As Olimpíadas já se encerraram e as Paralimpíadas chegam à sua reta final com desempenhos impressionantes e muitas medalhas para o Brasil. Mas quem também fez parte destes jogos foi o alumínio. Sua primeira aparição começou pela Tocha Olímpica, feita com alumínio reciclado, e a Paralímpica, que seguiu o mesmo conceito e ganhou uma mensagem em braille com os valores paralímpicos.
E os atletas também contaram com os benefícios que o metal traz, como Usain Bolt, que tem os spikes de sua sapatilha para corrida feitos com alumínio, dando mais leveza e resistência para o momento da corrida. Blocos de partida, dardos para lançamento, traves e outros elementos que vemos nos Jogos também são feitos do metal leve. Mas a participação mais estrelada do alumínio está nas Paralimpíadas, já que os paratletas utilizam cadeiras de rodas, próteses e órteses para praticar seus esportes e as características principais do alumínio são essenciais para que eles tenham uma boa performance.
A Ottobock, empresa alemã fundada em 1919, é a fornecedora oficial de cadeiras de rodas, órteses e próteses para as Paralimpíadas desde Seul, em 1988. Na ocasião, foi improvisada uma oficina para reparo e manutenção dos equipamentos esportivos para os atletas. Com o passar dos anos, esta estrutura ganhou corpo e chegou ao que a Ottobock oferece hoje. Para a edição de 2016, no Rio de Janeiro, foram mais de 4 mil atendimentos, além do Centro de Serviços Técnicos e Reparos, estruturas móveis de plantão para o auxílio de paratletas que tenham danificado seus equipamentos.
Rodrigo Moreira, da Ottobock do Brasil, explica que cada cadeira de rodas é modificada de acordo com a modalidade na qual será utilizada e também conforme a antropometria de cada paratleta. “Por exemplo, um esporte como basquete exige uma cadeira mais ágil para quem ataca, no rúgbi seria uma mais robusta para a defesa. É normal pensarem que a cadeira de rodas do dia a dia é adaptada para os Jogos, mas criamos uma especialmente para as atividades dos paratletas”, detalha Moreira.
Em geral, a Ottobock trabalha com três tipos de material: aço, titânio e alumínio. Para Rodrigo, o metal leve é moderno e vem ganhando mais aplicações conforme a evolução dos Jogos, desde a preparação dos atletas até a tecnologia usada nas competições. O alumínio utilizado pela empresa é fornecido por uma companhia estrangeira e está presente, principalmente, na estrutura principal das cadeiras de rodas. “Trabalhamos com a liga de alumínio 7020-T6, que garante leveza, agilidade para os atletas e a resistência necessária de acordo com o esporte praticado”, conta Moreira. Ele explica ainda que a soldagem é um ponto importante na escolha do alumínio. “O soldador precisa ter um know-how específico, por isso trabalhamos com dois profissionais e utilizamos uma cabine de soldagem da Alemanha”, completa.
O alumínio também pode ser encontrado em pequenas adaptações de equipamento, como apoios de braços e pés, além de tubos. Os atletas, normalmente, passam por um período de integração com o seu equipamento para que haja a garantia de total conforto e maior mobilidade possível. “A cadeira final não aceita reajustes, por isso é importante essa adaptação e, na hora de fazer o planejamento, estarmos sempre cientes e atentos ao que o atleta espera do seu equipamento”, lembra Moreira. Os benefícios do alumínio aliados ao cuidados técnicos necessários, ajudam os atletas a conquistar os objetivos e fazerem das Paralimpíadas um show à parte.