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Setor de esquadrias de alumínio adapta-se ao novo cenário no Brasil

Durante live promovida pela Afeal, executivos abordam as ações anticrise

A Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal) realizou na última quarta-feira, dia 17 de junho, uma transmissão ao vivo com a participação de lideranças da Assa Abloy Brasil, Hydro Extrusion, Perfil Alumínio e 3A Alumínio. A partir do tema Virando o jogo, os executivos abordaram as principais mudanças na indústria desde o início da pandemia, além de novas tendências de mercado.

Segundo Alexandre Casasco, diretor Comercial da Perfil Alumínio, um dos primeiros desafios da crise sanitária é o aumento da inadimplência.

“Isso afetou diretamente o nosso caixa. Vendemos para um nicho de mercado extenso, o qual contempla de grandes a microempresas. Abrimos outros tipos de linha de crédito para ter recebimento melhor”, explica Casasco.

Além das novas formas de pagamento, a indústria também percebeu mudanças de hábito que devem se perpetuar no futuro.

“Observamos a não necessidade de o nosso cliente, fabricante de esquadrias, vir até a empresa para comprar. Ele pode passar o pedido via WhatsApp, e-mail ou telefone. Estamos pensando em alternativas e trabalhando com hora marcada. Com isso, o cliente tem mais tempo para se dedicar aos negócios dele”, considera o diretor da Perfil.

Durante a pandemia, as reuniões virtuais também se intensificaram, além da adoção do sistema de home office para os funcionários da área administrativa. Para Casasco, esse novo modelo de trabalho deve virar realidade no mercado.

“Até as construtoras já estão pensando em construir espaços para coworking nos empreendimentos”, complementou.

Aposta no Brasil  

A Hydro Extrusion, a partir da matriz norueguesa da Hydro, se preparou antes mesmo chegada do novo coronavírus ao Brasil. Isso porque pôde criar os protocolos de segurança a partir das ações implementadas nas plantas da Ásia.

“Não existe mundo pós-Covid-19. Existe mundo com Covid-19”, alerta Sérgio Vendrasco, vice-presidente de Tubos de Precisão da Hydro Extrusion para a América do Sul.

Desse modo, afirma o executivo, as empresas que não se adaptarem à nova realidade, não importam as áreas, não vão conseguir sobreviver.

“Nós acreditamos muito no mercado brasileiro. Houve a aquisição da Arconic no auge da crise. Além disso, o nível de investimento nas plantas foi aumentado, pois ao final da crise precisaremos estar mais preparados para atender os nossos clientes”, salientou Vendrasco.

Porém, mesmo em meio a um cenário repleto de desafios, o profissional da Hydro Extrusion enxerga oportunidades.

“O brasileiro tem muita criatividade e capacidade de inovação. Na Hydro, fazemos atualmente produtos que antes eram inimagináveis, tais como ferramentas complexas e peças de ligas superespeciais que exportamos para a Ásia”, relatou.

Outro fator que pode ajudar a indústria brasileira é a redução da dependência da China.

“Há clientes que compram da China e agora estão aumentando os volumes conosco. Muitas empresas, de diferentes mercados, viram-se desabastecidas por conta dessa dependência”.

Essa é uma tendência mundial, na opinião de Alberto Cordeiro, presidente da Afeal e diretor da 3A Alumínio.

“Por uma questão de gestão de risco, a indústria nacional vai ganhar força”, justifica. No entanto, é necessário fazer investimentos. “A indústria foi sucateada por muito tempo. Precisamos mostrar para o governo a importância dos nossos setores para ter uma representatividade maior no PIB [Produto Interno Bruto] em termos de investimentos. O momento é bom para isso”, pontuou o dirigente.

Luiz Buzzo, presidente do Grupo Assa Abloy, comentou que nos empreendimentos comerciais há tendências que foram aceleradas, como as portas com abertura automática, soluções mecânicas de baixo custo para abrir as portas com os pés, entre outras.

“Tudo para que os empreendimentos estejam capacitados a atender as novas demandas”, disse. Além disso, com o trabalho remoto, ele acredita que muitas pessoas irão migrar para outras cidades, com qualidade de vida melhor, impulsionando sim reformas e adaptações.

O PIB da construção civil, um dos principais setores consumidores de esquadrias de alumínio, que ficou em queda durante muito tempo, também foi impactado pela crise sanitária.

“Como as pessoas estão mais em casa, se o crédito estivesse disponível, geraria mais valor para a nossa cadeia”, conclui Buzzo.

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