Este ano, a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) optou por um novo conceito para o 9º Congresso Internacional do Alumínio, realizado nos dias 9 e 10 de abril, em São Paulo, norteando o evento em torno de quatro eixos temáticos, todos em consonância com a ideia de que “Juntos, somos…”.
O tema “Juntos, somos potência” foi discutido na parte da manhã do dia 9, trazendo assuntos sobre competitividade e tendências do setor. No painel moderado por Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), apresentaram-se as perspectivas do setor do alumínio no Brasil, discutindo as iniciativas para promover a revitalização da indústria, bem como os desafios e oportunidades para impulsionar o crescimento do setor.
“Uma das soluções seria o olhar mais atento aos processos ambientais, pois diminuiria a morosidade para investirmos na indústria. A Alcoa é um exemplo, pois investimos nas comunidades em que atuamos. É uma maneira de fazer a transformação da nossa indústria associada à transformação social”, afirmou Gisele Salvador, CFO da Alcoa.
José Roberto Canto, sócio-proprietário da ReciclaBR, destacou que a reciclagem no Brasil é referência no mundo inteiro.
“Você vê empresas nacionais e internacionais vindo para a base e investindo nesse setor, o qual promove inúmeros benefícios, como uma economia circular real e a geração de renda para diversas famílias”, pontuou. O executivo ainda lembrou que o Brasil consome mais alumínio secundário do que primário e isso é reflexo da valorização da reciclagem.
Luciano Alves, CEO da CBA, lembrou como a indústria do alumínio pode ser um exemplo nas questões de mudanças climáticas que estão sendo abordadas pelo mundo.
“Temos produtos de baixa pegada de carbono e, na CBA, estabelecemos a meta de reduzir ainda mais a nossa pegada nos próximos anos, ampliando as boas práticas para toda a cadeia de fornecedores.”
Brasil mais eficiente
No painel sob a moderação de Tatiana Ribeiro, do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Andrea Macera, secretária de Competitividade e Política Regulatória do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC); e Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do MDIC, falaram sobre os desafios e oportunidades à competitividade da indústria e iniciativas voltadas para a redução do Custo Brasil.
“Primeiro, precisamos entender os desafios que o Brasil enfrenta. Temos uma produtividade estagnada. E vários fatores que atrapalharam a indústria do alumínio ao longo do caminho”, destacou Tatiana Ribeiro. “Precisamos avançar e captar os investimentos ao redor do mundo para que possamos evoluir em várias cadeias, como descarbonização, regulamentação, logística, insumos etc.”
Andrea Macera, do MDIC, mostrou que a redução do Custo Brasil é contemplado no programa Nova Indústria Brasil. Segundo Andrea, a consulta pública realizada com o apoio da ABAL, composta por dezessete ministérios, BNDES e Finep, contribui com uma série de projetos para melhoria regulatória do setor que vai ajudar no desenvolvimento e na promoção da indústria.
Tatiana Prazeres, por sua vez, defendeu o diálogo entre governo e indústria a fim de entender o que faz sentido para o Brasil e como repensar as políticas de comércio exterior com uma agenda para melhorar o Brasil nesse cenário.
“Todas essas mudanças que vivemos nos últimos anos, como pandemia e conflitos, fizeram com que os países repensassem suas estratégias industriais.”
Tatiana chamou a atenção também para a agenda climática como algo que também nos direciona daqui para frente.
“Essa relação indústria e do comércio com o meio ambiente veio para ficar. E o Brasil, por ser referência energética, tem muito a contribuir”, ressaltou.
Por fim, a secretário de Comércio Exterior do MDIC frisou a importância de uma agenda defensiva no combate às práticas desleais no comércio externo, ressaltando o papel proativo da ABAL nesse sentido. Segundo a integrante do governo, o MDIC vem trabalhando fortemente com a Receita Federal no combate a práticas desleais.
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Foto: Gleysson Soares