELO facilita doações de materiais entre associadas e instituições de ensino, oportunizando a integração entre o meio acadêmico e a indústria. Além disso, ele apoia o desenvolvimento de pesquisas científicas na área do alumínio e a formação de profissionais qualificados para o setor. Também direciona demandas de pesquisa da indústria nacional do alumínio para serem desenvolvidas em universidades parceiras”, pontua Denise.
A ABAL contribui para o estímulo à educação, oferecendo outros eventos, como cursos de capacitação. As vagas restantes são disponibilizadas gratuitamente para alunos e professores de graduação. E ainda realiza webinars, eventos gratuitos e abertos ao público, que, a cada edição, têm um impacto crescente na comunidade acadêmica.
Para saber mais sobre o Projeto ABAL Alumínio nas Escolas, acesse aqui.
Educação e inclusão
Para a AMG Brasil, investir em iniciativas educacionais traz uma série de benefícios estratégicos para a empresa e a comunidade, alinhando-se aos objetivos corporativos e à responsabilidade social de diversas maneiras.
Segundo Thais Guedes, gerente-geral de Recursos Humanos e Responsabilidade Social da AMG Brasil, a empresa não mede esforços para promover desenvolvimento para as pessoas e comunidades vizinhas à companhia.
Seguindo essa premissa, nos últimos anos, a organização estabeleceu uma parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de vários lugares de Minas Gerais, investindo financeiramente por meio do Fundo para a Infância e Adolescência (FIA). Isso permitiu a contratação de profissionais capacitados na área da educação, a realização de melhorias nas instalações e a construção de espaços interativos que contribuem com o desenvolvimento das comunidades. Neste ano, inclusive, realizaram um novo aporte por meio do FIA à Apae de São João del-Rei (MG).
“Desta vez, nosso incentivo será destinado à construção de uma sala de apoio para o atendimento de crianças autistas. Acreditamos no investimento em educação e inclusão como pilares fundamentais, reforçando nosso compromisso com o desenvolvimento das crianças com neurodiversidade”, afirma Thais.
Além disso, a empresa fechou uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), unidade de São João del-Rei, e com a Prefeitura de Nazareno (MG), para a criação do “Curso de Qualificação Profissional Básica em Mecânico de Equipamentos de Mineração”.
Segundo a executiva, essa é uma modalidade da educação profissional que se destina à preparação do indivíduo para o exercício de uma profissão, de acordo com o perfil requerido no mercado de trabalho. Uma iniciativa educacional importante para o desenvolvimento da região de Nazareno.
A AMG Brasil realiza ainda ações de conscientização em parceria com escolas e ONGs locais, abrindo suas portas para receber estudantes e promovendo mostras de profissões. A empresa patrocina estudantes da região, reconhecendo as instituições de ensino como caminho para um futuro melhor.
“Acreditamos que a educação, se bem aplicada, pode ser uma importante ferramenta de inclusão e transformação social. Mas, para isso, todos os setores da sociedade devem estar engajados com a melhoria da qualidade do ensino e mais abertos a investimentos nos campos da inovação, ciências e tecnologia. Nós, da AMG Brasil, procuramos impulsionar iniciativas que democratizem a educação e a inovação, porque acreditamos que elas colaboram diretamente para a geração de capital intelectual da sociedade”, declara Thais Guedes.
Transformação social
A Hydro também tem uma visão estratégica ao investir em projetos educacionais como um pilar fundamental para o desenvolvimento sustentável das comunidades em que atua.
“Acreditamos que a educação torna uma sociedade mais viável e, por isso, somos um parceiro comprometido com as comunidades locais em que operamos, investindo continuamente em projetos educacionais, integrados aos nossos valores, propósito e estratégia de negócios, por meio do diálogo e da ação coletiva com nossas partes interessadas”, afirma Eduardo Figueiredo, diretor de Sustentabilidade e Impacto Social da Hydro.
Ao longo dos anos, a empresa tem canalizado recursos para mais de vinte projetos educacionais, abrangendo diversas áreas, como educação, trabalho e renda, desenvolvimento econômico e social e fortalecimento de organizações sociais.
Entre os principais projetos destacados por Figueiredo está o Território do Saber, uma parceria entre a Hydro Paragominas e a Secretaria Municipal de Educação, focado na melhoria da qualidade do ensino da rede municipal. O programa oferece assistência técnica e formação didático-pedagógica para o corpo docente de Paragominas (PA), usando metodologias de ensino e aprendizagem inovadoras alinhadas com a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Também merece destaque a rede Todos pelo Trabalho, que viabiliza diversos programas de desenvolvimento e capacitação profissional em Barcarena (PA). Com o apoio da Hydro, Alunorte e Albras, e em parceria com a prefeitura, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e o Instituto Federal do Pará (IFPA), o programa oferece cursos gratuitos para capacitar os moradores locais. Além disso, a empresa investe na capacitação das mulheres por meio do Programa Operacional para Mulheres, como parte de sua estratégia de diversidade e inclusão, concedendo certificações em áreas industriais para 84 mulheres em Barcarena.
Esses e outros projetos nossos já beneficiaram mais de 10 mil pessoas, de forma direta e indireta, nas comunidades em que a empresa atua. Coletivamente, essas iniciativas visam a proporcionar educação de qualidade e capacitação para 500 mil pessoas em nossas comunidades e parceiras até o ano de 2030.
“Assim como pretendemos criar indústrias que fazem a diferença, também almejamos contribuir para a criação de sociedades mais prósperas, inclusivas e justas. A Hydro reconhece a importância da parceria com os municípios em que atua para expandir a educação como componente essencial ao desenvolvimento econômico e social das regiões”, reforça o diretor de Sustentabilidade e Impacto Social da Hydro, Eduardo Figueiredo.
Complexo educacional
Investir em iniciativas educacionais sempre foi um dos alicerces da Termomecanica e, também, do seu fundador, o engenheiro Salvador Arena. Em razão disso, por meio da Fundação Salvador Arena, foi criada, em 2012, a Universidade Corporativa Salvador Arena (UCSA).
A UCSA visa ao desenvolvimento das competências gerais, gerenciais e funcionais dos seus stakeholders (empregados, parceiros, clientes e fornecedores), focando nas competências organizacionais para atender as demandas específicas de formação da fundação e dos negócios de suas controladas.
“Ao longo dos anos, a UCSA vem investindo na educação e no desenvolvimento dos empregados, parceiros, clientes e fornecedores, sempre em linha com as diretrizes da Fundação Salvador Arena e de suas controladas”, completa Paulo Cezar Martins Pereira, diretor-comercial da Termomecanica.
A instituição é subdividida em quatro escolas, oferecendo cursos e ações de desenvolvimento alinhados às diretrizes estratégicas da empresa:
– Academia Termomecanica — Desenvolve conteúdos especialmente para os fornecedores e clientes da Fundação Salvador Arena e de suas controladas. Tem como objetivo capacitar seus parceiros e clientes tanto na área social como em seus negócios.
– Escola de Cultura — Promove a valorização da cultura e sua influência nas práticas do dia a dia, com o propósito de fortalecer uma postura pautada pela filosofia, pelos princípios e pelos valores da Fundação Salvador Arena e suas controladas.
– Escola de Operações — Amplia o conhecimento dos profissionais da Fundação Salvador Arena e de suas controladas, para exercerem efetivamente as atividades-fim das instituições, no contexto da sua área de atuação, gerando o valor esperado.
– Escola de Gestão — Desenvolve competências de gestão de processos e pessoas (práticas, ferramentas e inovação) para consolidar o modelo de gestão da Fundação Salvador Arena e suas controladas de acordo com as atividades-fim de cada instituição.
Computados desde o início da fundação, os números apontam cerca de 20 mil participações em treinamentos presenciais, mais de 22 mil participações em treinamentos online e quase 90 mil horas de treinamento realizadas.
Questão prioritária
Na visão de Marco Fróes, presidente do Instituto Alcoa, a educação ocupa um papel central no desenvolvimento do País. Contudo, no Brasil, a educação básica pública ainda enfrenta desafios significativos em termos de melhoria da qualidade, acesso e gestão. Por isso, o Instituto Alcoa e a Alcoa Foundation têm como pilar de atuação a educação, desenvolvendo diversos projetos e programas com esse foco prioritário.
“Somente a partir de investimentos intencionais e sistemáticos e uma atuação conjunta, colaborativa e participativa – envolvendo organizações da sociedade civil e gestão pública –, será possível promover verdadeiros avanços quando se fala em melhoria de indicadores educacionais e, consequentemente, desenvolvimento social”, afirma Fróes.
Desde 2014, o Instituto Alcoa tem priorizado o fortalecimento da educação pública em seus territórios de atuação por meio do Programa Ecoa, sua principal iniciativa. Até 2019, seu foco central era aproximar escolas e comunidades, pessoas e instituições e, com isso, promover transformações positivas nas realidades locais. E esse período de seis anos gerou importantes aprendizados e conquistas, uma vez que envolveu 49 escolas, mais de 58 mil estudantes e 733 professores em mais de 290 projetos comunitários.
Em 2020, foram estabelecidas duas novas frentes de atuação: o Ecoa Formação, que visa a melhorar a qualidade de acesso, permanência e aprendizagem dos estudantes, e o Ecoa Gestão, que apoia as secretarias municipais de Educação e gestores escolares na implementação de planos estratégicos.
“A partir do diagnóstico das demandas para melhoria da educação pública no País, o instituto promoveu mudanças estruturais no programa, as quais deram origem às frentes de formação e gestão. Somente em 2023, o Ecoa Formação beneficiou cerca de 200 profissionais da educação e 65 escolas públicas municipais. Já pelo Ecoa Gestão, em 2023, 43 escolas públicas municipais foram beneficiadas, mais de 130 profissionais da educação participaram das formações em gestão e seis gestoras(es) foram contempladas(os) pela iniciativa Reconhecimento Melhores Práticas”, pontua Marco Fróes.
Uma iniciativa que merece destaque, segundo o presidente, é o Programa de Apoio a Projetos Locais, que oferece suporte financeiro a ações desenvolvidas por organizações da sociedade civil e do setor público. Em 2023, foram investidos R$ 617.000 em quatro projetos educacionais, com potencial para beneficiar mais de 4.200 pessoas. Esses projetos incluem a melhoria da infraestrutura escolar, iniciativas de educomunicação e espaços de participação para os estudantes.
Um exemplo é o Ler é Viver, aprovado no ano de 2023 em São Luís, que cria espaços pedagógicos para a prática de leitura integrada a outras expressões artísticas. A iniciativa já realizou, até o momento, sete programações em diferentes escolas na zona rural da capital do Maranhão, beneficiando cerca de 650 crianças. Já o Construindo Liderança Coletiva para Melhorar a Qualidade da Educação para Todas as Crianças, da Rede Ensina Brasil, busca desenvolver líderes educacionais a fim de impactar positivamente a educação no Maranhão, enfrentando desafios como defasagem e evasão escolar. Em 2023, o projeto impulsionou o recrutamento e treinamento de 55 jovens professores no Maranhão, os quais estão proporcionando educação de qualidade e mais oportunidades a mais de 15 mil estudantes em 24 escolas públicas.
Qualificação do capital humano
A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) acredita que a educação transforma realidades individuais e familiares e é um componente fundamental do desenvolvimento econômico e social, o que se alinha aos objetivos de sustentabilidade da empresa.
“Investir em iniciativas de educação contribui para o desenvolvimento socioeconômico dos territórios em que atuamos e para o aumento da produtividade dos trabalhadores brasileiros. Sabe-se que parte dos valores baixos de produtividade é explicada pelo baixo desempenho do País nas avaliações educacionais. O avanço nessas agendas favorece também o negócio, ampliando a qualificação do capital humano e o desenvolvimento local”, argumenta Leandro Campos de Faria, gerente-geral de Sustentabilidade da CBA.
Em 2008, a CBA lançou o programa Parceria pela Valorização da Educação (PVE) em colaboração com o Instituto Votorantim, visando a apoiar a educação pública municipal por meio do fortalecimento das competências de gestores educacionais, escolares e mobilização social, de forma a impulsionar os níveis de aprendizagem dos alunos de maneira gratuita.
Inspirado pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), criado em 2007, e pelas diretrizes do Plano Nacional de Educação (PNE) do governo federal, a PVE atualmente engloba treze municípios. O programa é dividido em duas metodologias: a Inicial, que busca acelerar a aprendizagem geral no município, e a Graduados, destinada a municípios que já completaram a Inicial, com foco em reduzir desigualdades e defasagens de aprendizagem entre escolas e estudantes.
Ambas as metodologias são implementadas em ciclos de até quatro anos, durante os quais são fortalecidas competências de gestão por meio de formações, assessorias remotas e presenciais com especialistas em gestão educacional, pedagógica e mobilização escolar. As atividades são orientadas pelas competências técnicas e de gestão priorizadas pelos municípios, com acompanhamento de consultores e especialistas em educação, sob gestão da CBA e do Instituto Votorantim.
A iniciativa já beneficiou 28 municípios, cerca de 420 escolas e 58.800 estudantes no Brasil.
“Pensar em como tudo isso contribui para a indústria do alumínio é pensar na educação como base também para a formação dos futuros profissionais, os quais serão responsáveis por movimentar o setor, manter e gerar mais produtividade aos processos e produções, promover um ambiente humanizado e respeitoso, bem como atento a todos os pilares ESG, entre outros”, destaca Faria.
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