A revista científica Primates Conservation – que pertence a um grupo de especialistas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) – divulgou um artigo acadêmico sobre o Programa de Monitoramento de Primatas, iniciativa da Mineração Rio do Norte (MRN), na Floresta Nacional Saracá-Taquera, em Oriximiná, no Oeste do Pará.
O estudo, de autoria de Fabiano R. de Melo, Letícia P. Silva e Leandro S. Moreira, descreve questões básicas sobre a ecologia do Saguinus martinsi martinsi (sauim), primata nativo da Amazônia brasileira.
Dados coletados de maio de 2013 a abril de 2014 mostram que grande parte da dieta de um grupo dessa espécie é composta, principalmente, por frutas (84,5%). Além disso, a árvore murici (Byrsonima crispa) foi o recurso mais explorado com relação ao tempo de alimentação (20%).
“Programas de monitoramento contribuem para apontar os padrões biológicos de espécies e auxiliam em estratégias e metodologias de manejo e conservação. A seriedade, o compromisso e a qualidade dessa iniciativa foram fundamentais para torná-la reconhecida internacionalmente. Trata-se de um marco importantíssimo para a conservação da biodiversidade na floresta amazônica”, relata Fabiano de Melo, biólogo e pesquisador da Fundação de Apoio à Pesquisa da Universidade Federal de Goiás (Funape).
Para Raony Alencar, analista ambiental da MRN, um dos pontos positivos do programa é a construção de uma base de dados científicos que vão subsidiar tomadas de decisão com relação à conservação desses e outros primatas na Amazônia.
“Ter feito parte deste programa como pesquisador e hoje como apoiador técnico é muito gratificante. Espero continuar colaborando para o entendimento dos impactos da mineração sobre as populações de primatas e do processo de recolonização dessas espécies nas áreas recuperadas pela MRN”, destaca.
Crédito da imagem: Rodrigo Chaves