Apesar dos desafios impostos pela pandemia da Covid-19, a produção de embalagens subiu 0,5% no ano passado, de acordo com estudo macroeconômico elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) para a Associação Brasileira de Embalagens (Abre). Para 2021, a perspectiva é de alta entre 4,4% e 5,9%.
Segundo o levantamento, houve declínio de -4,1% no primeiro semestre de 2020. Na segunda metade do ano o setor se recuperou, com acréscimo de 5%.
“O ano se encerrou com a atividade industrial aquecida, o que está bastante relacionado ao poder de consumo da sociedade, favorecido pelo auxílio emergencial”, afirmou a Abre em nota.
Em relação à participação de mercado, as embalagens metálicas – que incluem as latas de alumínio para bebidas – representaram 19,9%, com queda de -1,1% em relação a 2019. O primeiro lugar ficou para as embalagens plásticas, que somaram 39,6% — expansão de 6,8% na mesma base de comparação.
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Atualmente, 70% da produção de embalagens é destinada para bens de consumo de abastecimento, ou seja, o consumo rápido.
No ano passado, a indústria de alimentos foi a maior demandante, com aumento de 4,2%, acima do 1,7% registrado em 2019. Já o segmento de bebidas foi impactado pelo isolamento social e menor consumo fora do lar, fechando com -0,2%, abaixo dos 4,3% do ano anterior.
“Alguns setores sentiram mais do que outros a restrição de circulação e fechamento de bares e restaurantes. Parte do consumo migrou do serviço: alimentação fora do lar – para dentro de casa, calcado em compras de mantimentos no varejo tradicional”, explica a entidade.
Com o fim do auxílio emergencial, o consumo decresceu. De acordo com a Abre, hoje também existe uma margem de folga entre a demanda do mercado interno e a capacidade instalada.
“Pesou na produção do setor a maior dificuldade de acesso às matérias-primas, consequência de um descompasso no rompimento da pandemia, a redução da atividade de reciclagem de materiais e, ao mesmo tempo, a demanda muito aquecida pelo varejo tradicional e e-commerce. O fornecimento deve se regularizar até o meio deste ano”, prevê a Abre.