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Indústria do alumínio investe na formação profissional de jovens mulheres

Cursos e programas têm sido a porta de entrada de talentos femininos no setor

No Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, o portal Revista Alumínio destaca as oportunidades disponíveis para a formação profissional de jovens mulheres na indústria do alumínio.

Cursos e programas para aprendizes, estagiárias e trainees, portas de entrada dos talentos no setor, contribuem tanto para o desenvolvimento de carreiras como para agregar valor às companhias.

A formação profissional também ajuda a reduzir a desigualdade de gênero no mercado de trabalho no país.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do quarto trimestre de 2022, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que o total de jovens de 14 anos ou mais, ocupados, foi de 99.300 no período (57,1% homens x 42,9% mulheres). Já os desocupados somaram 8.500 (45,6% homens x 54,4% mulheres)

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Ações das empresas com atuação integrada

Desde 2020, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), que atua em todos os elos da cadeia do alumínio, tem promovido cursos técnicos gratuitos em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

O objetivo é capacitar mulheres para ingresso nas plantas de Alumínio (SP), Miraí (MG), Niquelândia (GO) e Itapissuma (PE). Como resultado, mais de 400 mulheres já foram certificadas, sendo que 100 foram contratadas pela empresa. 

“O projeto fomenta a estratégia ESG da CBA, que preza pela diversidade, equidade e inclusão na mineração e metalurgia. Para participar, as inscritas precisam ter, no mínimo, 18 anos e terem concluído o Ensino Médio”, explica Andressa Lamana, diretora de DHO, Sustentabilidade, SSMA e Comunicação.

Para atrair novos talentos, a companhia também executa, anualmente, os programas de estágio e aprendiz. Atualmente, 58% são estagiárias e 51% são aprendizes mulheres. No quadro geral de funcionários, 17% são mulheres, índice 2,7% maior em relação a 2021. 

“A ideia não é somente atrair e incluir mulheres, mas ter o olhar de interseccionalidade para outras características identitárias e promover o encarreiramento de pessoas de grupos subrepresentados, para que possam evoluir profissionalmente em um ambiente participativo, acolhedor e que promova a equidade”, frisa a diretora. 

A multinacional norueguesa Hydro, que também possui operações integradas na indústria do alumínio, tem capitaneado uma grande mudança cultural no ambiente de trabalho, a fim de atingir resultados como o de 2022, quando 46% dos empregados contratados foram pessoas que se identificaram com o gênero feminino. A meta global da companhia é aumentar a representação desse público em 25% até 2025.

No Brasil, entre as ações da empresa para alcançar a meta estão a criação de um programa de trainee voltado especificamente para pessoas que se identificam com o gênero feminino e os programas de Estágio e Jovem Aprendiz com, no mínimo, 50% de mulheres entre os selecionados.

A Hydro também tem investido na capacitação da mão de obra feminina nas localidades próximas às operações. O Programa Operacional, realizado em parceria com a Rede Todos pelo Trabalho, já ofereceu cursos profissionalizantes do Senai na área industrial e certificou 84 mulheres nas áreas de Mecânica, Eletricista Industrial e Operação de Processos Químicos, no município de Barcarena (PA).

“Promovemos profissionais internamente nas operações da refinaria Alunorte e da Albras. A proposta é que as mulheres capacitadas ocupem essas vagas. O setor industrial ainda é majoritariamente masculino, inclusive na indústria do alumínio, mas estamos trabalhando para mudar esse quadro”, ressalta Nelia Lapa, vice-presidente de Recursos Humanos, Comunicação, Saúde e Segurança da Hydro no Brasil.

Recentemente, a companhia também abriu vagas específicas para mulheres engenheiras nas áreas de Mecânica, Elétrica, Civil, Automação, Química ou Produção. Ao todo, 14 pessoas foram contratadas. Não era necessário ter experiência prévia na área para participar do processo seletivo e nem o conhecimento de inglês como obrigatoriedade. 

Setor de mineração de bauxita

A Mineração Rio do Norte (MRN), com operação de bauxita no estado do Pará, possui o programa de Trainee focado no desenvolvimento de competências a partir da aprendizagem, mentoria e treinamentos, possibilitando que os jovens estejam alinhados às necessidades tanto da mineração como do mercado de trabalho.

Para os mais novos, há o Jovem Aprendiz, que prioriza o processo de qualificação técnica, principalmente de pessoas das comunidades vizinhas ao empreendimento. Neste ano, dos 60 novos talentos que entraram no processo seletivo, 81% foram das comunidades e 56% são jovens mulheres.

“O primeiro projeto de equidade de gênero teve início com o ‘Minerando Juntas’. Nele, os programas Trainee e Jovem Aprendiz deixaram de ter idade e idioma como principais requisitos e se tornaram mais abrangentes, além das ações afirmativas para a contratação de mulheres. O resultado foi o aumento para 9,2% da participação feminina na empresa. Hoje, o ‘MRN Pra Todos’ é a ampliação desse projeto, o qual se volta também para outros pilares e tem buscado tornar a empresa ainda mais diversa”, explica Almer Moreira, gerente Geral de Recursos Humanos da MRN.

Produtores de alumínio primário

A Albras, produtora de alumínio primário pertencente à Hydro e à Nippon Amazon Aluminium (NAAC), tem investido no desenvolvimento de novos talentos a partir das seguintes iniciativas:

  • Programa de Estágio Talento Infinito, reconhecido pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), que visa o aprendizado contínuo, por meio da participação ativa na rotina, nos processos e projetos da Albras;
  • Jovem Talento, realizado desde 2011 com o objetivo de contribuir para a qualificação de jovens das comunidades do entorno das operações. O programa está com o processo seletivo em andamento.

Segundo a companhia, a quantidade de pessoas que se identificam com o gênero feminino aumentou 6% em 2022 e a empresa tem trabalhado para ampliar esse percentual.

Todas as ações afirmativas nesse sentido integram a estratégia de Diversidade, Inclusão e Pertencimento (DIP) da Hydro que começou a ser discutida em 2019 e estão alinhadas à Política de Direitos Humanos da empresa.

No Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar) – formado pelas empresas Alcoa, Rio Tinto e South32 – as principais formas para o incentivo de ingresso, desenvolvimento e aceleração de carreira para as jovens são os programas de Estágio, Trainee e Jovem Aprendiz, que oferecem experiências em ambientes operacionais e possibilitam vivenciar desafios técnicos e práticos.

“Ao participar da iniciativa, os jovens são incentivados a enfrentar os desafios futuros da profissão e a desenvolver não apenas uma carreira promissora, como também os próprios comportamentos e valores que fazem da nossa empresa um lugar seguro, inclusivo e equitativo para todas as pessoas”, afirma Tereza Cavalca, gerente de RH da Alumar.

Em todas as ações, há metas de diversidade e inclusão que abrangem as mulheres e outros grupos minoritários.

No último processo seletivo, realizado junto às outras unidades da Alcoa Brasil, 86% do total de pessoas aprovadas como novos estagiários eram representantes de grupos minoritários — 66% de mulheres e 55% pessoas negras. Já os novos trainees compõem 100% esses mesmos grupos, sendo que 61%, mulheres, e 65%, negros.

Em 2022, a empresa realizou ainda o projeto “Avisa que são elas”, que teve como premissa aumentar a inclusão e a presença feminina na fábrica, além de promover o desenvolvimento das mulheres com foco em áreas operacionais.

As 50 mulheres selecionadas e contratadas passaram por qualificação profissional em parceria com o Senai e, durante seus três primeiros meses de trabalho, tiveram acompanhamento de um tutor na área.

“Esse resultado é fruto de políticas afirmativas, de valorização e cuidado com nossas pessoas como prioridade da estratégia de negócios. Promover a diversidade faz parte da nossa cultura. Temos muito que aprender e caminhar, mas já demos passos importantes”, afirma a gerente.

Empresa de laminação e reciclagem

Na Novelis, a última edição do programa de estágio disponibilizou 38 vagas nas localidades de Pindamonhangaba, Santo André e São Paulo (SP). Com duração de até 24 meses, ele teve início em janeiro de 2023.

A empresa estabeleceu metas de contratação: 60% de candidatos autodeclarados pretos e pardos e 50% do gênero feminino. Cerca de 60% das vagas foram preenchidas por mulheres.

Em novembro do ano passado, a companhia também abriu inscrições para a 1ª edição do Programa Formare em Pindamonhangaba. Realizada em parceria com a Fundação IOCHPE, a ação oferece oportunidade de desenvolvimento para estudantes de escolas públicas.

Ao todo foram destinadas 20 vagas para alunos de sete instituições localizadas no entorno da fábrica da Novelis. Os jovens já foram selecionados e 15 são mulheres.

“Não há cotas específicas por idade. No entanto, estabelecemos metas de gênero arrojadas que, de fato, nos levarão a um patamar de maior diversidade, inclusão e equidade”, informa Gláucia Teixeira, vice-presidente de Recursos Humanos da Novelis.

Fabricante de tubos e vergalhões

A Termomecânica possui ações de ingresso ao primeiro emprego, como os programas de Estágio, Aprendizagem Senai e Aprendiz, em parceria com a Fundação Salvador Arena.

Paulo Cezar Martins Pereira, superintendente de Vendas e Marketing da empresa, destaca o programa Aprendiz tem como objetivo a inclusão social de jovens e adolescentes no mercado de trabalho. A ação capacita a mão de obra para o mercado visando à formação cidadã, com oportunidades tanto para a organização como para a sociedade.

O processo é realizado em quatro etapas:

  • Integração – Primeiro contato com o mundo empresarial. O participante aprende sobre a cultura e valores da empresa, conhece seu posto de trabalho e atividades;
  • Aprendizagem – Por meio do ciclo ensino, educação e desenvolvimento das atividades na empresa, o jovem é estimulado a evoluir;
  • Amadurecimento – Após estar inserido no mundo corporativo e receber estimulação, o participante entra na fase do amadurecimento e passa a enxergar oportunidades de crescimento pessoal e profissional;
  • Realização pessoal – Ao finalizar o ciclo de processos, o jovem chega ao último período de estágio totalmente diferente de como entrou na empresa. Ele enfrenta o mundo corporativo e luta para conquistar os objetivos pessoais.

“Durante todo o programa, os aprendizes participam de cursos profissionalizantes relacionados a sua área de desenvolvimento profissional, junto com a parte teórica que é desenvolvida em parceria com a Fundação Salvador Arena. Eles também possuem cursos obrigatórios e essenciais para a realização das atividades por meio da nossa Universidade Corporativa Salvador Arena”, detalha o superintendente.

Indústria de cabos de alumínio

O Grupo Alubar tem dois programas de ingresso em suas operações: Jovem Aprendiz e Estágio.

O Jovem Aprendiz desenvolve a mão de obra local com foco em um programa técnico-profissional com atividades teóricas e práticas.

“Essa ação tem se mostrado um instrumento importante no combate ao trabalho infantil, visto que parte das vagas é destinada a jovens que estão em situação de vulnerabilidade social, tornando-os mais desenvolvidos profissionalmente. De forma geral, representa uma grande oportunidade para que jovens talentos ingressem no mercado de trabalho mais preparados e qualificados, diminuindo a dificuldade de adaptação ao primeiro emprego”, comenta Amanda Lacerda, gerente de Gestão de Pessoas no Grupo Alubar.

De acordo com a gerente, a empresa valoriza essa iniciativa por acreditar que o desenvolvimento desses jovens contribui com o crescimento da comunidade em que estão inseridos e da empresa, pois ao término do programa há profissionais capacitados e preparados para ocupar novas posições que estejam disponíveis na empresa.

Já o programa de estágio está sendo reformulado este ano com a distribuição de novos estagiários em outras áreas de empresa.

“Com a parceria de universidades locais, o objetivo é desenvolver os alunos por meio da vivência na prática dos conteúdos acadêmicos, complementando a formação deles. Esse processo gera profissionais mais engajados com a área de atuação e preparados para o primeiro emprego, o que algumas vezes acontece na própria empresa”, afirma a executiva.

Crédito da imagem de abertura: pressmaster/br.freepik.com

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