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Setor do alumínio será essencial para o transporte no pós-pandemia

A retomada do “normal” vai exigir materiais mais resistentes contra a proliferação do vírus

Até o início da pandemia, 8,3 milhões de passageiros eram transportados nas linhas disponíveis do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na Grande São Paulo. Já os ônibus levavam cerca de 8,8 milhões de pessoas todos os dias.

Aglomerações, como se sabe, são perfeitas para a proliferação de vírus respiratórios. E nesse cenário, soluções com a aplicação do alumínio se apresentam como alternativas segura e eficiente, além de agregar inúmeros benefícios.

Os pesquisadores da Universidade de Medicina de Greifswald, na Alemanha, comprovaram que o alumínio é o material em que HCoV – 229E (tipo de coronavírus comum que infecta os seres humanos) apresenta o menor tempo de vida em relação a outras superfícies analisadas. Confira o resultado do estudo:

  • Alumínio – 2 a 8 horas;

  • Aço – 5 dias;

  • Vidro – 5 dias;

  • PVC – 5 dias;

  • Cerâmica – 5 dias;

A informação é extremamente relevante, já que o novo coronavírus pode permanecer infeccioso por até nove dias em outros materiais, comprometendo a segurança sanitária dos ambientes, incluindo áreas internas dos meios de transporte.

“O mercado do alumínio tem potencial para exercer protagonismo na oferta de soluções que garantam a manutenção das operações, uma vez que esse metal, por suas características naturais, promove uma barreira de proteção contra os agentes externos”, ressalta Nataly Yoshino, gerente de Desenvolvimento de Mercado e Inovação da Companhia Brasileira do Alumínio (CBA).

Na opinião de Sergio Vendrasco, vice-presidente da área de Soluções em Extrudados da Hydro no Brasil, o pós-pandemia vai exigir maior eficiência e inovação por parte das empresas.

“Nesse cenário de pandemia, o alumínio ligado ao zinco — ou tendo sua superfície recoberta com zinco – é um poderoso antibactericida, altamente recomendado no uso de transporte público”, aponta.

Guilherme Superbia, gerente de Excelência Comercial e Marketing da Novelis, destaca outras vantagens do material.

“O alumínio oferece ótima resistência a intempéries, raios ultravioletas e abrasão, proporcionando elevada durabilidade e segurança”, reforça. 

Inovação na prática
Em decorrência da pandemia do novo coronavírus, as empresas de transportes se mobilizaram rapidamente em busca de novas tecnologias, abrindo assim oportunidades para o uso do alumínio no futuro próximo.

 A Marcopolo Next, divisão da fabricante de carrocerias Marcopolo, lançou em abril desafios de inovação aberta para atrair startups e tecnologias voltadas a biossegurança, nanotecnologia e novos materiais. O objetivo é tornar o transporte coletivo mais seguro contra agentes biológicos nocivos à saúde dos passageiros e motoristas de ônibus.

No Estado de São Paulo, a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), a CPTM, e o Metrô têm aderido a inovações para higienização rápida e eficaz de trens, ônibus, estações e terminais.

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) realizou testes com luz ultravioleta no metrô da capital paulista para confirmar a eficiência contra o novo coronavírus. Os resultados ainda não foram divulgados, mas a tecnologia poderá ser estendida para todo o Estado.

Cabine de higienização em estação do metrô de São Paulo: alumínio a deixaria mais leve (Foto: Divulgação)

Segundo a Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM), Metrô e CPTM instalaram cabines de higienização em diversas estações. Trata-se de um túnel com cerca de 3 m de extensão, equipado com sensor de presença, que aciona borrifadores com clorexidina, uma solução hidroalcoólica higienizante eficaz contra bactérias, fungos, leveduras e vírus.

“Embora as cabines tenham sido fabricadas com estrutura de ferro, zinco e metalon [tubo de aço carbono] e piso metálico antiderrapante, elas podem ser adaptadas para o alumínio. Ficariam mais leves e simples de serem transportadas”, explica Marcelo Frisoni, diretor da Neobrax, fabricante do sistema.

Novo sistema de higienização de trens: pulverização desinfeta os vagões (Foto: Divulgação)

A CPTM passou a usar ainda um novo sistema de higienização de trens com pulverização de uma névoa de minúsculas gotículas ionizadas de desinfetantes. A solução elimina micro-organismos e partículas em suspensão, como bactérias, germes e vírus, inclusive o novo coronavírus.

Doado pela BioGuard, “o equipamento foi desenvolvido com base em testes feitos pela própria CPTM, mas a mesma tecnologia é utilizada em hospitais para desinfecção, principalmente em unidades de terapia intensiva (UTIs)”, explica Vagner Rodrigues, gerente de operação da companhia.

No caso dos veículos automotores, as montadoras também iniciaram testes usando luz ultravioleta, além de novos sistemas de filtragem de ar, para proporcionar maior segurança aos usuários no interior dos carros.

Além de prevenção, sustentabilidade
O setor de transportes já tem agregado cada vez mais o alumínio na fabricação de veículos. Características como leveza, alta resistência e fácil conformação são determinantes para viabilizar a diminuição do consumo de combustível e a redução de emissões de gases de efeito estufa na atmosfera.

De acordo com Nataly Yoshino, gerente da CBA, os veículos projetados com alumínio tornam-se mais seguros devido às propriedades de absorção de impactos e de melhor desempenho.

“No transporte de cargas, o uso do alumínio reduz significativamente o peso dos implementos, aumenta a capacidade de carga, promove menor circulação de veículos e torna as operações mais eficientes”, acrescenta.

Nataly informa também que novas pesquisas apontam que o alumínio gera a menor pegada de carbono total para todo o ciclo de vida do veículo, quando comparado a outros materiais.

“A reciclabilidade é outro ponto que garante maior valor residual. Dessa forma, é possível associar a aplicação do material a veículos cada vez mais sustentáveis – questão que deve ganhar ainda mais relevância no pós-pandemia”, afirma. 

Existem pesquisas apontando para a inclinação maior do consumidor ao uso do carro particular, após retorno da pandemia, já que as pessoas estão mais expostas ao contágio no transporte público. Nesse sentido, a demanda poderá impulsionar o consumo de alumínio para o segmento automotivo.

“O desenvolvimento de soluções mais leves, que proporcionem maior eficiência energética e menor nível de poluição ao meio ambiente, será ainda mais importante no futuro e terá maior peso na escolha do consumidor, principalmente para aqueles que residem em grandes centros urbanos”, destaca Guilherme Superbia, da Novelis.

Importante para a indústria automotiva e de transportes, acrescenta Superbia, o alumínio confere desempenho ainda mais excepcional aos equipamentos que possuem alto consumo de energia para operar.

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