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Valor em ser sustentável

Alessandro Mendes, da Natura: foco na expansão de lojas físicas em 2017
Alessandro Mendes, da Natura: foco na expansão de lojas físicas em 2017

Se uma palavra pudesse definir o ano de 2016 para a fabricante de cosméticos Natura, esta seria “mudança”. A começar pelo novo rumo tomado com a decisão de se aventurar no varejo — foram duas lojas físicas abertas este ano, ambas em São Paulo, com a oferta de 40% do portfólio da empresa e foco em produtos premium. A diversificação de canais de venda veio da necessidade da marca de retomar o domínio após perda de espaço no mercado.

Outra iniciativa foi a venda dos produtos da linha Sou em farmácias, buscando, novamente, aumentar o alcance com o consumidor. Pouco tempo depois, a Natura passou pela troca de comando, com a saída de Roberto Lima, e o então vice-presidente de redes, João Paulo Ferreira, assumindo seu posto — com muitos desafios pela frente. Porém, mesmo com o momento de retração econômica e o período delicado para a empresa, a receita líquida da Natura, no primeiro semestre de 2016, foi de R$ 1,69 bilhão, um aumento de 2,9% ante o mesmo período no ano passado.

Porém, o fato de estar inserida em um dos setores de maior prosperidade no país dá à empresa o otimismo necessário — o Brasil segue como quarto mercado consumidor mundial de produtos de beleza, com 9,4% do total, segundo dados da dados da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos). Números que motivam a Natura a seguir investindo na expansão física, dando apoio aos empreendedores individuais que trabalham com a venda direta dos produtos da marca, e apostando em sua política de sustentabilidade.

O alinhamento da empresa com a questão ambiental torna natural a presença de embalagens de alumínio dentro do seu portfólio. Muitos dos produtos da empresa são feitos com o metal: tampas anodizadas, bisnagas e desodorantes em embalagem aerossol, como é o caso do Ecocompacto. Não apenas pela preocupação da marca com os impactos de sua produção no meio ambiente, o alumínio é o material ideal como embalagem para seus produtos, já que promove a barreira à luz, resiste à corrosão, preserva as características de aroma do produto e o protege no transporte.

Alessandro Mendes, diretor de desenvolvimento de produto da Natura, conversou com a revista Alumínio e falou sobre os próximos passos da marca e a participação e importância do alumínio nas estratégias e ideologia sustentável da empresa. Confira.

O ano de 2016 foi marcado por profundas transformações. Qual o balanço final?

Ano de amplo aprendizado, sobretudo com a inauguração das lojas físicas. A diversificação e ampliação dos canais é uma forte tendência que a Natura abraçou em 2016 e pretende fortalecer em 2017. A inovação é um valor central para a Natura, como o Natura Campus e o Núcleo de Inovação Natura Amazônia, e ela está diretamente ligada à sustentabilidade que a marca prega.

Como se dá a gestão da inovação no que compete ao desenvolvimento de embalagens?

O Desenvolvimento de Embalagens é suportado por 3 grandes pilares: funcional, estético e sustentável. Todas as nossas embalagens passam por essas avaliações antes de serem lançadas e procuramos encontrar a melhor equação entre elas ao criar algo novo. Isso porque acreditamos que inovar vai muito além da forma: passa por ergonomia, gestual de uso e ecoeficiência. Toda a Natura responde por indicadores ambientais e a área de embalagens tem metas rigorosas em relação a isso! Dessa forma, garantimos nosso alinhamento com a estratégia da marca.

Como se deu a concepção do desodorante em embalagem aerossol de alumínio da linha Ecocompacto?

A possibilidade de reduzir o impacto ambiental e aumentar a portabilidade foi um dos principais motivadores para a Natura investir nesse projeto. A solução técnica foi codesenvolvida por nós em parceria com alguns fornecedores e, após 2,5 anos de um árduo trabalho, lançamos o 1º desodorante Ecocompacto do mercado brasileiro! O novo aerossol foi muito bem aceito pelo consumidor que enxerga, além dos benefícios ambientais, a manutenção da eficácia e fragrâncias diferenciadas. O alumínio foi a única opção considerada devido a sua alta resistência à pressão interna, que é exercida pelo
gás propelente.

Desde o ano 2000 a Natura conta com a linha Natura Ekos em seu portfólio, que tem no alumínio uma de suas identidades visuais. O que estimulou a opção pelo metal na linha?

Usar materiais reciclados e recicláveis era uma premissa da linha Ekos. Aliado a isso, o uso do alumínio era perfeito para a estética desejada. Por se tratar de ativos naturais, alguns são fotossensíveis e o alumínio nos ajuda em relação a essa proteção, preservando a cor e outras características das fórmulas. Além da linha Ekos, é possível encontrar o alumínio também em outros produtos, como em tampas e saboneteiras.

Atualmente, qual a participação do metal dentro do portfólio da marca?

Utilizamos alumínio em válvulas para perfumes, algumas bisnagas e latas de aerossol. Consumimos por volta de 20 milhões de peças em alumínio por ano.

Como o alumínio pode contribuir para o processo de inovação visual?

Seu acabamento é único (seja fosco ou brilhante) e não há metalização ou pintura metálica que atinjam a mesma qualidade. Além disso, o alumínio, através da anodização, pode ser pintado e decorado, aumentando ainda mais a sua atratividade. É um material premium e sempre estará presente no portfólio Natura.

Quais são as vantagens de empregar o metal nas embalagens de produtos de beleza?

O alumínio é vantajoso, pois trata-se de um material inerte. Além disso, é de fácil moldagem, acompanhando formas diversas e pode ser utilizado em tampas, bisnagas, capas, frascos… O consumidor reconhece o alumínio como um acabamento “premium” diferenciado.

Como a Natura avalia a tendência do uso de alumínio nas embalagens no brasil?

Além do diferencial estético, o alumínio é o material que possui a cadeia de reciclagem mais desenvolvida no Brasil. A Natura enxerga a possibilidade de ampliar a sua aplicação, caso consigamos evoluir na utilização do alumínio reciclado para o nosso portfólio.

Como é gerida a questão da logística reversa?

A Natura incentiva a logística reversa dentro de seus sites, com coletores para as diversas embalagens Natura. Já incorporamos em nosso portfólio o vidro e o PET reciclados. Temos o desafio de incorporar o alumínio reciclado também.

Veja também:

Café Evolutto e Prima Qualità apresentam embalagens de alumínio

Na Feira de Máquinas, Implementos e Insumos Agrícolas (Femagri), realizada de 20 a 22 de março, em Guaxupé (MG), a Cooxupé, cooperativa cafeeira com mais de 19 mil famílias produtoras cooperadas, apresentou dois lançamentos exclusivos: a versão premium do café Evolutto em embalagem de alumínio e as novas embalagens de alumínio da marca Prima Qualità.

Minalba coloca texto em braille em 100% das suas latas de alumínio de água mineral

No mês de fevereiro, todas as latas de alumínio do portfólio de água mineral da Minalba Brasil, empresa de bebidas pertencente ao Grupo Edson Queiroz (GEQ), passaram a apresentar inscrições em braille nas tampas. A ação, parte da campanha #LataPraTodosVerem, tem como objetivo reforçar a estratégia ESG (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance)

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