Dia Mundial da Água: empresas do setor de alumínio lideram conservação e conscientização sobre o uso responsável da água

Conheça as práticas e os investimentos das empresas brasileiras do setor de alumínio empenhadas em reduzir o consumo de água em suas operações e promover a conscientização sobre a preservação dos recursos hídricos

Em 22 de março, comemora-se o Dia Mundial da Água, data proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992. Anualmente, ela destaca um tema que enfatiza a importância do uso sustentável dos recursos hídricos e a urgência da conservação dos ecossistemas aquáticos do planeta para evitar a poluição e a contaminação. Em 2024, o tema é Água para a paz.

De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, o Brasil detém, aproximadamente, 12% de toda a água doce disponível no globo. Esse recurso está distribuído em cerca de 200 mil microbacias, abrangendo doze regiões hidrográficas, as quais incluem as bacias do São Francisco, Paraná e Amazônica, esta última considerada a maior do mundo, com 60% de sua extensão localizada no território brasileiro. Esse vasto potencial hídrico possibilita fornecer um volume de água por pessoa dezenove vezes superior ao mínimo estabelecido pela ONU – estipulado em 1.700 m³/s por habitante ao ano.

Johan Wahyudi/stock.adobe.com

Apesar da abundância relativa, os recursos hídricos brasileiros não são inesgotáveis, nem o acesso à água é uniforme em todo o País. As disparidades ocorrem devido às características geográficas de cada região e às flutuações na vazão dos rios, influenciadas pelas variações climáticas ao longo do ano.

Por esse motivo ainda, a escassez de água torna-se uma realidade iminente caso não haja inovação por parte das indústrias no uso desse recurso essencial, como apontado pela própria ONU. Nesse cenário, a indústria do alumínio tem se destacado por sua dedicação à conservação e preservação dos recursos hídricos, por meio de projetos e iniciativas de conscientização envolvendo seus colaboradores e a comunidade.

Redução do consumo 

A preservação dos recursos hídricos tem sido uma prioridade para a Tekno Kroma, empresa do setor de revestimento de metais planos pelo processo de coil coating. Segundo Felipe Augusto Romain, gerente-industrial da companhia, desde 2015 a Tekno vem investindo em modernização de equipamentos, reformas no tratamento químico e sistemas de coleta de resíduos sólidos, com o objetivo de otimizar o uso de recursos hídricos e minimizar impactos ambientais.

Foto: Divulgação Tekno Kroma

“Como o compromisso com o meio ambiente é um dos pilares da empresa, realizamos investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento para buscar soluções inovadoras que ajudem a minimizar o impacto ambiental de nossas atividades. Em 2022, a atualização da nossa principal linha de produção (LP#1) resultou em melhorias significativas no desempenho ambiental e reforçou a segurança operacional, com reduções expressivas nos indicadores ambientais por tonelada de metal pré-pintado produzido. Um exemplo é o consumo de água: diminuiu em 83%”, destaca Romain.

Entre outros números alcançados, estão a redução de 47% nas emissões de CO2, 78% no lançamento de efluentes industriais e 59% na geração de lama industrial. Além disso, a empresa concluiu este ano a substituição do sistema de cura de sua segunda linha de produção, trazendo ganhos adicionais em eficiência e tratamento de gases.

Com investimento de quase R$ 30 milhões, a Tekno Kroma expandiu também sua capacidade produtiva e promoveu uma transformação positiva em seus processos industriais. O próximo passo é a meta ambiciosa de “zerar a emissão do efluente industrial até 2026”, reforçando o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a proteção do meio ambiente.

Além das práticas internas, a organização promove a conscientização dos colaboradores sobre a importância da preservação da água, por meio de treinamentos, campanhas internas e metas alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

“A companhia acredita que educar e envolver a equipe nesse propósito promovem uma cultura de uso responsável da água, contribuindo para a preservação dos recursos hídricos e fortalecendo sua responsabilidade social e ambiental. Essas ações visam a engajar os colaboradores na conservação da água e destacar os impactos positivos do uso responsável desse recurso vital”, frisa Romain.

Conscientização e parcerias externas 

A Albras também tem implementado métodos para reduzir constantemente o uso de água em suas operações. O primeiro deles, segundo Bernardo Caires, gerente de Meio Ambiente, é no próprio processo de produção do alumínio, que não envolve a utilização direta de água, sendo destinada principalmente ao consumo humano e à troca térmica em torres de resfriamento. Nos últimos cinco anos, a organização alcançou a redução de cerca de 60% no uso indireto de água em relação à produção.

“E para promover a conscientização sobre a importância da preservação hídrica, a Albras integra a educação ambiental em suas atividades diárias. Também realiza fóruns mensais para apresentar os resultados do consumo de água, envolvendo tanto funcionários próprios como terceirizados”, informa Caires.

Campanhas temáticas são frequentemente realizadas para aumentar a percepção de riscos e melhorar a conscientização ambiental de todos os envolvidos. Neste ano, a empresa adotou o tema proposto pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA): A água nos une, o clima nos move.

A Albras desenvolve parcerias e programas externos para impactar positivamente a gestão e preservação dos recursos hídricos em comunidades locais e áreas de influência direta de suas operações. Além disso, é signatária do Selo Ouro do Programa Brasileiro GHG Protocol, iniciativa que fortalece a transparência e o comprometimento da companhia em produzir alumínio de baixo carbono, um dos pilares da sustentabilidade na indústria.

Foto: Divulgação Albras

Quanto às situações de escassez de água, a organização promove um ambiente técnico para conscientização ambiental, incentivando a participação de todos os colaboradores, não importando o nível hierárquico. Este ano, a empresa formou sua primeira turma do programa de Multiplicadores Ambientais, com o intuito de desenvolver a percepção ambiental desde o contexto regional até o papel de cada indivíduo na preservação dos recursos naturais.

“Com esses princípios em mente, o conhecimento é então difundido não somente na área industrial, mas também nos lares de cada um dos envolvidos, deixando assim uma semente importantíssima na nossa comunidade”, cita o gerente de Meio Ambiente da Albras.

Compromisso ambiental e social 

A AMG Brasil tem como prioridade o desenvolvimento de projetos e processos ambientalmente responsáveis, visando ao uso racional dos recursos naturais e ao bem-estar das comunidades em que atua. Entre eles, está o Programa de Uso Racional e Sustentável da Água. 

De acordo com João Augusto Dias, gerente-geral de Segurança, Saúde Ocupacional, Meio Ambiente e Qualidade da AMG Brasil, entre as ações implementadas no programa para garantir qualidade e uso consciente, não só da água, como também da fauna, flora, solo ou ar, estão a instalação de estações de tratamento de efluentes (ETEs) e equipamentos separadores de água e óleo, além do uso de tecnologias para a reutilização efetiva da água nos processos industriais.

“Outra iniciativa é a execução do Plano de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais e Subterrâneas, que, além dos efluentes gerados, constitui uma forma de acompanhamento e verificação da qualidade da água, de modo a atuarmos, preventivamente, em possíveis situações de não conformidade. Na nossa unidade de materiais especiais, por exemplo, contamos com torres para resfriamento da água utilizada nos fornos e outros equipamentos durante a produção de alumínio”, informa Dias.

Para promover a conscientização sobre a importância da preservação da água, a empresa realiza campanhas educativas e eventos para os colaboradores, tanto no ambiente de trabalho como em espaços externos. O calendário anual inclui datas como Dia Mundial da Água e Dia Mundial do Meio Ambiente, entre outras. Conta ainda com ferramentas como cartilhas, palestras e dinâmicas lúdicas. Vale destacar também o Programa de Informes de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (PIS), que permite aos profissionais relatar eventuais desvios e pontos de melhoria nos processos internos.

Além das práticas internas, a AMG desenvolve parcerias e programas externos a fim de impactar positivamente a gestão e preservação dos recursos hídricos em comunidades locais. Campanhas e eventos de sensibilização são promovidos nas escolas públicas e ONGs da região, fortalecendo o compromisso social da empresa.

Foto: Divulgação AMG Brasil

“Apesar de atuar em regiões não afetadas diretamente pela escassez de água, a AMG baseia seu consumo nos estudos ambientais e nas diretrizes dos órgãos reguladores. A empresa utiliza água proveniente de poços artesianos de forma responsável, garantindo o uso sustentável desse recurso mesmo em condições favoráveis”, esclarece o gerente da AMG.

Dias ressalta ainda a utilização de um sistema desmineralizador de água industrial como parte dos processos voltados para o uso racional da água, que funciona para retirar parcial ou totalmente os minerais da água. A água remanescente desse processo é aproveitada em outros procedimentos para produção dos materiais especiais da AMG.

Gestão sustentável da água 

Marcus Vinicius Vaz Moreno, gerente de Meio Ambiente da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), afirma que sua empresa reconhece a importância da água como um dos principais insumos para a indústria de alumínio e operações de mineração. E, por esse motivo, a gestão de água e efluentes faz parte da sua Estratégia ESG (Environmental, Social and Governance).

“Para diminuir o impacto do estresse hídrico e garantir disponibilidade de água para os processos produtivos, temos a meta de reduzir em 20% a intensidade de água nova por tonelada produzida na Fábrica Alumínio até 2030, considerando o ano-base de 2019. Essa meta é acompanhada mensalmente e, caso sejam necessários, são criados planos de ação para ajudar a cumpri-la”, revela Moreno.

A empresa adota diversas iniciativas para a conservação da água, incluindo redução do consumo, aumento da eficiência hídrica e reutilização do recurso. Essas ações envolvem desde a sensibilização dos funcionários até a implementação de tecnologias e práticas de gestão, como identificação de vazamentos e atividades de manutenção e engenharia, entre outras. A CBA também segue cartilhas internas específicas, como a Política de Recursos Hídricos, para garantir uma operação sustentável.

“Além das diretrizes internas, a CBA adere a requisitos legais, critérios definidos na certificação ASI e boas práticas de mercado para o tema. Em 2023, a empresa conquistou a pontuação B no CDP de Segurança Hídrica pelo 2º ano consecutivo, destacando-se como líder em práticas sustentáveis de gestão e conservação da água no setor”, orgulha-se Moreno.

Por meio do Programa de Educação Ambiental (PEA), a CBA promove a conscientização dos seus colaboradores sobre a importância da preservação da água. Palestras, treinamentos e campanhas de comunicação interna são realizados regularmente para destacar a relevância do uso responsável da água e fornecer orientações referentes a práticas sustentáveis. Essas iniciativas almejam informar e inspirar as pessoas a adotar comportamentos sustentáveis no ambiente de trabalho e na vida pessoal.

A CBA colabora com organizações locais e autoridades governamentais para promover a gestão sustentável da água. Participa de igual modo ativamente de comitês e conselhos relacionados ao tema e colabora para o desenvolvimento de boas práticas na comunidade. Destaca-se o Legado Verdes do Cerrado, uma reserva de desenvolvimento sustentável de propriedade da CBA no Norte goiano que contribui com a segurança hídrica da região por meio de pesquisas científicas e práticas de conservação.

Foto: Divulgação CBA

Com abordagem proativa para lidar com situações de escassez de água, a companhia realiza avaliações de risco e desenvolve planos de ação específicos, além de manter o Comitê de Resiliência Hídrica para monitorar e coordenar as ações necessárias.

Chuvas na Amazônia 

A Hydro também participa de iniciativas voltadas para a preservação e conservação dos recursos hídricos. Utilizando o Fundo de Sustentabilidade Hydro (FSH), a empresa apoiou no último ano o Projeto Chuvas da Amazônia, que ensina técnicas alternativas de obtenção de água potável para as comunidades ribeirinhas de Barcarena, no Pará.

Foto: Divulgação Hydro

Esse projeto surgiu da seguinte ideia: a Floresta Amazônica vai além de representar 7% de toda a superfície do planeta e abrigar 10% de toda a biodiversidade do mundo; ela desempenha um papel fundamental no controle da quantidade de chuvas que atingem nosso país e até mesmo nossos vizinhos. De acordo com estudo realizado pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), 25% das chuvas nas regiões Sul e Sudeste são provenientes da região amazônica. Então, por que não aproveitar essa riqueza em benefício próprio?

O projeto foi desenvolvido em quatro etapas distintas: primeiro, realizou-se o diagnóstico socioambiental das comunidades; em seguida, procedeu-se à análise laboratorial da água utilizada; posteriormente, foram realizadas capacitações de educação ambiental e técnicas alternativas para acesso à água potável; e, por fim, foram instaladas estruturas fixas de captação de água da chuva.

Quatro comunidades foram diretamente beneficiadas: Urucuriteua e Anauerá, na Ilha Trambioca, além de São João e São Pedro, na Ilha das Onças. Por meio das instalações comunitárias, 43 famílias foram amparadas, totalizando 165 pessoas atendidas com a construção de quatro estruturas de captação de água da chuva.

“Além das estruturas de captação, oferecemos uma variedade de atividades de educação ambiental para crianças e adultos, incluindo oficinas técnicas sobre construção de filtros e uso de hipoclorito de sódio. Também conduzimos um diagnóstico socioambiental junto às famílias, resultando na produção de uma cartilha. Estamos buscando mais parcerias para dar continuidade ao projeto, pois o feedback das comunidades é extremamente positivo”, afirma Thuany Batista, coordenadora do Projeto Chuvas da Amazônia.

Crédito da imagem de abertura: Pixel Matrix/stock.adobe.com

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