O Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, remete à luta contra a discriminação racial e consequente desigualdade social no país. No mercado de trabalho, durante a pandemia do novo coronavírus, essas questões históricas se agravaram.
Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Economia, pretos e pardos, que somam mais da metade da população (56,8%), foram os mais prejudicados pelos efeitos da crise sanitária.
Apesar de o desemprego ter avançado em todos os segmentos da população, o maior salto ocorreu entre os pretos e pardos. Além disso, eles representam a menor proporção entre os trabalhadores com carteira assinada e têm a menor remuneração.
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do segundo trimestre de 2021 também ilustram bem essa realidade. A taxa de desocupação de pessoas pretas foi de 16,6%; pardas, 16,1%; e brancas, 11,7%.
Cientes do seu papel para a construção de um país mais justo e inclusivo, as empresas da cadeia produtiva do alumínio já têm a questão étnico-racial entre as prioridades de suas ações e projetos.
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Todos por um propósito
Em 2020, a Alcoa escolheu o Brasil para lançar o Aware. Focado na equidade étnico-racial, o grupo tem como missão sensibilizar e influenciar toda a organização para o propósito.
A iniciativa, liderada por Laene Souza, compradora-sênior da companhia, deu tão certo que foi adotada em outras localidades da empresa no mundo.
Apesar de recente, o grupo Aware já vem trabalhando a questão da educação, como o tratamento de viesses inconscientes, por meio de treinamentos junto aos colaboradores.
“Nós esperamos que as pessoas sejam ativas e se posicionem na hora correta dentro ou fora da Alcoa”, reforça Laene.
Desde o lançamento, a iniciativa foi bem acolhida pelos colaboradores diretos, indiretos ou terceirizados e já soma 160 aliados.
“As pessoas reforçam que estão conosco nessa causa. É um movimento forte dentro da companhia e vem crescendo dia após dia. Mas gosto de reforçar que a Alcoa não está fazendo caridade. Trata-se de uma demanda da sociedade. O profissional que não estiver conectado com esse tema vai se tornar obsoleto”, defende a compradora da companhia.
A Alcoa também é uma das 47 empresas que participam do Movimento Pela Equidade Racial (Mover), que tem o objetivo de ser uma ferramenta efetiva de combate ao racismo por meio de ações para redução da desigualdade racial no Brasil. Uma das metas do Mover é alcançar 10 mil novos cargos de liderança preta até 2030. Na Alcoa, mais de 55% dos colaboradores se autodeclaram negros.
Valorização à pluralidade humana e cultural
Na Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), apoiar a diversidade, equidade e inclusão faz parte do compromisso da empresa.
“A companhia estimula e incentiva a valorização à pluralidade humana e cultural e o respeito integral e acolhimento a todas as pessoas. Além disso, é contra qualquer tipo de discriminação e zela por um ambiente de trabalho justo, igualitário, democrático e inclusivo”, explica Samantha Oliveira de Andrade, gerente de Recursos Humanos e Business Partners da CBA.
O programa CBA Mais Diversa tem o compromisso de alcançar 50% de diversidade de gênero e de raça na liderança até 2030. Nesse sentido, nos últimos anos, a empresa tem implementado ações estruturantes, tais como a Política de Diversidade, Equidade e Inclusão e o Comitê de Diversidade, além de grupos de afinidades.
A CBA também passou a integrar o Grupo Temático de Direitos Humanos e Trabalho no Pacto Global da Organização das Nações Unidas, para acompanhar as tendências e pautas do mercado.
De 22 a 26 de novembro, em sua Semana da Consciência Negra, a empresa terá uma live interna com participação de Patrícia Santos, ceo da Empregue Afro, além de turmas de formação sobre racismo e branquitude e ambientes físicos de reflexão disponibilizados nas unidades, contendo mensagens e trechos de música verbalizados por personalidades da história e da cultura negra no Brasil.
Sim à igualdade racial
A Novelis também é uma das indústrias conscientes do seu papel social para a construção de uma sociedade mais justa.
“Nós dizemos sim à igualdade racial todos os dias. Nesse sentido, sabemos que não basta oferecer os mesmos benefícios a todos, mas devemos trabalhar para eliminar as barreiras que possam interferir no acesso de oportunidades a negros”, reforça Glaucia Teixeira, vice-presidente de Recursos Humanos da companhia.
Na América do Sul, em 2017, a empresa introduziu o programa IguAl. O intuito é fomentar um ambiente mais inclusivo, valorizando as competências e habilidades de cada profissional, independentemente de gênero, raça, idade, religião e orientação sexual.
Em 2018, a companhia assinou a Iniciativa Empresarial pela Igualdade, da Afrobras, organização não governamental que tem como finalidade fomentar a inclusão socioeconômica, cultural e educacional de jovens negros.
Para os próximos três anos, a Novelis anunciou a meta de atingir pelo menos 20% de pessoas pretas e pardas em novas contratações. No caso de estagiários, esse número aumenta para 50%.
Neste ano, a Novelis também lançou a especialização exclusiva: profissionais autodeclarados pretos e pardos poderão se inscrever para terem o curso 100% pago pela empresa.
Além de atuar na conscientização das lideranças sobre diversidade, a empresa também tem um grupo de afinidade, com cerca de 12 pessoas, que promove um trabalho com o público interno por meio de pesquisas e disseminação de conteúdo.
Pluralidade de talentos
A Mineração Rio do Norte (MRN) acredita que pessoas diferentes, quando participam de um mesmo propósito, podem compartilhar ideias e visões distintas e, assim, encontrar as melhores soluções para os desafios diários.
Em 2020, a empresa reposicionou o Programa de Diversidade & Inclusão, fazendo a transição do Minerando Juntas, focado na diversidade de gênero, para o MRN pra Todos, que engloba os seguintes eixos: gênero, origem étnica, convicções religiosas, orientação sexual, habilidade ou formações diferenciadas.
“Estamos trabalhando de maneira estruturada e contínua para que a diversidade seja representada cada vez mais em todos os níveis da organização”, afirma Luciane Mello, gerente de Desenvolvimento de Pessoas da companhia.
Outro passo importante foi a criação dos grupos de afinidade – sendo um específico sobre raça e etnia – compostos por empregados, que devem promover ações concretas e alinhadas com os objetivos da MRN.
No próximo dia 23 de novembro a empresa vai realizar a 2ª edição do bate-papo “Bora Conversar?!”, em alusão ao Dia da Consciência Negra, para falar sobre raça e etnia, em sua plataforma online.
Confira a história de profissionais negras que atuam no segmento do alumínio.