O Grupo Renault – que reúne as marcas Renault, Alpine e Dacia – anunciou que fabricará compartimentos de baterias de alumínio para os seus veículos elétricos. A instalação das linhas de produção deve começar em 2023, na planta francesa em Ruitz.
A iniciativa se dará por meio de uma parceria com o Grupo Minth – fornecedor global da indústria automobilística sediado na China e que já possui expertise na produção desse componente. As duas empresas assinaram um memorando de entendimento para a criação de uma joint venture.
O compartimento de bateria é a estrutura cujos módulos que contém as células de bateria são acomodados – protegendo-as de impactos e do contato com elementos externos. Por isso, é um componente estratégico para a indústria automobilística no desenvolvimento dos veículos elétricos.
Na arquitetura do veículo, o compartimento de bateria ocupa um espaço relativamente amplo e acrescenta uma considerável massa ao veículo. Este é exatamente um dos motivos pelo qual o alumínio é um material chave na era da eletrificação: sua leveza contribui para ampliar a autonomia do veículo com uma carga de bateria.
A Renault informa que o compartimento de bateria será produzido com peças de alumínio extrudado, unidos por meio do processo de soldagem por fricção (friction welding). Segundos os planos, duas linhas de produção devem ser instaladas até 2025 — com capacidade para produção anual de 300 mil compartimentos.
Um dos modelos elétricos que utilizará os compartimentos produzidos em Ruitz é o Renault 5 – uma releitura 100% elétrica do hatch produzido entre 1972 e 1996, com grande sucesso – apresentado no Salão de Munique de 2021.
Segundo a Renault, a joint venture apoiará o forte crescimento do mercado de veículos elétricos, cenário para o qual o grupo prepara o cluster industrial “Renault EletriCity”, que tem como objetivo produzir 480 mil modelos já em 2025, nas fábricas de Ruitz e Douai, ambas no norte da França.
“Esta joint venture está em linha com a estratégia do Grupo Renault de criar o melhor ecossistema para veículos elétricos próximo de nossas fábricas. Isso nos tornará mais competitivos e eficientes, acelerando nossa transformação industrial e atingindo os objetivos de transição ecológica”, afirma Jose-Vicente de los Mozos, diretor de Proposta de Valor aos Empregados Industriais do Grupo Renault.
A Renault ressalta que a concretização da joint venture ainda depende dos processos legais aplicáveis a este tipo de operação, como a sua apresentação aos órgãos de representantes dos empregados e a possível necessidade de autorização dos órgãos reguladores de concorrência. A previsão é que estas etapas burocráticas estejam concluídas até o início de 2023.
