A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) acaba de criar um Escritório de Inovação para promover um ecossistema de ideias, tecnologias, metodologias e know-how. Além disso, a empresa firmou contrato com a Accenture – uma das maiores consultorias de gestão, tecnologia da informação e outsourcing – pelo período de 18 meses.
O objetivo é seguir com investimentos em iniciativas de modernização de linhas de produção, Inteligência Artificial (AI), Advanced Analytics, robotização e automatização de processos, mobilidade operacional, integração digital na cadeia com clientes, além de linhas piloto de produção e de prototipagem para desenvolvimento ágil.
“Nós acreditamos que esse é um caminho sem volta. Para ter competitividade de alto nível no futuro, é necessário investir cada vez mais em uma cultura que promova a inovação e as oportunidades de digital. Há 2 anos, iniciamos com o CBA 4.0. Agora, decidimos nos aprofundar de forma ainda mais estruturada e com mais recursos”, comenta Ricardo Carvalho, CEO da companhia.
Equipe multidisciplinar
O Escritório de Inovação da CBA será liderado por Fernando Varella, atual diretor do Negócio Produtos Transformados, que assume também a diretoria de Inovação e Transformação Digital.
A equipe será formada por 14 profissionais de áreas diversas, como Tecnologia da Informação (TI), Mercado e Inovação, Suprimentos, Jurídico e Financeiro, além de integrantes do Projeto Potenciar.
“Não estamos fazendo nada por tendências. É algo que aconteceu da forma como a organização veio se estruturando. Desde o spin-off da CBA com a Votorantim Metais, atual Nexa Resources, iniciamos um projeto de transformação”, explica Varella.
A empresa contratou uma consultoria para entender onde estava nessa jornada de inovação e escolheu atuar por meio de quatro pilares: pessoas, processos, tecnologias e segurança cibernética por meio do CBA 4.0.
Em seguida, a CBA implantou o conceito de mudanças mínimas viáveis (MVCs), agregando inovação em cada uma das áreas. E, por fim, o Projeto Potenciar trouxe o conceito de “catalisador de ideias”.
A nova área vai atuar de forma integrada para levar o desenvolvimento a toda empresa e garantir melhoria dos processos, redução do tempo morto, ganhos de eficiência e produtividade, sempre com foco nas práticas ESG.
Uma das primeiras ações será a realização de workshops de inovação para a geração de ideias e o desenvolvimento de projetos rápidos com retornos rápidos.
“Também vamos promover treinamentos para os profissionais. E, com a ajuda da Accenture, criar uma governança, gerenciar os projetos e acelerar”, explica Varella.
Impressão 3D
A CBA já trabalha no desenvolvimento de um pó de alumínio específico para a manufatura aditiva e no processamento de peças por impressão 3D. A empresa conta com parceria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A criação nacional da matéria-prima pode tornar o modelo de impressões metálicas uma solução viável para a prototipagem e a produção de peças mais leves, resistentes e possibilidades de geometrias complexas.
Supply Digital
Em 2017, a companhia implantou o projeto Supply Digital para otimizar a entrega dos produtos para os clientes e agregar valor ao negócio e aos parceiros.
“Temos um aplicativo para o agendamento das transportadoras. Quando o motorista chega na CBA, ele recebe uma tag que monitora a sua movimentação e tempo de permanência na planta. Depois de coletar o material na Doca, o profissional recebe a nota fiscal na portaria”, explica Luis Carlos Maldaner, gerente de TI da CBA.
Além desse trabalho, a empresa rastreia o movimento do caminhão até a entrega final, o que facilita a localização da mercadoria, melhora o índice de entrega, a satisfação do cliente e a segurança durante o transporte.
Em 2020, o projeto avançou em várias frentes, com o investimento de R$ 968 mil:
- Utilização de tecnologia de Robotic Process Automation (RPA) e Inteligência Artificial (IA);
- Implantação de otimizador para adensamento de cargas;
- Agilidade na homologação de fornecedores, com a implantação de nova plataforma digital;
- Sistema que realiza o monitoramento das composições ferroviárias.
A CBA também faz o uso de Inteligência Artificial em processos e produtos de smelter e refinaria, sala de controle de processos para aumentar a eficiência operacional e qualidade de produto, aumento da sensorização de processos industriais e equipamentos para coletas de informações na operação e consolidação na arquitetura de dados.
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