No dia 21 de agosto, semana passada, o dólar voltou a ultrapassar a marca dos R$ 4, o que não acontecia desde março de 2016. Enquanto produzíamos este texto, na tarde de 27 de agosto, a moeda norte-americana valia 4,08. Segundo especialistas ouvidos por uma reportagem do UOL, a instabilidade da moeda deve permanecer até pelo menos o fim das eleições presidenciais no Brasil.
Claro que fatores externos, como a crise cambial na Turquia e a expectativa sobre os juros dos Estados Unidos interferem, mas, segundo economistas consultados, investidores financeiros estão inseguros quanto à política econômica do próximo presidente.
Diante de tamanha indefinição, os especialistas ouvidos pelo UOL apostam em um valor de dólar bastante indefinido, podendo baixar para a casa dos R$ 3,60 (caso algum candidato que defende a austeridade fiscal, o controle dos gastos público e inflação, o pouco intervencionismo na economia etc. decole nas pesquisas) ou subir ainda mais. Segundo o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (27) pelo Banco Central, a estimativa é que o dólar encerre 2018 valendo R$ 3,75.
Como fica a balança comercial diante do dólar alto?
É inevitável falar em dólar e não relacionar o assunto à balança comercial. Segundo dados do Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgados nesta segunda-feira, até 26 de agosto, a balança comercial registrou superávit de US$ 37,165 bilhões. O resultado é 21,2% inferior ao notado no mesmo período de 2017, quando o saldo positivo da balança foi de US$ 47,187 bilhões.
No acumulado do ano, as exportações cresceram 7% em relação ao ano passado, somando US$ 152,682 bilhões. Já as importações somam US$ 115,517 bilhões (aumento de 21% em relação ao mesmo período de 2017).