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O Brasil e o mundo celebram a sustentabilidade no Dia Nacional da Reciclagem de Alumínio

Em 28 de outubro, comemoramos os esforços da indústria brasileira na reciclagem de alumínio, com destaque para o sucesso na recuperação de latas de bebidas e iniciativas das empresas do setor

No dia 28 de outubro, o Brasil celebra um gesto de sustentabilidade que faz toda a diferença: o Dia Nacional da Reciclagem de Alumínio. Nessa data especial, enfatizamos a importância de reciclar o alumínio, um dos materiais mais valiosos quando se trata de preservar o nosso planeta. É um momento para reconhecer os esforços contínuos de cidadãos, empresas e organizações na recuperação e reutilização desse recurso precioso, enquanto também refletimos sobre o papel fundamental que o alumínio reciclado desempenha na construção de um futuro mais sustentável e na redução do impacto ambiental.

Compromisso com a sustentabilidade

A indústria de alumínio no Brasil está empenhada em reforçar seu compromisso com a sustentabilidade, principalmente no que diz respeito à reciclagem desse metal valioso.

Segundo a Associação Brasileira de Alumínio (ABAL), mais de 50% do alumínio consumido no País provém de fontes recicladas, superando amplamente a média mundial, de aproximadamente 30%. Esse sucesso é resultado dos investimentos do setor em redes próprias de coleta e na modernização de suas fábricas de reciclagem.

Em 2022, o Brasil atingiu ainda um marco notável: a reciclagem de 100% das latas de alumínio para bebidas, correspondendo a um volume impressionante de 390,2 mil t do metal.

O País destaca-se ainda mais por utilizar alumínio reciclado em uma proporção significativamente maior em comparação com o consumo doméstico. Em 2021, 59,3% do metal consumido no Brasil veio da reciclagem, enquanto a média global estava em 28,8%. O recorde de 2022 superou o desempenho anterior, de 98,7% em 2021, consolidando o alumínio como uma solução estratégica para a economia circular.

Primário x reciclado: entenda a diferença

O processo de obtenção de alumínio pode ocorrer de duas maneiras distintas: a partir do alumínio primário ou do alumínio reciclado. O alumínio primário é proveniente do processamento primário da bauxita, que gera a alumina, a qual apresenta pureza química. Já o alumínio reciclado é proveniente da refusão de descartes de processos e/ou produtos pós-consumo. Mas cada abordagem possui características únicas que realizam papéis essenciais na indústria do alumínio.

A forma de alumínio primário é livre de contaminação por elementos de liga e tem menor risco de impurezas, tornando-se a base para a fabricação de todos os produtos de alumínio. Mesmo no processo de reciclagem, o alumínio primário é empregado para ajustar a composição química das ligas ou diluir impurezas que possam estar presentes em sucatas contaminadas.

“Por outro lado, a reciclagem de alumínio oferece vantagens distintas, com um consumo de energia muito inferior, cerca de 95% menor do que a produção de alumínio primário. Além disso, o alumínio é infinitamente reciclável, o que o torna um material altamente econômico para a reciclagem. No entanto, é importante ressaltar que o processo de reciclagem requer um rigoroso controle para evitar contaminações com elementos metálicos, tintas e resinas, garantindo a pureza e a qualidade do alumínio reciclado”, explica Jean Yamamoto, gerente técnico comercial de Metal da Alcoa.

Atendendo à demanda 

Foto: Divulgação Alcoa

Segundo Jean Yamamoto, a crescente demanda do mercado por produtos sustentáveis, de origem renovável e com baixas emissões de gases de efeito estufa (GEE) em sua produção tem transformado a conscientização ambiental em um diferencial competitivo tanto no mercado nacional quanto no cenário internacional.

Por esse motivo, no Brasil, a unidade da Alcoa em Poços de Caldas (MG) já utiliza 30% de sucata na produção de tarugos. E, dentro da sua linha Sustana, também há o Ecodura – produtos como tarugos e placas que utilizam 50% de material reciclado em sua composição.

“A linha de produtos Sustana oferece soluções que atendem a essa demanda crescente. Entre os destaques, o EcoLum é um alumínio de baixo carbono, enquanto o EcoDura é um alumínio que incorpora 50% de conteúdo reciclado em sua composição. Esses produtos desempenham um papel crucial no desenvolvimento de práticas industriais mais alinhadas com os princípios de sustentabilidade, tanto do ponto de vista ambiental quanto social”, completa Yamamoto.

Fábricas de reciclagem de alumínio 

O sucesso da reciclagem de alumínio no mercado está intrinsecamente ligado aos investimentos substanciais na expansão e modernização das fábricas de reciclagem. À medida que a demanda por alumínio reciclado cresce em diversos setores, a indústria responde com aprimoramentos significativos, visando não apenas à eficiência, mas também à sustentabilidade.

Nesse contexto, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), empresa de produção global de alumínio de baixo carbono, inaugurou recentemente uma nova linha de tratamento de sucata na Metalex, em Araçariguama (SP), e está finalizando seu primeiro centro de reciclagem próprio, um passo fundamental para tornar o processo de reciclagem de alumínio ainda mais eficaz e amigável ao meio ambiente.

Esses investimentos pretendem aumentar a utilização de materiais recicláveis na produção de tarugos de alumínio, com até 80% de sucata em sua composição. Tal abordagem reduzirá o consumo de matéria-prima, economizando bauxita, energia e contribuindo para a redução das emissões de gases do efeito estufa. Atualmente, a composição dos tarugos é de 65% de sucata e 35% de alumínio primário. Além disso, a CBA planeja atingir metas ambiciosas de redução das emissões de CO2 até 2030, tornando seu tarugo mais sustentável. A nova linha de tratamento de sucata faz parte do projeto de expansão da produção de tarugos na Metalex, passando de 75 mil t para 90 mil t por ano.

“Até recentemente, o conteúdo reciclado usado pela CBA era principalmente proveniente de materiais descartados de sua operação e de seus clientes. No entanto, a empresa, ao implementar essa nova linha de tratamento, utilizará vários tipos de sucata pós-consumo. Nesse processo, o alumínio é separado de outros componentes, como ferro, borracha, plástico, madeira e resíduos de construção civil. Além disso, são removidas pinturas e anodizações, entre outras impurezas, para obter um alumínio reciclado de alta pureza. Isso torna a CBA a única empresa brasileira capaz de utilizar todos os tipos de sucata gerada na indústria nacional em suas instalações industriais”, afirma Alexandre Vianna, diretor do Negócio de Produtos Primários da CBA.

A demanda por alumínio reciclado está aumentando em diversos setores, entre eles o automotivo, o de construção civil e o de energia elétrica, bem como pelo consumidor final, impulsionada pela maior consciência ambiental das pessoas.

E razões não faltam. O alumínio é um metal com amplas vantagens no processo de transição energética, pois é infinitamente reciclável, flexível e versátil, o que permite várias aplicações. Além disso, pode ter papel decisivo na reciclagem, pela economia de energia na produção e contribuição positiva ao meio ambiente. 

Fontes alternativas 

A AMG Brasil também tem se dedicado a impulsionar a reciclagem de alumínio no mercado brasileiro. Para acompanhar a evolução e as transformações do segmento em que atuam, eles adotaram uma variedade de fontes alternativas de alumínio. Essas opções se destacam por sua sustentabilidade em comparação com o alumínio primário.

“Inicialmente, optamos por utilizar o alumínio secundário, obtido a partir do reprocessamento de sucata, como o primeiro passo em nossa busca por fontes de matéria-prima mais limpas, fazendo uso de sucatas de ligas de alumínio. No entanto, não nos limitamos à sucata de alumínio em nossos processos; também incorporamos sucatas de outros metais, como ferro, cobre e magnésio, na produção de anteligas. Além disso, a AMG Brasil oferece materiais produzidos por meio de conversão. Nesse processo, nossos clientes nos enviam matéria-prima na forma de sucata, frequentemente resíduos de seus processos produtivos. A partir dessa matéria-prima, conduzimos a produção de anteligas, refinadores, desoxidantes ou ligas mecânicas”, explica Fabiano Costa, CEO da AMG Brasil.

De acordo com Costa, essas sucatas provêm de uma variedade de setores, incluindo energia, com ênfase em ligas da série 1xxx e 6xxx, bem como da indústria automotiva, em que os blocos de motor desempenham um papel crucial. O uso de sucatas também se estende aos setores de embalagens e alimentício, com foco em ligas da série 3xxx e 5xxx.

“O objetivo é atender às crescentes demandas e às mudanças no mercado da melhor maneira possível. Como parte dos nossos projetos futuros, a AMG Brasil planeja o desenvolvimento de processos que permitam um consumo ainda maior de sucatas, sem comprometer a qualidade do produto final entregue ao cliente. É muito perceptível que o mercado vem exigindo cada vez mais a incorporação de sucata como matéria-prima. A expectativa é que o consumo de alumínio alternativo proveniente de reciclagem represente 20% da fonte de insumo de nossas operações em dois anos”, afirma o CEO.

Fabiano Costa pontua que empresas clientes estão desempenhando um papel ativo nessa mudança, demandando que uma parte significativa da matéria-prima utilizada na produção de suas ligas seja proveniente de sucatas. Essa evolução demonstra o comprometimento das organizações em adotar práticas mais sustentáveis e a crescente importância da reciclagem de alumínio na redução do impacto ambiental da indústria.

“À medida que a conscientização sobre a importância da sustentabilidade cresce, a procura de produtos fabricados com alumínio reciclado deve continuar a aumentar, promovendo uma abordagem mais responsável em relação ao uso de recursos naturais”, conclui o CEO da AMG.

Investimento pesado 

Foto: Divulgação Novelis

O Complexo Integrado de Laminação e Reciclagem de alumínio da Novelis, localizado em Pindamonhangaba (SP), celebrou seus 46 anos de operações em 2023 com notáveis conquistas na reciclagem de alumínio. De acordo com Eunice Lima, diretora de Comunicação e Relações Governamentais da Novelis, essa instalação é considerada a maior da sua categoria em todo o mundo, com capacidade de reciclagem de 500 mil t por ano.

No que diz respeito ao sucesso da reciclagem de 100% das latas de alumínio comercializadas no Brasil em 2022, Eunice explica que a Novelis desempenhou um papel importante nesse resultado, reciclando aproximadamente 31 bilhões de latas de bebidas após o consumo.

Além disso, as chapas produzidas pela empresa, que são utilizadas na fabricação de novas latas de bebidas no Brasil, já contêm mais de 80% de alumínio reciclado. E para aumentar ainda mais o conteúdo reciclado nos laminados, a Novelis inaugurou o primeiro Centro de Soluções ao Cliente voltado exclusivamente para o mercado de latas na América do Sul. Esse centro, localizado em São José dos Campos (SP), é um hub de inovação focado em desenvolver soluções sustentáveis para a indústria.

“A empresa também investiu pesado em sua rede de centros de coleta, com 14 locais estrategicamente distribuídos por todo o Brasil, para se aproximar dos primeiros elos da cadeia de reciclagem. Foram destinados cerca de R$ 6 milhões para a instalação de quase mil placas de energia solar em seus centros de coleta, tornando-os autossuficientes em consumo de energia. Sem contar que adquirimos 16 novas empilhadeiras elétricas para manusear grandes fardos de latas, substituindo as antigas máquinas a gás. Para 2024, pretendemos inaugurar um novo centro de coleta na região Sul do Brasil”, revela Eunice.

A diretora destaca que a empresa está envolvida em vários projetos relacionados ao tema, incluindo a Liga da Reciclagem, que busca engajar os diversos elos da cadeia de reciclagem, e o Reciclar Pelo Brasil, um programa de reciclagem inclusiva que visa a melhorar as condições de trabalho dos catadores. A Novelis ainda se uniu à Associação Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (ANCAT) e à Fundação Dom Cabral para criar o Pra>Frente – Se Liga e Recicla, uma plataforma de ensino a distância que capacita associados de cooperativas e formaliza essas organizações.

“A Novelis considera a reciclagem uma prioridade não apenas nos negócios, mas também na colaboração com a sociedade e na preservação do planeta. A empresa está comprometida com o desenvolvimento da fase de coleta, o fortalecimento de cooperativas e a promoção da educação e conscientização ambiental”, reforça Eunice Lima da Novelis.

Cápsulas de alumínio

Foto: Divulgação Nespresso

A Nespresso, conhecida por sua excelência em café e compromisso com a sustentabilidade, tem desempenhado um papel crucial na promoção da reciclagem de cápsulas de alumínio no Brasil, investindo mais de R$ 5 milhões anualmente em iniciativas nessa área.

De forma global, o programa de Reciclagem da Nespresso também tem crescido ano a ano. Para se ter uma ideia, ele abrange 74 países e conta com mais de cem mil pontos de coleta. E mais de 90% da produção das suas cápsulas já utiliza 80% de alumínio reciclado.

“Além de reduzir o impacto ambiental, essa iniciativa contribui para a segurança alimentar de comunidades, fechando o ciclo da economia circular, atuando em todas as etapas, desde as fazendas até o pós-consumo. O alumínio, por sua vez, é reciclado e reutilizado na própria indústria, dando origem a novos produtos”, afirma Marina Gargiulo, gerente de Comunicação e Marca da Nespresso.

A empresa tem como objetivo aumentar a reciclagem de suas cápsulas de café de alumínio. Atualmente, a taxa de reciclagem global da empresa é de 32%; no Brasil, reciclam-se apenas 25% das cápsulas vendidas, apesar de haver capacidade para reciclar 100%. Contudo, de acordo com Marina, esforços já estão sendo feitos para aumentar ainda mais esse número.

“Até 2025, pretendemos atingir uma taxa global de reciclagem de cápsulas de 50%. Estamos acelerando ainda mais o trabalho que iniciamos em 2014 e faremos investimentos contínuos para tornar a reciclagem o mais simples e conveniente possível para os nossos consumidores. São inúmeras iniciativas em prática que têm possibilitado à Nespresso apresentar resultados robustos em economia circular. Prova disso é que, há um ano, obteve a pontuação para a conquista da certificação como Empresa B, comprovando o alto padrão de impacto social e ambiental desempenhado pela marca”, pontua.

Ao aderir ao Movimento B, a Nespresso consolida seu compromisso de ter um impacto positivo no mundo, além de estar em uma jornada para se tornar NetZero até 2035. Para isso, a empresa está constantemente em busca de soluções que unam tecnologia e sustentabilidade. Em 2021, por exemplo, lançou a linha Vertuo, um sistema de cápsulas de café. Essas máquinas operam com a tecnologia Centrifusion™, em que um código de barras nas cápsulas reconhece automaticamente e otimiza os parâmetros de extração, regulando o uso de água, temperatura, tempo de infusão e rotação da cápsula, evitando o desperdício de recursos.

A Nespresso garante que 100% dos consumidores brasileiros tenham acesso a pontos de coleta em suas regiões, totalizando mais de trezentos locais de coleta, como empresas parceiras e boutiques da marca. Os clientes também podem enviar suas cápsulas gratuitamente para reciclagem pelos Correios, gerando um código online e entregando o conteúdo em uma agência designada.

Há a opção de logística reversa, em que os consumidores podem entregar suas cápsulas usadas diretamente para portadores da marca no momento de novas entregas, utilizando sacolas de reciclagem. Esse serviço está disponível em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Após o consumo, as cápsulas recolhidas são enviadas para o centro de reciclagem da Nespresso, em Osasco (SP), onde as cápsulas são recicladas, a borra de café e o alumínio são separados mecanicamente, sem a necessidade de água. O café é transformado em adubo para o projeto “Nespresso Hortas”, beneficiando pequenos agricultores em Parelheiros, na zona sul de São Paulo.

“A Nespresso oferece múltiplas maneiras para que seus clientes contribuam para a reciclagem de cápsulas de forma conveniente e sustentável. Embora tenhamos feito esforços significativos em nossas comunicações internas e externas para tornar os pontos de coleta acessíveis a 100% dos consumidores, enfrentamos o desafio de garantir a adesão de todos ao nosso programa de reciclagem”, afirma Marina Gargiulo, explicando que, por essa razão, a empresa busca dialogar com o seu ecossistema, destacando e reforçando as iniciativas e conquistas. 

Em ritmo de comemoração

Para mostrar que a indústria do alumínio no Brasil está na vanguarda da sustentabilidade, promovendo o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente, a ABAL fez um vídeo em comemoração ao Dia Nacional da Reciclagem de Alumínio. Confira aqui!

Crédito da imagem de abertura: Photobeps/stock.adobe.com

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