Caminho Aberto

O transporte rodoviário tem uma importância expressiva no Brasil. Dados atuais da Invepar, grupo brasileiro que opera nos setores de transporte e de infraestrutura, com foco em rodovias, aeroportos e mobilidade urbana, indicam que mais de 60% do volume de cargas transportadas no país cruzam as rodovias sobre rodas.

E o alumínio tem conquistado cada vez mais seu espaço nesse segmento por meio dos caminhões semirreboque silo – o que tem se mostrado uma boa solução para a categoria. No ano passado, a Votorantim Metais concluiu seu primeiro protótipo de caminhão neste modelo – para transporte de carga a granel – feito totalmente em alumínio. O projeto ficou entre os finalistas do Prêmio REI 2015, de Reconhecimento à Excelência e Inovação, realizado pela publicação especializada Automotive Business.

O protótipo levou cerca de um ano para estar disponível e se encontra em fase de conclusão de testes práticos com o resultado esperado. “O desenvolvimento de implementos rodoviários como o tipo silo a partir das novas ligas de alumínio propicia uma capacidade maior de carga quando comparado a similares em aço”, conta Giuliano Fernandes, gerente comercial para o segmento de transportes da Votorantim Metais-CBA. O modelo em alumínio fica quase 2 toneladas mais leve em relação aos convencionais – e a diferença de peso pode ser convertida, por exemplo, em aumento de carga. “Os silos da CBA transportam 75 mil toneladas mensais de óxido de alumínio e a leveza do caminhão silo ajuda na redução dos custos”, conta.

Fernandes também ressalta outras vantagens específicas que o alumínio proporciona, como boa resistência e menor densidade. “Além disso, o alumínio pode também oferecer menor necessidade de pintura ou outros tratamentos de superfície, gerando economia e permitindo melhor acabamento superficial com excelente resistência à corrosão” diz.

Apesar do recente projeto da Votorantim Metais-CBA, o uso do alumínio não é novidade no setor no Brasil. A Rhodoss Implementos Rodoviários, do grupo Rodolinea, trabalha com o material desde 2007 e hoje também produz esse modelo totalmente em alumínio. “Existe um crescimento do uso no segmento devido ao ganho de tara, conservação, durabilidade, manutenção e higiene”, afirma o diretor de marketing da marca, Kimio Mori, que aponta que para cada modelo são empregados 2.500 kg do metal.

O caráter asséptico do alumínio tem sido muito benéfico ao segmento e estimulado mercado. Inicialmente teve como produto inicial para transporte o polipropileno granulado usado em injeção de plástico. Porém, está sendo muito utilizado no transporte de grãos, farinha de trigo, farelos e alimentos granulados no processo de industrialização de alimentos.

“Por exemplo, a Pepsico transporta milho em grãos para a fabricação dos salgadinhos Elma chips. O alumínio facilita a higienização do veículo e evita a contaminação do produto no transporte, além do fato de que no implemento basculante a descarga é efetuada sem contato manual”, explica Mori.

Na América do Sul, a Novelis fornece alumínio para a aplicação em silos, há mais de dois anos. Nos Estados Unidos e na Europa, a participação do alumínio em caminhões tanque para transporte de combustível, por exemplo, já é consolidada – dados da Associação Europeia de Alumínio, quase a totalidade de semirreboques silo são feitos com alumínio. Já no Brasil, deve ganhar mais espaço, pois há uma demanda por redução de peso nos caminhões.

“Ao comparar um caminhão de aço e outro de alumínio, do mesmo tamanho, há uma redução de peso de 15%, o que resulta em um consumo menor de combustível, aumento da vida útil do veículo e ganhos logísticos, pois se transporta maior quantidade de produto sem ultrapassar os limites de peso estabelecidos por lei”, explica o gerente comercial de especialidades da Novelis, Claudio Leite.

Apesar de o metal se mostrar uma solução eficiente, o setor não está imune à crise que acomete o país no momento e, principalmente os caminhões pesados, têm sofrido forte impacto. A Novelis aponta como dado do mercado que a quantidade de chapas de alumínio para o segmento de transportes no primeiro semestre deste ano foi 16% menor que no mesmo período do ano passado.

No entanto, as empresas se mostram otimistas, tendo em vista o potencial do mercado. Para Mori, o metal faz toda a diferença na produção desses caminhões. “Sem o uso do alumínio esse produto não seria viável em nível de aplicação. Trabalhar com alumínio requer mais cuidado, porém, o resultado é excelente”, diz.

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