De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), a frota de veículos eletrificados no Brasil ultrapassou a marca de 100 mil unidades ao final do mês de julho de 2022.
A contabilização inclui modelos 100% movidos à bateria e híbridos — que combinam motores à combustão e elétricos. Em 2022, nos sete primeiros meses do ano, foram comercializadas 23.033 unidades de veículos leves eletrificados.
O número representa um aumento de 31% em relação aos 17.524 registrados no mesmo período do ano anterior. A expectativa é que esta tendência continue e ganhe força nos próximos anos, com os eletrificados atingindo o protagonismo no mercado em pouco mais de uma década.
Estudo realizado em 2021 pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) em parceria com o Boston Consulting Group, por exemplo, aponta que os elétricos podem representar 62% das vendas no Brasil em 2035. Até lá, a frota eletrificada em circulação deve chegar a 5,5 milhões de unidades.
Impacto na rede
Uma grande preocupação frente ao aumento expressivo do número de carros elétricos nas ruas é o impacto na rede de energia elétrica. O temor é que a demanda provoque possíveis apagões no fornecimento.
Para entender melhor a questão, a General Motors encomendou um estudo junto à consultoria Kearney e os resultados foram revelados no mês de agosto.
A principal conclusão é que os automóveis elétricos não terão impacto significativo no sistema de fornecimento de energia. Eles seriam responsáveis pelo consumo de apenas 2% a 3% de toda a energia elétrica produzida no país.
“Vale destacar que aproximadamente quatro em cada cinco usuários de carro elétrico costumam carregar seus veículos em casa, à noite, quando o consumo de energia na rede é menor, pois é o período em que boa parte das pessoas repousam, indústrias param e comércios fecham”, explica Glaucia Roveri, gerente de Desenvolvimento de Infraestrutura de Veículos Elétricos GM na América do Sul.
Além disso, a executiva lembra que o próximo passo na evolução desses carros será a sua integração ao sistema elétrico. Dessa forma, eles poderão fornecer energia armazenada em suas baterias para alimentar residências — e até a própria rede elétrica — em horários de pico.
Tal flexibilidade reduziria o risco de sobrecarga no sistema, ainda que haja uma frota bem mais numerosa de veículos eletrificados em circulação pelo Brasil.
A General Motors ainda fez uma comparação do consumo de seu Bolt EV com alguns eletrodomésticos. O modelo 100% elétrico utiliza uma bateria de 66 kWh, que oferece 459 quilômetros, em média, de autonomia.
Uma carga completa do Bolt equivale ao consumo mensal de uma geladeira de tamanho intermediário e alta eficiência. E um proprietário que rodar 1.200 km por mês gastará 170 kWh de energia — o mesmo que um computador de mesa ligado durante todo o mês.
Alumínio é material estratégico
Os pacotes de bateria adicionam uma massa considerável aos veículos. Além disso, são componentes delicados, que precisam ser protegidos em estruturas extremamente resistentes. Nesse cenário, a combinação de leveza e resistência do alumínio se mostra imbatível.
O metal aparece com destaque na estrutura de carroceria, painéis de fechamento e compartimentos de bateria, dentre outros, oferecendo segurança e possibilitando a ampliação da autonomia.
Além disso, a temperatura das baterias precisa ser mantida sob um controle rigoroso — a capacidade de troca de calor do alumínio também é ideal para o adequado resfriamento.
Não é à toa, portanto, que o alumínio é o material estratégico no segmento dos veículos 100% elétricos.
Foto de abertura: General Motors