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ABAL e instituições de ensino: parceria de sucesso para o futuro do alumínio no Brasil

Projetos educacionais da entidade fortalecem o conhecimento sobre o metal, preparando a próxima geração de profissionais para a indústria e ampliando as fronteiras da pesquisa

O ensino e a pesquisa voltados ao alumínio têm um papel fundamental na indústria brasileira, exercendo influência em segmentos como de construção civil, materiais, mecânica e diversos outros. A capacitação de profissionais qualificados e o avanço de projetos acadêmicos nessa esfera são essenciais para o desenvolvimento da indústria do alumínio, trazendo impactos positivos para a economia e para a inovação tecnológica no País.

Por esse motivo, há dezessete anos, a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) iniciou o Projeto ABAL Alumínio nas Escolas, cujo objetivo é disseminar o conhecimento sobre o alumínio no meio acadêmico.

“Acreditamos que, ao incentivar o estudo do alumínio, além de colaborarmos para aumentar os projetos e linhas de pesquisa envolvendo o tema, ajudaremos na formação de mão de obra qualificada para a indústria, contribuindo para o desenvolvimento de setores-chave nesse segmento, como embalagens, transporte, construção civil e energia”, explica Denise Veiga, gerente da Área Técnica da ABAL.

Desde o início do projeto, mais de duzentas unidades de ensino pelo Brasil foram impactadas por essas ações, as quais ocorrem tanto de forma presencial como a distância. Só em 2022, mais de 3.700 alunos e docentes já tiveram acesso aos projetos.

Como funciona

A iniciativa é desenvolvida por meio da difusão do saber e do estímulo ao ensino, à pesquisa e à inovação tecnológica no campo do alumínio São contempladas instituições de Ensino Superior públicas e privadas, bem como escolas técnicas. As ações se concentram primordialmente em cursos de graduação, abrangendo também programas técnicos e de pós-graduação.

Isso é alcançado por meio de diversas atividades, como palestras, minicursos, workshops, visitas técnicas, mediação de parcerias para orientação de trabalhos acadêmicos e doações de publicações para a atualização de bibliotecas, entre outras.

Há ainda a possibilidade de formatações personalizadas para atendimento a demandas específicas em parceria com essas instituições. E todas as ações do projeto são financiadas pela ABAL, não havendo custos para alunos e docentes que participam.

Últimas ações 

Em setembro, o Projeto ABAL Alumínio nas Escolas deixou sua marca em mais de 150 pessoas, incluindo estudantes e professores, consolidando sua influência educacional.

“Isso só foi possível graças às valiosas parcerias com profissionais e empresas associadas à ABAL, como Lucas Salomão e Walter Freitas, da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), e Silvio Dela Déa, da Prolind Alumínio, além de outros consultores e especialistas em diversas áreas relacionadas ao alumínio, como Ayrton Filetti, Arimatéia Nonatto, Francisco Pinheiro, Magda Reis e Marcelo Gonçalves”, reconhece Denise Veiga.

Os eventos de setembro também contaram com o apoio da Sandvik Coromant e a expertise de seus colaboradores Dorival Silveira, Aldeci Santos e Sérgio Rodrigues.

Dentro do rol das atividades de maior destaque nesse mês, Denise Veiga aponta o Módulo Alumínio da 11ª edição do curso de extensão “Arquitetura & Construção: materiais, produtos e aplicações – introdução aos sistemas construtivos”. O evento ocorrido na Universidade Presbiteriana Mackenzie, na cidade de São Paulo, destacou o papel crucial do alumínio na indústria da construção.

A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTF-PR), campus Londrina, também recebeu o minicurso “Microestrutura e Análise Microestrutural e a palestra Metalurgia do Alumínio”. Palestras com o tema Manufatura aditiva em alumínio e Alumínio no setor automotivo foram promovidas ainda na 9ª Semana Tecnológica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) Nadir Figueiredo em Osasco (SP) e na Semana de Ciência, Educação e Tecnologia do Instituto Federal de São Paulo (IFSP).

Os alunos da Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec-SP) também tiveram a oportunidade de realizar uma visita técnica à associada Prolind em São José dos Campos (SP). Já os estudantes das universidades Mackenzie, Anhembi Morumbi, São Judas Tadeu e do Centro Universitário de Excelência em Guarulhos (Eniac) de São Paulo tiveram a chance de conhecer o centro de treinamento da Sandvik Coromant, em Jundiaí (SP), onde participaram de um workshop sobre usinagem do alumínio.

“Além dos eventos citados, o projeto reforçou seu impacto ao conceder bolsas de estudo para o curso presencial  de “Metalografia do alumínio” da ABAL, disponibilizar assentos em webinars técnicos promovidos pela entidade e fornecer suporte abrangente para várias consultas recebidas por meio do seu centro de informações, ampliando assim seu compromisso com a comunidade e o setor”, destaca a gerente da Área Técnica da ABAL.

Parceria frutífera 

A Fatec-SP é uma das instituições que têm sido beneficiadas com o Projeto ABAL Alumínio nas Escolas há aproximadamente cinco anos. Segundo Marcos Domingos Xavier, docente responsável por liderar essa colaboração em conjunto com a instituição, o trabalho tem se mostrado extremamente proveitoso.

“A parceria tem desempenhado um papel fundamental na consolidação do processo de ensino e aprendizagem na Fatec-SP. Três visitas técnicas, apoiadas por esse projeto, já foram realizadas com alunos da instituição, incluindo uma com o grupo Recicla BR e duas visitas à empresa Prolind”, conta o professor.

Os cursos de “Processos de Produção, Projetos Mecânicos” e, em especial, “Tecnologia de Materiais, têm se favorecido significativamente do projeto. Os alunos desses cursos, com suas diferentes ênfases, têm a oportunidade de fortalecer seus conhecimentos ao vivenciar de perto os processos produtivos e de reciclagem do alumínio e suas ligas.

Xavier destaca também a disciplina Tratamentos Térmicos e Seleção de Materiais II (TTSM II), parte do curso de “Materiais, na qual ele atua como docente. Nessa matéria, o foco recai sobre metais não ferrosos e suas ligas, com ênfase no processamento e tratamentos térmicos das ligas de alumínio. Os estudantes têm a oportunidade de praticar tratamentos térmicos de solubilização e envelhecimento, além de reforçar o aprendizado durante a visita à Prolind.

“Nós da Fatec somos muito gratos à ABAL por essa iniciativa, pois juntos contribuímos para a formação de profissionais mais competentes para o setor do alumínio. A assistência proporcionada pela associação, incluindo visitas técnicas sem custos, apoio em pesquisas e disseminação de conhecimento por meio de palestras técnicas, tem sido inestimável. Muitos egressos da instituição agora atuam no setor de alumínio e suas ligas, englobando pesquisas tecnológicas em níveis de mestrado e doutorado. Trabalhos de graduação na linha do alumínio também estão em andamento”, afirma o professor.

Inovação acadêmica 

Segundo a professora e arquiteta Maria Augusta Justi Pisani, integrante do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie (PPGAU-UPM) e líder do Grupo de Pesquisa Arquitetura e Construção, registrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), o Projeto ABAL Alumínio nas Escolas desempenha um papel primordial no desenvolvimento dos cursos da instituição.

A universidade tem sido uma participante ativa nessa ação desde 2012. Esse envolvimento começou em conjunto com outras quatro associações brasileiras na área da construção civil. Desde então, a parceria tem se solidificado, com a coordenação do projeto sob a responsabilidade da docente, auxiliada por outras professoras do Grupo de Pesquisa Arquitetura e Construção.

“A execução do projeto beneficia um amplo público, incluindo alunos de graduação e pós-graduação em arquitetura e urbanismo da Mackenzie, alunos dos cursos de “Arquitetura” e “Engenharia Civil” do Instituto Federal de São Paulo e professores de graduação das duas instituições. Em 2023, a parceria expandiu seus horizontes ao convidar alunos de arquitetura e urbanismo da Faculdade Luciano Feijão, da cidade de Sobral (CE), graças a um doutorando do programa da UPM que leciona na instituição cearense. Anualmente, cerca de cinquenta beneficiários têm a oportunidade de participar das atividades”, aponta a professora.

Na sua visão, o projeto vem proporcionando impacto significativo nos alunos, enriquecendo os conhecimentos em campo que raramente são abordados de maneira aprofundada nas grades curriculares tradicionais, como o uso do alumínio em projetos arquitetônicos.

“São cem horas de atividades, nas quais os alunos contam com acesso a recursos pedagógicos diversos, aulas expositivas, filmes didáticos, apostilas digitais e impressas, amostras de materiais, detalhes construtivos, pré-dimensionamentos de componentes, análises de projetos nacionais e internacionais, depoimentos de arquitetos, calculistas e fabricantes de materiais, discussões em grupos, desenhos técnicos, análises de ABNT [Associação Brasileira de Normas Técnicas],  normas brasileiras e outros parâmetros da produção do espaço construído. Isso resulta em um alto nível de conhecimento e preparação para os estudantes”, afirma Maria Augusta.

Ao longo de uma década de colaboração, a Mackenzie reuniu resultados positivos, especialmente no que diz respeito à aplicação do alumínio nas disciplinas de projetos e em trabalhos de graduação, funcionando como portfólio para arquitetos recém-formados. Os benefícios vão além, uma vez que os alunos recebem a certificação do curso pela ABAL, fortalecendo seus currículos e criando oportunidades para estágios, empregos e pesquisas de iniciação científica, trabalhos de conclusão de curso, mestrados e doutorados.

A professora Maria Augusta salienta que o uso do alumínio em construções de diversas naturezas é pouco estudado em profundidade. Os egressos que fazem esse curso de extensão universitária saem da universidade com a capacidade de projetar, analisar e detalhar elementos construtivos de alumínio, tais como estruturas, fachadas, telhas, esquadrias, revestimentos, acessórios e demais componentes.

“O conhecimento do processo de fabricação e reciclagem também é importante para que o futuro profissional tenha conhecimentos específicos sobre o impacto durante todo o ciclo de vida do material, e não só no momento da construção”, destaca a professora.

Na instituição, as aulas e ações evoluíram ao longo do tempo, passando de versões presenciais para a modalidade online, com palestras síncronas que possibilitam a participação de estudantes e profissionais de todo o Brasil. Até o momento, treze professores também participaram do curso, fortalecendo ainda mais a disseminação do conhecimento sobre o alumínio na academia.

Em busca de mais conhecimento

Em 2016, Givanildo Alves dos Santos, do IFSP – SP, assumiu a liderança do Projeto ABAL Alumínio na Escolas na instituição. Desde então, a iniciativa tem sido de grande sucesso.

Segundo o professor, a parceria proporcionou aos alunos e docentes do IFSP acesso valioso ao conhecimento sobre o alumínio e suas ligas, com foco na engenharia mecânica. As ações do projeto incluem a doação de materiais para pesquisas, envolvendo alunos de engenharia e pós-graduação, cursos gratuitos sobre a tecnologia do alumínio ministrados por especialistas, palestras direcionadas aos alunos de engenharia e um projeto de conclusão de curso chamado ELO, que liga a academia à indústria.

O ELO permite que os bacharelandos em engenharia desenvolvam trabalhos de pesquisa com enfoque em ciência aplicada relacionada ao alumínio, sob orientação do próprio professor Givanildo em conjunto com Alfredo Imagawa Júnior, gerente de Aplicação e Desenvolvimento da Hydro Extrusion Brasil S.A.

“Essa colaboração beneficia uma ampla gama de cursos, abrangendo desde o Ensino Técnico Integrado em Mecânica e o Ensino Médio até cursos de engenharia mecânica e mestrado acadêmico em engenharia mecânica.

Os benefícios dessa parceria são notáveis, com destaque para o acesso aos fundamentos do alumínio, um dos metais não ferrosos mais amplamente usados no mundo, e ao conhecimento de tecnologias empregadas na indústria de transformação do alumínio”, detalha o professor Santos.

Os resultados positivos já colhidos com a iniciativa incluem a ampliação do conhecimento acerca de materiais metálicos, não se limitando apenas às ligas de ferro, promovendo parcerias de pesquisa entre a instituição e o setor de transformação do alumínio. Esses resultados englobam cursos e palestras sobre temas cruciais, como fundamentos da metalurgia do alumínio, tratamento do alumínio líquido, tratamentos térmicos de ligas de alumínio e conformação mecânica do alumínio.

Próximos passos

O Projeto ABAL Alumínio nas Escolas está com uma agenda repleta de eventos programados até o final de 2023, abordando temas relevantes, como características, aplicações e reciclagem do alumínio, bem como a importância da diversidade de gênero em cursos de engenharia.

As instituições de ensino que se beneficiarão dessas iniciativas incluem o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) e os institutos federais de São Paulo e de Sapucaia do Sul.

Embora alguns eventos ainda estejam em fase de confirmação com as instituições de ensino, há oportunidades para a realização de novas iniciativas ao longo de 2023. Além disso, a agenda para o ano de 2024 ainda não foi divulgada.

As escolas e instituições acadêmicas podem se envolver no projeto de diferentes maneiras. A ­­ ABAL busca ativamente parcerias com instituições de ensino em todo o País, mas também aceita demandas por meio de um formulário de contato disponível em seu site.

Crédito da imagem de abertura: Aksana/stock.adobe.com

Fotos: Divulgação

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