Com cerca de 1,1 milhão de habitantes, São Luís, capital do Maranhão, foi fundada por franceses em 1612 e está localizada em área insular, na Ilha Upaon-Açu – antes ocupada por povos indígenas.
O seu nome é uma homenagem ao então rei da França, Luís XIII, que governou o país de 1610 a 1643. No entanto, a região logo foi ocupada por holandeses, e, por fim, colonizada pelos portugueses.
Em 1984, o Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar) se instalou na cidade e tem se destacado pela geração de empregos e renda no estado.
São Luís ainda mantém as marcas da presença europeia. O conjunto arquitetônico do século 17, formado por casarões revestidos por azulejos portugueses, lhe rendeu o título de Patrimônio Mundial da Humanidade em 1997, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
No mês de julho, o município também dá lugar ao som das matracas, pandeirões e indumentárias do bumba-meu-boi, festa de tradição afro-indígena que se junta a outras manifestações folclóricas.
Chegada da Alumar
O plantio de um ipê-amarelo é o símbolo do início do novo empreendimento que traria investimentos, crescimento sustentável, geração de emprego, renda e desenvolvimento para o estado do Maranhão.
O lançamento da pedra fundamental do Consórcio Alumar ocorreu em julho de 1980, após seis meses de negociações entre a Alcoa e o governo estadual. O investimento destinado à construção foi de US$ 1,3 bilhão.
Em janeiro de 1984, o navio Alamoa inaugurou o Porto da Alumar, descarregando matéria-prima para o refino da bauxita. Com toda a linha de produção em pleno funcionamento, em agosto do mesmo ano houve a inauguração oficial da companhia, com capacidade de produção de 500 mil t por ano de alumina e 100 mil t por ano de alumínio.
Segundo Walmer Rocha, diretor-geral da Alumar, a opção pelo Maranhão foi motivada pela posição estratégica da ilha de São Luís. Localizada no Golfo Maranhense, no litoral norte do país, mostrava-se ideal para a instalação de um complexo de produção de alumina e alumínio.
“Além de estar próxima das fontes de energia e da principal matéria-prima [a bauxita, no Complexo de Trombetas], São Luís tinha a vantagem adicional da vizinhança com os grandes mercados e já contava com o Porto do Itaqui, um dos melhores do mundo, facilitando o recebimento de matérias-primas e o escoamento da produção”, comenta o executivo.
O consórcio
A Alumar é formada por um consórcio de empresas com tradição na área de mineração, refino e processamento de metais, com diferentes participações nas duas fábricas que compõem o complexo:
- Refinaria: Alcoa (54%), Rio Tinto (10%) e South32 (36%).
- Produção de alumínio: Alcoa (60%) e South32 (40%).
O Porto da Alumar movimenta cerca de 15,3 milhões de t por ano. A refinaria tem capacidade de produção de 3,8 milhões de t por ano de alumina.
Em 2021, o Consórcio anunciou o reinício da produção de alumínio, com investimento de cerca de R$ 400 milhões e geração de mais de 2.250 empregos no estado.
A fábrica, já em funcionamento, deverá alcançar a capacidade total de produção de 447 mil t métricas de alumínio por ano no primeiro semestre de 2023 e será abastecida com energia 100% renovável.
Mão de obra local
O impacto positivo da Alumar na economia regional se fez sentir desde o primeiro momento: as obras imprimiram uma nova dinâmica ao sistema produtivo local, a partir da abertura de vagas de emprego para um grande contingente de trabalhadores.
Nos momentos de pico, em 1983, chegou-se a contratar 14 mil pessoas e mais de 1.000 empresas como fornecedoras de equipamentos, materiais e serviços.
Atualmente, entre operação e projetos de crescimento e grandes manutenções anuais, há cerca de 7 mil colaboradores diretos e indiretos. Desses, cerca de 93% são maranhenses.
Entorno
O relacionamento com as comunidades vizinhas se mantém integrado à política do Consórcio desde a fundação. Em 2022, o investimento aproximado em programas e projetos para a comunidade chegou a R$ 13,5 milhões.
São centenas de projetos e ações comunitárias realizadas beneficiando milhares de pessoas. Além disso, o programa de voluntariado multiplica a capacidade de promoção social junto à população, especialmente as comunidades de baixa renda.
Em parceria com o Instituto Alcoa, o Consórcio ainda promove o desenvolvimento das comunidades por meio da educação e geração de emprego e renda. Também realiza cursos de qualificação profissional, os quais já beneficiaram mais de 1.000 pessoas desde 2016.
Ações socioambientais
A Alumar possui diversos processos e programas ambientais com foco no uso responsável de recursos naturais, a fim de preservar o meio ambiente e garantir a sustentabilidade para futuras gerações.
O sistema de Gestão Ambiental do local é certificado pela ISO 14001. A companhia já conquistou os prêmios ‘Benchmarking Ambiental’ e do Instituto Internacional e Socioambiental Chico Mendes por seis anos consecutivos. Além disso, recebeu a certificação ASI (Aluminium Stewardship Initiative) que é o mais importante selo de sustentabilidade na cadeia de valor do alumínio.
Paralelamente às atividades de gestão ambiental da produção da fábrica, a Alumar permite atividades de coleta e cultivo por parte das comunidades vizinhas. Para isso, possui um espaço sociocultural, técnico-científico e educacional que visa preservar, conservar e recuperar os ambientes naturais, além de promover a implementação do manejo sustentável.
Com 1.800 ha, o Parque Ambiental é um dos maiores dentro de uma área industrial. A estrutura mantém instalações para oficinas de educação ambiental que incluem visitas guiadas pelas trilhas de interpretação da natureza. Desde a sua inauguração, há 27 anos, já recebeu mais de 163 mil visitantes.
Diversidade e inclusão
O Consórcio se destaca como empresa inclusiva e que valoriza a diversidade, garantindo aos colaboradores igualdade perante as oportunidades, independentemente de gênero, etnia, raça, cor, deficiência, religião ou qualquer outra característica.
Entre as iniciativas, estão quatro grupos de inclusão:
- AWN (Rede de Mulheres da Alcoa);
- Eagle (Alcoa pela Igualdade LGBTQIA+);
- Aware (Alcoanos e Alcoanas Trabalhando Ativamente para a Equidade Étnico-Racial);
- Able (Alcoanos e Alcoanas indo além de expectativas limitantes).
A valorização das pessoas reflete a política da empresa que envolve a promoção de uma cultura inclusiva, com base no respeito, igualdade de oportunidades e diversidade.
Em 2022, o Consórcio iniciou mais dois importantes programas de inclusão e diversidade para treinamento e contratação de novos colaboradores:
- “Avisa que são elas”, direcionado a 50 mulheres para a fábrica de alumínio;
- “Meu lugar é aqui”, que admitiu 53 pessoas com deficiência.
Como resultado desse esforço em diversidade e inclusão, ao longo dos anos, 64% dos colaboradores são negros e há, aproximadamente, 22% de mulheres trabalhando na operação.
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