Após recorde em 2021, o consumo doméstico de produtos transformados de alumínio sofreu retração de 3,6% em 2022, totalizando 1,53 milhão de t, segundo pesquisa de mercado consolidada pela Associação Brasileira do Alumínio (ABAL). Apesar disso, a retração foi menor do que a esperada pela entidade, de 3,9%, e ficou 2,1% acima de 2019.
“Viemos de dois anos atípicos: 2020, quando houve o impacto da pandemia e fechamos com menos 4,4%; e 2021, que foi fora da curva, com crescimento de 12,6% sobre o anterior. Continuamos apostando no potencial de crescimento do consumo de produtos de alumínio”, explica Janaina Donas, presidente executiva da ABAL.
Desempenho dos principais mercados consumidores no ano passado:
- Latas para bebidas: queda de 4,4%, após cinco anos de altas sucessivas. Os produtos laminados responderam por 840 mil t, com redução de 5,5% sobre 2021.
- Construção civil: recuo de 8,3%, devido ao arrefecimento em produtos extrudados, decorrente da diluição dos auxílios emergenciais e alta da inflação e da taxa de juros.
- Elétrico: atrelado ao cronograma de entrega para linhas de transmissão de energia, recuou 14,4%.
- Bens de Consumo: seguiu a mesma trajetória: queda de 14,1%, que se deve em parte à base alta de comparação com 2021.
- Transportes: cresceu 17,5%, frente a 2021. Esse desempenho é atribuído, principalmente, ao mercado de rodas forjadas de alumínio no transporte de cargas, além de pistões e blocos de motor.
No ano passado, a produção de transformados contou com 1,355 milhão de t de suprimento nacional, redução de 2,8% em relação a 2021. Já as importações caíram 9,8%, com total de 171.800 t, o que representou 11,4% do total fabricado.
Perspectivas
Para 2023, a expectativa da ABAL é de recuperação. A aposta é que se realize ao menos o índice de elasticidade de demanda sobre o PIB do país.
Segundo Janaina Donas, o país está fazendo sua reinserção no mercado global de alumínio, mas prescinde de políticas governamentais de isonomia tributária entre produtos nacionais e estrangeiros.
“Em produtos locais, pagamos 34,3%, enquanto o mesmo produto importado tem carga média de 15,3%. Além disso, há os desequilíbrios provocados por práticas de dumping e subsídios. Não há uma política de defesa comercial efetiva.”
Com informações do Valor Econômico
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