Mercedes-Benz VISION EQXX, Exterieur Mercedes-Benz VISION EQXX, exterior

Vision EQXX, o Mercedes-Benz elétrico de alumínio que tem mil quilômetros de autonomia

Conceito tem soluções para redução de peso, como assoalho traseiro em peça única de alumínio fundido, coeficiente de arrasto baixíssimo e drivetrain supereficiente

A Mercedes-Benz apresentou, logo no início de 2022, o seu mais novo carro-conceito, o elétrico Vision EQXX — o modelo mais eficiente da marca alemã já produzido até hoje. A autonomia é o seu grande destaque, com capacidade para rodar mais de mil quilômetros com uma única carga de bateria, no ciclo WLTP — o novo padrão mundial de homologação de automóveis. 

Para chegar na impressionante marca, a Mercedes afirma que trabalhou para tornar o sistema de propulsão elétrico mais eficiente. Reduzindo perdas, a montadora desenvolveu a aerodinâmica e promoveu a diminuição de peso em todos os aspectos possíveis — nesse último ponto, é claro, com a participação decisiva do alumínio. 

“Apenas um ano e meio atrás nós começamos este projeto, cujo objetivo era criar o Mercedes-Benz mais eficiente já construído até hoje, com um consumo de energia inferior a 10 kWh a cada 100 quilômetros”, lembra Ola Källenius, presidente do Conselho de Administração da Daimler AG e Mercedes-Benz AG

 

 

Assoalho traseiro em peça única
O destaque do conteúdo de alumínio é o assoalho traseiro, produzido em uma peça única fundida e que foi desenvolvida com o uso de tecnologias digitais, em apenas quatro meses. É a maior fundição estrutural de alumínio já produzida pela Mercedes-Benz. 

Baseada nos princípios de formas orgânicas, a peça possui material apenas onde é necessário para a sua função estrutural – ou seja, onde as cargas são exercidas. Em áreas que não recebem nenhum tipo de força, o metal não está presente – o que, evidentemente, contribui para a redução de peso. 

O fundamental, ressalta a Mercedes-Benz, é atingir os critérios estruturais de rigidez elevada e a absorção de energia em caso de impacto. Além da redução de peso, há também a vantagem de construir apenas um único componente, ao invés de produzir várias peças que, posteriormente, precisam ser unidas.

A peça fundida resultante tem um aspecto até curioso, já que há lacunas onde não há necessidade de elementos estruturais, com a aparência de uma teia. Para vedar essas lacunas e garantir o isolamento e estanqueidade da cabine, a Mercedes utilizou um material desenvolvido pela UBQ Materials.

A empresa, sediada em Israel, desenvolveu a tecnologia que transforma resíduos normalmente destinados aos aterros sanitários – como alimentos e resíduos de jardim, além de plásticos mistos, papelão e até fraldas de bebê – em um substituto do plástico. 

O alumínio ainda aparece em destaque nos reforços das portas de fibra de carbono e nos discos de freio.

É improvável que o Mercedes-Benz Vision EQXX chegue um dia a ser produzido em série. No entanto, os avanços, como a fundição do assoalho traseiro de alumínio em uma peça única, certamente vieram para ficar. 

“A tecnologia de programação por trás do Vision EQXX irá definir e viabilizar as funcionalidades dos futuros modelos da Mercedes-Benz”, afirma Markus Schäffer, membro do Conselho de Administração da Daimler AG e Mercedes-Benz AG.

Eficiência máxima
A impressionante autonomia superior a mil quilômetros também se deve à elevada eficiência energética, de 95% – ou seja, este montante da energia que vem da bateria chega até as rodas. Para efeito de comparação, nos mais eficientes veículos com motor a combustão esse número chega a apenas 30%. 

A parte aerodinâmica do Mercedes Vision EQXX também foi desenvolvida ao extremo, chegando a um coeficiente de arrasto de apenas 0,17 – o Tesla Model S, conhecido por ser um dos mais eficientes nesse quesito, chega a 0,23. 

Além disso, segundo a Mercedes, todo o drivetrain foi retrabalhado, parte por parte, para reduzir o consumo de energia e minimizar as perdas. Foram feitas mudanças de design, usados novos materiais e otimizaram a lubrificação e o gerenciamento de temperatura.

O pacote de baterias também foi aperfeiçoado e atingiu uma densidade energética próxima de 400 wh/l. Sua capacidade é de 100 kWh — semelhante à do Mercedes EQS, com o diferencial que seu compartimento tem a metade do volume e é 30% mais leve. 

Boa parte do aumento da densidade energética vem da química dos ânodos, com alto conteúdo de silício e composição avançada, que permitem armazenar mais energia que os ânodos convencionais. Por fim, o EQXX ainda conta com um teto formado por 117 células solares que contribuem com até 25 quilômetros de autonomia. 

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