A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) dá início, neste mês de abril, à operação de um novo sistema de tratamento dos resíduos decorrentes da produção de alumina em sua refinaria, que, agora, passa a ter a disposição a seco, em substituição ao processo úmido.
De acordo com a empresa, o investimento total no projeto é de, aproximadamente, R$ 500 milhões. Para alterar a disposição de resíduos, a CBA instalou três filtros-prensa, responsáveis por retirar uma fração de líquido dos resíduos antes de serem depositados na Barragem do Palmital, localizada na fábrica da cidade de Alumínio (SP).
Mais segurança e reaproveitamento dos resíduos
Com menos líquido, a parte sólida desses materiais passa de 45% para 75%, e a barragem fica mais seca e ainda mais segura. O projeto também possibilita o aproveitamento do resíduo de bauxita da barragem para a produção de cimento, o que poderá permitir a eliminação da disposição do resíduo no local. Hoje, a refinaria produz por volta de 1.500 t diárias de resíduos.
“A utilização de resíduos como matéria-prima de um novo produto ou processos industriais tem sido cada vez mais valorizada e amplia a circularidade da cadeia produtiva. Além disso, a disposição de resíduos a seco é uma alternativa importante, representando um aumento ainda maior de segurança da barragem”, afirma Luciano Alves, CEO da CBA.
De acordo com o executivo, o processo de disposição de resíduos a seco ainda permite o aumento de vida útil da estrutura em, aproximadamente, vinte anos, quando terminará a fase de descomissionamento da barragem, passando ao reflorestamento da área. Outra vantagem da tecnologia está em reaproveitar insumos, como a soda cáustica presente no resíduo de bauxita, o que melhora a excelência operacional e reduz custos.
Compromisso firmado
Em sua estratégia ESG, a CBA traz uma meta específica para zerar a disposição de resíduos em barragens até 2030, com a utilização em produtos de cimento. Além disso, desde 2018, a companhia utiliza uma outra tecnologia que permite que a água do interior do reservatório seja tratada e reutilizada na refinaria. A inovação diminuiu em 81% o volume de água no interior da barragem.
“As barragens da CBA são construídas com rigor técnico e operadas com nível de segurança acima do exigido por lei para assegurar a estabilidade das estruturas, com laudos emitidos por órgãos fiscalizadores e por consultores especializados independentes. A redução do volume de água no interior das barragens torna essas estruturas ainda mais seguras e é parte do plano ESG 2030”, enfatiza Leandro Faria, gerente-geral de Sustentabilidade da companhia.