A crise sanitária causada pelo novo coronavírus no País modificou as atividades dentro da indústria do alumínio e ampliou o trabalho remoto. A nova realidade impactou diretamente a área de Tecnologia da Informação (TI) das empresas, sendo estratégica para os negócios e vital para driblar os desafios operacionais.
Luis Carlos Maldaner, gerente de TI da CBA, conta que a companhia já tinha as aplicações necessárias para o acesso remoto, como a Virtual Private Network (VPN) e o pacote Office 365, mas precisou reforçar a infraestrutura para novos padrões de tráfego e utilização remota dessas ferramentas, por causa do maior volume de pessoas conectadas ao mesmo tempo à rede. “Investimos na priorização de links do Data Center para acesso às informações”, revela.
Na CBA, segundo Maldaner, foi dada atenção maior para a segurança da informação. Além disso, a equipe de suporte foi ampliada nos primeiros dias da quarentena, para o acesso dos profissionais às redes de conexão e ferramentas de trabalho.
“Para que tudo isso fosse possível, foi fundamental o alinhamento, que já vinha fortalecido, entre TI e RH, de maneira que caminhemos cada vez mais juntos na digitalização e na transformação cultural”, diz o gerente.
Na Novelis, a área de TI viabilizou de forma rápida a decisão dos executivos de adotar a política de trabalho remoto para todos os funcionários do escritório central, administrativos das duas plantas – Pindamonhangaba e Santo André (Utinga), em São Paulo – e dos centros de coleta.
“As atividades operacionais e administrativas continuam ocorrendo sem rupturas e sem impacto na produtividade dos funcionários”, reforça Sylvia Sanchez, gerente-sênior de TI da Novelis América do Sul.
Nesse período de isolamento social, a adoção das tecnologias de big data e digital analytics também têm beneficiado o aumento da produtividade e a otimização de custos e processos produtivos.
“O conhecimento tecnológico vem sendo aperfeiçoado à medida que os projetos avançam. O isolamento social não causou nenhuma restrição à implementação de novos métodos”, explica Sylvia.
Segmento de cabos de alumínio
Na Alubar, empresa líder na América Latina na fabricação de condutores elétricos de alumínio e uma das maiores produtoras de vergalhões de alumínio no continente, a infraestrutura de rede já estava preparada para o trabalho remoto. Porém, por causa do cenário imposto pelo novo coronavírus, a empresa passou a utilizar o BYOD (bring your own device).
“Nesse conceito, os equipamentos pessoais dos colaboradores são preparados para acessarem a rede e os aplicativos da empresa de forma segura”, esclarece Paulo Resque, diretor administrativo da Alubar.
A adoção dos conceitos de Indústria 4.0 permite o aumento dos níveis de automação industrial, melhorando a eficiência e a produtividade.
“A indústria 4.0 já é uma realidade na Alubar. Mas, no mês de março, iniciamos em nossa unidade em Barcarena, a integração do Scada, sistema que controla os dados dos equipamentos em tempo real. O que vem reforçar o monitoramento a distância que já temos em outros equipamentos de nossa área operacional”, conta Paulo Resque.
Mineração de bauxita
No Oeste do Pará, a Mineração Rio do Norte (MRN) criou um comitê de crise, com um braço de tecnologia.
“No momento em que vivemos, é preciso discutir ações rápidas que dependem do engajamento dos executivos. A tecnologia deixa de ser uma necessidade para ser crítica”, opina Renato Staudinger, gerente de TI da MRN.
Entre as ações da MRN estão à criação de um acesso seguro aos servidores e aplicações para os colaboradores que trabalham de forma remota, dentro e fora da região do distrito de Porto Trombetas; o desenvolvimento de um help desk na nuvem para que os colaboradores possam acessar via smartphone ou computador; e o redirecionamento de laptops e celulares de acordo com as novas demandas.
“Nós tínhamos muitos projetos. Portanto, priorizamos e antecipamos a implantação deles.”
A área de TI também se reuniu com os provedores locais de Internet para discutir novas rotas e agilizar o acesso dos colaboradores aos serviços da empresa.
“Recebemos ainda uma demanda do grupo de gerenciamento de obras da MRN, o qual precisava se conectar para dar andamento aos trabalhos, e disponibilizamos a ferramenta de colaboração em nuvem Office 365”, acrescenta.