Pavilhão Anhembi

Os primórdios do Anhembi

Todos os anos, cerca de seis milhões de pessoas passam pelo complexo do Anhembi, um dos maiores centros de eventos do Brasil, palco de acontecimentos grandiosos, como o Salão do Automóvel, e a principal passarela do samba durante os desfiles do Carnaval paulistano. O que estes milhões de visitantes não sabem é que, quando pisam em seu pavilhão de exibições, estão cercados pela maior estrutura espacial de alumínio do mundo.

Os engenheiros Jairo Lisbôa e Nazir Abdo, que trabalharam na construção do Pavilhão, realizaram, no ano passado, uma palestra na Faculdade de Engenharia de São Paulo, na qual compartilharam a história da construção deste espaço. A ideia surgiu, de acordo com os profissionais, no ano de 1966, em uma convenção na cidade de Montreal, no Canadá, quando o empresário Caio de Alcântara Machado viu no evento um grande totem feito com alumínio espacial, chamado Gyrotron, e pensou em criar um imponente espaço às margens do rio Tietê, em São Paulo. A empresa responsável pela construção do que viria a ser o Pavilhão Anhembi foi a Alcan, com a missão de criar uma grande treliça com alumínio espacial, respeitando a estética e tecnologia utilizadas no Gyrotron.

A leveza do metal foi o que garantiu sua escolha para o projeto, mesmo sendo mais caro, já que uma treliça em aço chegaria a pesar cinco vezes mais. Com isso, foi possível erguer a estrutura de uma só vez, com a ajuda de 25 mastros colocados estrategicamente ao lado das fundações das 25 futuras colunas bi-articuladas. Todo este processo levou, em média, oito horas de trabalho.

Técnicos canadenses vieram ao Brasil e a  Alcan cuidou dos pormenores da construção, realizando testes que visavam propriedades químicas e mecânicas das peças extrudadas de alumínio. A empresa estrangeira também importou ferramentas de extrusão de Miami, nos EUA,, as grandes matrizes para poder produzir localmente os tubos em ligas estruturais de alumínio para a confecção dos banzos e diagonais da treliça.

A Companhia Brasileira Fichet & Schwartz Hautmont, sob gestão do engenheiro Raymond Faure e do arquiteto Jorge Wilheim, foi responsável por criar as peças utilizadas na construção, fabricando não somente as partes em alumínio, mas também os componentes de aço, a cobertura, drenagem, fachada e acabamentos do Pavilhão. Os testes de resistência mecânica das peças fabricadas foram realizadas no Centro Técnico Aeroespacial, em São José dos Campos, sob a supervisão dos técnicos da Alcan, que também fiscalizou a montagem e levantamento da estrutura.

Esta foi projetada pelo professor canadense Cedric Marsh, que utilizou 10 dimensões de tubos de alumínio, usando a liga arquitetural ABNT 6063-T6 (nos pontos de menores cargas) e a liga de média resistência ABNT 6315-T6 (onde ocorrem maiores tensões de esmagamento). Estas aplicações resultaram em grande redução do custo de extrusão, além de melhoria de produtividade da prensa, com menor consumo de matrizes de extrusão para a maioria das peças que foram produzidas.

A construção do Pavilhão do Anhembi não foi importante apenas como um marco na cidade de São Paulo, mas também simbolizou um novo momento para a construção civil brasileira. O uso da estrutura espacial de alumínio, assim como o conceito de aplicação do material em construções monumentais no geral, abriu as portas para que demais projetos fossem concretizados, no futuro, como os pavilhões do Riocentro e as estações de metrô em São Paulo.

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