Durante a semana imersiva no formato ‘hackathon’ do projeto Foco&Futuro 2022, da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), os 70 participantes tiveram a oportunidade de acompanhar duas palestras voltadas à inovação e à sustentabilidade.
No dia 18 de outubro, Claudia Leite, chief purpose officer da Hilo Estratégia e Propósito, falou sobre “O que a sustentabilidade tem a ver com o profissional do futuro”, com foco na importância das competências Enviromental, Social and Governance (ESG) na carreira de jovens talentos.
“A sustentabilidade está ligada à responsabilidade que cada um de nós tem como líderes e protagonistas dentro das organizações e como cidadãos em um mundo que está em constante mudança. Isso passa pelo propósito e pela essência de quem nós somos e como vamos conectar isso dentro das nossas atividades. Inclui, também, uma estratégia para que não seja uma atividade aleatória”, disse a palestrante.
Com 25 anos de experiência em áreas estratégicas de grandes companhias como Nestlé e na Nespresso, a executiva também reforçou o que não é sustentabilidade.
“Não é sensacionalismo, estratégia de marketing — apesar de sua importância para dar visibilidade para o que se faz e como se mobilizam consumidores e clientes —, não é mostrar algo que de fato não é. Não é porque o mercado de capitais está pedindo, não é tema apenas de empresa grande, nem filantropia ou abrir mão do lucro”, destacou.
De acordo com Claudia, a sustentabilidade integra um olhar de longo prazo e visão sistêmica, muito além do combate e mitigação dos impactos do negócio.
“Trata-se da economia verde, pegada de carbono, energias limpas, diversidade e inclusão, saúde e segurança, entre outros temas. A sustentabilidade também é um gerador de oportunidades para criar produtos e serviços.”
Já o ESG traz critérios específicos — ambiental, social e de governança.
“Recorte e evolução da sustentabilidade, criado e utilizado especialmente pelo mercado financeiro, trata do investimento responsável, identifica retorno ajustado ao risco e traz oportunidades de novos negócios e soluções.”
Na visão da executiva, pensar sobre esses temas é um diferencial competitivo e integra as novas competências exigidas pelo mercado.
Novas tecnologias
No dia 20 de outubro, o professor Ricardo Yogui, conselheiro e mentor da Yogui, abordou o tema “Inovadores mudando o mundo”, enfatizando a importância de ser um agente de mudança por meio da inovação em um mundo disruptivo.
Inovar, segundo Yogui, é desafiador para as empresas por conta do contexto histórico. Na Revolução Industrial, as atividades mecânicas e repetitivas não exigiam muita capacidade intelectual dos profissionais. Em meio à 4ª Revolução Industrial, aumenta-se a demanda por conhecimento, iniciativa e criatividade.
“Estamos em um mundo de grandes transformações e temos de enxergar isso. A conectividade [máquina que conversa com outra máquina por meio da Internet] traz oportunidades que podem ajudar pessoas e empresas. O ponto não é a tecnologia e sim o que vamos fazer com ela”, explica Yogui.
Na visão do professor, esse novo ambiente exigirá muita colaboração.
“Precisamos interagir para gerar complementaridade, pois sozinhos não fazemos nada. Outro ponto é que, no passado, queríamos o melhor produto, hoje queremos gerar a melhor experiência para o cliente.”
Yogui frisou ainda que a inovação não acontece na zona de conforto.
“É preciso que o profissional busque novos horizontes, mude o mindset. É necessário o pensamento grande, mas começar pequeno”, aconselha.
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