Janaina Donas, presidente-executiva da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), participou, na última semana, do programa Visões ESG, da Rádio BandNews FM do Rio de Janeiro. Na entrevista, ela destacou os benefícios do alumínio para diversos setores e enfatizou o papel fundamental desse metal na busca de uma economia de baixo carbono.
Além disso, Janaina ressaltou as características únicas do alumínio, como leveza, versatilidade, resistência mecânica e alta reciclabilidade. Essas qualidades garantem uma vida útil prolongada aos produtos e contribuem para a descarbonização dos mercados consumidores.
A entrevista também abordou o panorama do alumínio no Brasil e no mundo. A presidente da ABAL afirmou que o setor está em um momento promissor para o reposicionamento do Brasil na cadeia global de suprimentos, com uma expectativa de crescimento cada vez mais acentuada.
“Ao analisarmos os dados internacionais sobre o crescimento da demanda por produtos de alumínio, observamos projeções de estudos de organismos como o International Aluminium Institute que preveem um aumento de cerca de 40% na demanda global. Esse impulso está diretamente ligado à descarbonização e à forma como o alumínio pode contribuir para os esforços de diversos setores”, afirmou.
No entanto, segundo Janaina, o consumo per capita de alumínio no Brasil, de 7,3 kg por habitante, ainda está muito abaixo da média global, de 22,4 kg, indicando um grande potencial de desenvolvimento para o mercado brasileiro.
Brasil à frente
De acordo com a presidente da ABAL, o aumento da demanda por alumínio será suprido no Brasil por duas fontes: produção primária e reciclagem. Atualmente, cerca de 60% do consumo brasileiro de alumínio já provém da reciclagem, demonstrando a liderança do País nesse processo.
No que diz respeito à produção primária de alumínio, o Brasil está em processo de recuperação, com foco em práticas sustentáveis e tecnologias de descarbonização. A utilização de fontes de energia renováveis na produção primária confere ao País uma vantagem competitiva em relação a outros mercados.
“E quando a gente olha as vantagens existentes no Brasil e o fato de ter uma matriz energética limpa, é um grande atributo. E isso é um dos motivos pelos quais hoje o País tem uma intensidade carbônica que chega a ser 3,3 vezes menor que a média global, justamente por conta do tipo de energia utilizada no nosso processo”, considerou.
Práticas ESG no setor
Janaina demonstrou ainda que o ESG está intrínseco à indústria do alumínio há muito tempo. Atualmente, o foco das discussões está na descarbonização, mas as práticas de ESG abrangem aspectos ambientais, sociais e de governança.
No âmbito ambiental, destacam-se tecnologias de produção mais limpas e eficientes, uso compartilhado do solo, recuperação de áreas mineradas, reciclagem, aumento da circularidade dos produtos e reaproveitamento de insumos como a água.
O tripé social envolve a construção de legados e a geração de valor compartilhado com as comunidades locais. Programas sociais são adaptados às necessidades específicas de cada realidade, e há um foco no desenvolvimento de capacidades, capacitação de trabalhadores e promoção da diversidade.
Já a governança está relacionada ao controle da cadeia de custódia, ao uso do poder de compra para elevar padrões de respeito ao meio ambiente e às pessoas e ao alinhamento com compromissos internacionais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
“A atividade de mineração no Brasil emprega práticas vinculadas ao que é o estado da arte para a mineração, reconhecidas, inclusive, internacionalmente”, frisou.
Foto: reprodução