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Indústria brasileira é referência na mineração responsável de bauxita

Brasil é dono da quarta maior reserva mundial e empresas que atuam por aqui seguem rigorosos parâmetros na extração do minério que dá origem ao alumínio

No início do ano, as boas práticas da indústria brasileira do alumínio foram destaque da 2ª edição do Guia para Mineração Sustentável de Bauxita, publicação do International Aluminium Institute (IAI) que valoriza as operações com baixo impacto ambiental e social.

 Isso ocorre ao mesmo tempo que a mineração tem sido bastante discutida no país, principalmente com a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do requerimento de urgência na tramitação do PL 191/2020, que prevê a regulamentação da atividade em terras indígenas.

 O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) já emitiu um posicionamento contrário ao projeto de lei, alegando que “uma vez que a mineração em terras indígenas está inscrita na Constituição Federal, artigos 176 e 231, a sua regulamentação precisa ser amplamente debatida pela sociedade, especialmente pelos próprios povos indígenas, respeitando seus direitos constitucionais, e pelo Parlamento brasileiro.”

Bauxita no Brasil
O Brasil possui a quarta maior reserva de bauxita do mundo – minério do qual é extraído o alumínio. Em 2020, a produção nacional somou 33 milhões de toneladas, sendo 85% para atendimento do mercado doméstico.

 A lavra da bauxita difere das demais tipologias de mineração por ser pontual, superficial, temporária e progressiva. Ela segue o método strip mining, no qual grandes tiras de terra são mineradas e recuperadas em sequência, possibilitando o retorno rápido a atividade produtiva.

 Exemplo em certificação
O Brasil é o único país no mundo a ter todos os elos da cadeia produtiva certificados pela Aluminium Stewardship Initiative (ASI), entidade internacional que avalia e valida a produção, fornecimento e gestão responsável de alumínio a partir de diversos parâmetros de sustentabilidade. A mineração da bauxita, por sua vez, segue rigorosos parâmetros de gestão ambiental, social e corporativa.

“As minas são operadas por empresas comprometidas com o alto desempenho na implementação de soluções inovadoras para uso compartilhado do solo, recuperação de áreas mineradas, e no planejamento e gestão de rejeitos”, comenta Janaina Donas, presidente-executiva da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL).

Segundo a dirigente, mesmo as operações localizadas em biomas sensíveis, como a região amazônica, demonstram que é possível implementar estratégias de negócios que gerem valor à sociedade, ao mesmo tempo em que busquem redução de impactos ambientais.

“O apoio e a valorização da biodiversidade e dos recursos hídricos também são diferenciais da indústria brasileira, tanto pela perspectiva do reaproveitamento da água na etapa de beneficiamento, quanto pela incorporação de elementos de atenção às mudanças climáticas no planejamento e gestão de rejeitos”, explica.

O setor também desempenha um papel estratégico nas regiões onde mantêm suas operações, que vão muito além do aspecto econômico.

“A colaboração no desenvolvimento de projetos sociais voltados para educação, capacitação profissional e até mesmo na área da saúde contribuem para transformação da realidade de muitas comunidades, deixando um legado que transcende a atividade mineradora”, finaliza Janaina.

Ação responsável
Na Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), a capacidade total de produção de bauxita é de cerca de 3 milhões de toneladas, considerando as unidades de mineração localizadas em Miraí e Poços de Caldas (MG) e em Barro Alto (GO).

“Por meio do processo de recuperação de áreas mineradas, a empresa devolve a propriedade ao produtor rural em condições iguais ou ainda melhores que as de origem para a retomada de suas atividades agrícolas, assim como a reintegração à paisagem natural por meio da restauração florestal”, explica Christian Fonseca de Andrade, gerente das unidades da CBA na Zona da Mata.

Os métodos e tecnologias presentes em todas as etapas do processo de reabilitação de áreas mineradas da empresa vêm sendo fortemente aprimorados desde 2008, por meio de três linhas de pesquisa, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV):

  • Reabilitação Ambiental (Solos);
  • Restauração Florestal (Florestas);
  • Conservação Hídrica (Hidrologia Florestal).

A CBA também desenvolve o Programa de Educação Ambiental (PEA) há mais de 20 anos, cujo objetivo é disseminar a viabilidade ambiental da atividade minerária, por meio do conhecimento sobre o meio ambiente, além de engajar as comunidades para a preservação, utilização sustentável e para a busca de valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com os recursos naturais e espécies nativas.

Como é feito o processo
A reabilitação ambiental das áreas mineradas na CBA consiste em um trabalho de médio prazo, permitindo o retorno pleno da cobertura vegetal.

Esse processo é dividido em etapas, que se iniciam com a reconformação topográfica do terreno após a lavra, com o objetivo de suavizar o relevo para tornar a paisagem mais natural.

Na sequência, o solo rico, que foi retirado e armazenado no início das atividades de extração, é devolvido à área reconformada.

Para garantir a estabilidade da área, sistemas de drenagens são construídos com a finalidade controlar as águas das chuvas.

Em seguida, são feitos o preparo (subsolagem) e a correção do solo (calagem). A partir daí iniciam-se os plantios, com a implantação de espécies nativas da Mata Atlântica, culturas agrícolas (pastagem e café), frutíferas ou florestais (eucalipto) e aplicação dos tratos culturais, tais como: adubação, coroamento e controle de pragas, doenças e plantas competidoras.

O processo tem como última fase o acompanhamento e o monitoramento das áreas reabilitadas até que atinjam um estágio satisfatório de desenvolvimento, o qual pode variar de acordo com as características de cada local, espécies ou culturas implantadas.

Norte do Pará
Em 2021, a Hydro Paragominas produziu 10,9 milhões de toneladas de bauxita, representando um crescimento de 26% em relação a 2020.

“A bauxita brasileira é de ótima qualidade com altos teores de alumina e reduzida presença de sílica reativa. Realizamos um robusto controle de qualidade para garantir a performance e atendimento às especificações do produto entregue à refinaria da Hydro Alunorte, envolvendo mais de 1.800 parâmetros analisados por ano no laboratório da empresa”, explica Anderson Martins, diretor Industrial da Hydro Paragominas.

Segundo o diretor, a utilização das melhores práticas ambientais faz parte dos compromissos da Hydro. A companhia oferece conhecimento aos seus clientes e parceiros, ao mesmo tempo em que busca gerar valor às comunidades onde está presente, atuando como um “bom vizinho”.

Tailing Dry Backfill
A Hydro investiu cerca de R$ 30 milhões para colocar em operação a metodologia Tailing Dry Backfill – pioneira no país. Ela permite que os rejeitos inertes da mineração de bauxita sejam devolvidos às áreas já abertas e mineradas, ao invés de serem depositados em áreas separadas e permanentes de armazenamento. Assim, proporciona significativa redução da pegada ambiental e mais segurança operacional.

 Reabilitação de áreas mineradas
A Hydro Paragominas também investe na reabilitação de áreas de mineração para devolver à sociedade um ambiente semelhante ao existente antes do início das atividades. Na reabilitação, o relevo original é reproduzido, o solo rico em matéria orgânica é adicionado e o terreno é preparado para receber as mudas que restabelecerão a cobertura vegetal.

A meta da empresa é recuperar na proporção de 1:1, ou seja, a cada 1 hectare disponibilizado no ano (área lavrada, menos a área utilizada para infraestrutura) será recuperado 1 hectare em até dois anos.

 Parceria em prol da biodiversidade
Estabelecido em 2013, o Consórcio de Pesquisa em Biodiversidade Brasil-Noruega (BRC, na sigla em inglês) mantém um programa de pesquisa conectado às operações de mineração da Hydro para o fortalecimento das estratégias de conservação da fauna e da flora amazônica, além da geração de informações que subsidiem a melhoria dos processos de recuperação florestal das áreas mineradas de bauxita em Paragominas.

A companhia também possui espaços e ações de educação ambiental e investe em diversos tipos de pesquisas para aprimorar a sua operação, sempre com foco na sustentabilidade.

Foto de abertura: João Ramid/Hydro

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