Após muita expectativa, a Ferrari apresentou a Purosangue, seu primeiro utilitário-esportivo. A marca italiana, no entanto, preferiu chamar a novidade de “esportivo de quatro portas”. Nomenclaturas à parte, um dos destaques do modelo é a elevada rigidez estrutural, obtida em boa medida pelo uso do alumínio.
O modelo tem uma carroceria do tipo spaceframe, composta por uma estrutura treliçada tridimensional. A parte inferior é construída com ligas de alumínio de alta resistência, acopladas a uma estrutura superior fechada, formada por extrusões conectadas por peças fundidas.
Tais características permitem que o chassi da Purosangue seja mais leve na comparação aos modelos de quatro lugares anteriores da Ferrari, como a Califórnia e a Portofino, apesar de sua dimensão maior. Além disso, proporciona uma rigidez torsional 30% superior, o que também contribui para melhorar a segurança e o nível de conforto, já que permite uma rodagem mais silenciosa e suave.
Pesando pouco mais de duas toneladas (2.033 kg), a Ferrari Purosangue também é mais leve que seus concorrentes diretos. O Porsche Cayenne pesa 2.175 kg em sua versão mais “magra”, já o Lamborghini Urus, 2.200 kg. Por sua vez, o Aston Martin DBX chega aos 2.245 kg, enquanto o Bentley Bentaygaatinge 2.500 kg e o Rolls-Royce Cullinan, 2660 kg.
O alumínio ainda se faz presente nos painéis de fechamento. A carroceria, por sua vez, utiliza peças em fibra de carbono (o teto, por exemplo, visando a rebaixar ao máximo o centro de gravidade) e aço de alta resistência em certos pontos.
Segundo a Ferrari, a estratégia de construção multimaterial garante a maior resistência possível em pontos críticos, em que as cargas são diretamente aplicadas, e máxima leveza em regiões que não são submetidas a estresse.
A distribuição de peso foi outra obsessão da montadora no projeto do novo carro, pois a performance deveria manter o alto nível dos demais modelos da marca. No final, 49% do peso está concentrado sobre o eixo dianteiro e 51% no traseiro.
Isso só foi possível instalando o motor V12 de 725 cavalos na dianteira (sem nenhum tipo de eletrificação, que pode vir mais adiante), enquanto a transmissão automatizada de dupla embreagem foi deslocada para a traseira.
O modelo conta também com tração integral, mas o sistema deixa de impulsionar as rodas dianteiras quando a transmissão está acima da quarta marcha ou se a velocidade for superior a 200 km/h. Segundo a Ferrari, a Purosangue atinge 310 km/h de velocidade máxima, levando 3,3 segundos para chegar aos 100 km/h, partindo da imobilidade.
Outro detalhe curioso do modelo são as portas traseiras no estilo suicida: abrem-se no sentido contrário ao tradicional e facilitam o acesso dos passageiros aos dois bancos individuais na traseira. No visual, o modelo tem traços inspirados na Ferrari Roma, cupê lançado em 2019.
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