Na quinta-feira, dia 10 de novembro, o portal Indústria Verde, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), publicou o artigo “O alumínio brasileiro e sua contribuição para os esforços de transição para uma economia de baixo carbono”, de autoria de Janaina Donas, presidente-executiva da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL).
No texto, a dirigente ressalta que os setores industriais eletrointensivos, como o alumínio, vêm investindo em iniciativas para impulsionar a redução das emissões setoriais e a reinserção do país na cadeia global, uma vez que os esforços em descarbonização também se convertem em vantagens competitivas.
Segundo o artigo, estudo encomendado pela ABAL mostra que o setor do alumínio no país já atua com intensidade carbônica 3,3 vezes inferior à média global. As emissões do berço ao portão – que considera da extração de bauxita até a fabricação do alumínio – ficam entre 2,75 e 3,5 tCO2e/t, enquanto a média mundial varia de 9,7 a 11,7 tCO2e/t.
Devido aos investimentos realizados pelas empresas brasileiras que atuam no setor, na diversificação da matriz energética utilizada para a produção do alumínio, a partir de fontes limpas e renováveis (mais de 80%), a intensidade de emissões corresponde apenas à etapa de redução, entre 4,5 e 6,5 tCO2e/t, contra 16 tCO2e/t na média global.
“Sabemos que a descarbonização do setor exigirá mais do que a transição para energias renováveis. É preciso também endereçar soluções para cerca de 30% a 35% das emissões diretas. E as tecnologias que permitirão à indústria mitigá-las já estão em desenvolvimento”, afirma Janaína.
Outro caminho para descarbonização do setor, de acordo com a publicação, abrange medidas de promoção de circularidade de materiais e uso eficiente de recursos.
Atualmente, os índices de recuperação de sucata de alumínio no Brasil figuram entre os maiores do mundo. Do total de alumínio consumido no país, 54,7% vêm da reciclagem, contra aproximadamente 30% da média mundial. Soma-se a isso o recorde histórico na reciclagem de latas para bebidas, que alcançou 98,7% em 2021.
Recentemente, o setor do alumínio também assinou um Protocolo de Cooperação Técnica com o Ministério do Meio Ambiente para apoiar, com estudos técnicos e diagnósticos, a elaboração de um plano setorial de mitigação.
“A criação de um ambiente regulatório favorável aos investimentos é essencial para impulsionar o desenvolvimento e a escala de tecnologias que permitirão a indústria alcançar zero líquido até 2050”, destaca Janaina Donas.
Por fim, a dirigente da ABAL alerta sobre a necessidade de desenvolver políticas públicas que assegurem o tratamento isonômico aos produtos nacionais e importados, para evitar a fuga de emissões e desvios de comércio que prejudiquem a competitividade da indústria nacional.
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