O Brasil reciclou 100% das 390.200 t de latas de alumínio para bebidas comercializadas no ano passado. Trata-se do maior índice registrado desde o início da aferição em 1990.
Os dados foram consolidados pela Recicla Latas – entidade gestora – após apuração realizada pela Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) do volume de sucata de latas coletadas e recicladas e do volume de latas vendidas informado pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas).
“Esse resultado consolida a posição do alumínio como uma solução mais vantajosa em matéria de sustentabilidade e economia circular. O protagonismo da indústria brasileira do alumínio na cadeia de reciclagem de latas para bebidas é resultado direto da aposta feita pelo setor nos últimos anos, na realização de investimentos para ampliação do número de centros de coletas, e na modernização das fábricas de reciclagem”, comemora, Janaina Donas, presidente-executiva da ABAL.
De acordo com a dirigente, também contribuem para esse resultado o valor social e a importância estratégica da cadeia de reciclagem de alumínio, “além do fato de contarmos com um sistema de logística reversa que privilegia a cooperação entre governo, indústria, a sociedade e as cooperativas de catadores”, explica Janaina Donas, presidente-executiva da ABAL.
Em 2022 o volume de vendas de latas apresentou queda maior do que o total coletado. Por isso, o resultado indica um provável aumento do consumo de estoque na cadeia.
“O importante nesse cenário é que a indústria brasileira do alumínio tem pronta capacidade, tanto de reciclagem como de produção de chapas de alumínio para atender as necessidades do mercado nacional”, completa Janaina.
Vantagens do alumínio
O alumínio pode ser infinitamente reciclável e o ciclo de vida útil da lata é de sessenta dias. O processo de reaproveitamento reduz em 95% as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e o consumo da energia elétrica gasta em relação a produção do alumínio primário.
Além do índice de reciclagem de latas de alumínio para bebidas, o percentual de recuperação da sucata no Brasil (55,4%) também está entre os mais altos do mundo.
Desafios
De acordo com a ABAL, ainda existem fronteiras a serem exploradas, para o pleno aproveitamento das vantagens e benefícios proporcionados pela reciclagem de alumínio.
O Brasil precisa avançar em discussões para ampliar a atividade com a implementação de instrumentos de fomento que não produzam distorções no mercado, incentivem a rastreabilidade e permitam reduzir a informalidade do segmento e acesso ao metal de fonte secundária.
Há ainda desafios associados à medição da disponibilidade e da reciclagem de produtos com vida útil esgotada, a exemplo dos produtos extrudados e bens de consumo, assim como na coleta e seleção de produtos multimateriais.
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