Na última terça-feira, 1º de outubro, foi assinado no Centro Cultural do Alumínio, em São Paulo, o primeiro projeto da aliança estratégica firmada entre a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) no início deste ano. A iniciativa tem como objetivo desenvolver um sistema para estudo comparativo de desenvolvimento de juntas de alumínio em estruturas de veículos automotores e implementos de transporte. O prazo para sua execução é estimado em dezoito meses.
Participam do projeto empresas dos setores do alumínio, automobilístico e de transportes, além do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), que compõe o time de Unidades Embrapii.
Todos os envolvidos tratam a ação como inédita, já que reúne catorze empresas produtoras e usuárias de alumínio e uma instituição de ponta em competência tecnológica. Também exemplo de cooperação, o projeto trará capacitação e benefícios a segmentos de peso da indústria nacional.
“Esse é um projeto modelo para o governo do Estado de São Paulo”, reconhece Marcos Vinícius de Souza, subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico paulista. “A ação envolve diferentes atores em um único ambiente para desenvolver algo complexo, de grande tecnologia. Tem tudo para ser um sucesso e o governo do Estado certamente usará como benchmarking para o futuro.”
“A proposta de reunir empresas para o desenvolvimento de projetos que atendam demandas comuns de mais de um setor é muito importante para o incentivo à inovação no País”, afirma o diretor-presidente da Embrapii, Jorge Guimarães. “A parceria tem um aspecto pré-competitivo importante, que é o trabalho em forma de consórcio. Assim como a disponibilidade de fomento via Embrapii, fundamental para sua realização. A indústria se beneficiará com um conhecimento tecnológico de ponta”, acredita Jefferson de Oliveira Gomes, diretor-presidente do IPT.
“As empresas da cadeia produtiva do alumínio entendem que, para se manterem competitivas, é necessário investir em inovação e tecnologia. É essa ideia que move o nosso acordo. Tenho certeza de que será exemplo e um marco para a indústria nacional, além, é claro, de contribuir com soluções que são prioridade para o nosso segmento”, diz Milton Rego, presidente-executivo da ABAL.
Alumínio e indústria automotiva
O setor automotivo é o maior consumidor de alumínio no mundo. No Brasil, o segmento ocupa a 2ª posição. “É questão de tempo para que, também em nosso país, a indústria de transportes se torne o principal consumidor do metal”, afirma Milton.
“São fabricados por ano, em todo o mundo, 100 milhões de veículos. Cada um deles pesa na faixa de 1,2 a 2 toneladas. A redução de massa, com a utilização de novos materiais, é fundamental para as alterações no processo fabril das montadoras”, completa Jefferson, do IPT.
Kaísa Couto, gerente da Área Técnica da ABAL, explica que os estudos devem comparar o desempenho de técnicas diferentes, unindo alumínio com alumínio ou mesmo alumínio com aço, para soluções estruturais.
“Esses estudos acontecem mundo afora e somos pioneiros em fazer isso de maneira colaborativa no Brasil, identificando e estudando o comportamento dessas junções e permitindo que soluções economicamente mais viáveis e tecnicamente mais interessantes sejam adotadas”, diz.
São empresas parceiras do projeto a Aethra, Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), Esab, FCA-Fiat Chrysler Automóveis, Hydro Extrusion, Maxion Componentes Estruturais, Metalsa, Novelis, Prolind, Randon Implementos e ReciclaBR. Arconic, FSW Brasil e Lord apoiam a iniciativa.
Crédito da imagem de abertura: Associação Brasileira de Alumínio (ABAL)