Área Experimental 3

Empresas aprimoram técnicas para mineração sustentável da bauxita

Companhias investem continuamente na evolução dos processos

A mineração de bauxita tem contribuído com a economia do Brasil e desenvolvimento das comunidades do entorno da atividade. Conforme divulgado em reportagem especial sobre o tema no portal Revista Alumínio, diferente de outros minérios, o processo de lavra da bauxita ocorre de forma sustentável, seguindo o método strip mining – no qual grandes tiras de terra são mineradas e recuperadas em sequência. Apesar disso, as empresas do setor não cessam a busca por novas tecnologias para aprimorar os processos.

Eliminação de barragens
No ano passado, a Hydro, multinacional de origem norueguesa que atua em toda a cadeia produtiva do alumínio, anunciou o desenvolvimento de um projeto inovador. Trata-se de eliminar a construção de novas barragens permanentes de rejeitos ou de alteamento das estruturas existentes na Mineração Paragominas, localizada no Estado do Pará.

A companhia investiu cerca de R$ 30 milhões na metodologia tailing dry backfill, com o objetivo de reduzir os impactos ao meio ambiente e oferecer mais segurança operacional. Na prática, após a secagem em depósito temporário por 60 dias, os rejeitos de bauxita são devolvidos às áreas mineradas. Com isso, há redução de 64% da pegada ambiental.

“O mesmo caminhão que leva a bauxita para a planta de beneficiamento retorna carregando os rejeitos para a mina, os quais são depositados na cava em que o minério foi extraído. É feita a reconformação do terreno com o solo estéril e a área é reabilitada e reflorestada. É uma solução segura e sustentável”, explica Raphael Vieira da Costa, diretor de Tecnologia de Bauxita & Alumina da Hydro.

Após a etapa de testes da metodologia — monitorada por agências ambientais, atendeu os padrões técnicos do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) —, a Hydro obteve a aprovação da licença de operação em dezembro de 2020, concedida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas).

Investimentos na operação
A Mineração Rio do Norte (MRN), que opera em Porto Trombetas, Oriximiná, no Oeste paraense, tem apostado em tecnologias para redução de custos e de impactos ambientais e sociais.

“Em mais de quatro décadas, pautamos nossas operações tendo como pilar a mineração sustentável na Amazônia, respeitando as pessoas e o meio ambiente. Com segurança extraímos e beneficiamos a bauxita para levar um produto de excelente qualidade aos mercados nacional e internacional, ajudando a desenvolver a região em que atuamos e o Brasil”, declara Vladimir Moreira, diretor de Sustentabilidade da MRN.

A companhia garantiu maior produtividade para o transporte de minério nas minas, a partir da utilização de caminhões semirreboque com maior capacidade de carga (cerca de 70 t). O projeto proporcionará redução de custos de R$ 79 milhões entre 2020 e 2024, e de R$ 306 milhões na segunda fase. A exposição dos empregados ao risco também deve cair 30% com o fluxo menor de veículos por dia.

Desde 2016, a MRN também emprega veículos aéreos não tripulados (VANTs), do tipo aeronave remotamente tripulada (RPA) para a inspeção de taludes e trincas nas estruturas de deposição de rejeitos. A partir de 2018, esses equipamentos acompanharam algumas obras e, em 2019, passaram a executar o levantamento dos estoques das pilhas de minério.

A companhia introduziu ainda, de forma pioneira no segmento mineral, os aplicativos Construcode e SGG, os quais, alinhados à legislação, contribuem com a mobilidade e celeridade dos trabalhos, automatizando processos e reduzindo gastos. Além disso, a tecnologia georadar portátil terrestre (GPR) para o mapeamento, controle de lavra e orientação da sondagem é outra inovação que traz previsibilidade ao planejamento e operação de mina.

Pesquisa científica para recuperação de áreas
A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) mantém parceria de longa data com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, para o desenvolvimento de estudos e práticas sustentáveis e inovadoras para a recuperação das áreas mineradas, contemplando três linhas de pesquisa: restauração florestal, reabilitação ambiental e conservação hídrica.

Um dos estudos mais recentes visa a avaliar o plantio de árvores nativas com diferentes espaçamentos no município de Itamarati de Minas, na Zona da Mata mineira. O objetivo é plantar um número maior de árvores em uma área menor, a fim de preencher rapidamente o local, levando em consideração o impacto no desenvolvimento das espécies, a qualidade do solo, o potencial de regeneração natural e os ganhos em biodiversidade.

“Trabalhamos fortemente com a UFV há 13 anos. As pesquisas trazem descobertas e resultados importantes para o meio ambiente e, consequentemente, promovem a evolução contínua das nossas práticas. Esse é um grande legado que estamos deixando para a operação mineira, a universidade, os cientistas e, principalmente, para a sociedade”, afirma Christian Fonseca de Andrade, gerente de Minerações da CBA na Zona da Mata mineira.

Em 2019, os trabalhos de pesquisa sobre restauração florestal nas áreas mineradas da CBA foram publicados nos Estados Unidos, no livro Recent Advances in Ecological Restoration, da editora Nova Science Publishers, uma das mais importantes do mundo nessa temática.

Manifesto do alumínio brasileiro
No final de 2020, a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) divulgou o “Manifesto Alumínio Brasileiro para um Futuro Sustentável”, documento que reforça a importância da cadeia de valor integrada e responsável, incluindo as etapas de mineração, refino, redução, transformação e reciclagem.

Dentro desse contexto, a mineração de bauxita promove a biodiversidade brasileira, preservando uma área maior do que a impactada pelas suas operações.

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