A crise sanitária causada pelo novo coronavírus impactou vários segmentos consumidores de alumínio. No entanto, o de embalagens tem sido mais resiliente, como explicou Milton Rego, presidente-executivo da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) durante live promovida pelo Instituto de Embalagens, no dia 11 de junho.
Segundo Rego, como esse mercado está ligado aos insumos essenciais como alimentos e medicamentos, tende a sofrer menos na pandemia. Por esse motivo, o consumo de folhas de alumínio ficou neutro em função das embalagens flexíveis. Mas o de chapas para latas caiu 20%, por causa dos shows, comemorações e festas, que deixaram de existir.
“A forte queda do Produto Interno Bruto (PIB) e da renda das famílias também impactou o volume de alumínio para embalagens”, admite.
As indústrias têm mantido a oferta do metal e observado as possibilidades que surgem para a exportação, devido à desvalorização do real frente ao dólar. “A cadeia produtiva do alumínio é muito longa e as empresas só reduzem a produção em última instância. O que existe é queda na demanda”, afirmou o executivo.
Perspectivas
Em relação ao futuro pós-pandemia, apesar da dificuldade de fazer previsões, Rego acredita que algumas tendências devem ser mantidas. Uma delas é a substituição de materiais para opções mais sustentáveis, que podem elevar o percentual de alumínio nas embalagens.
“Temos visto a busca por materiais recicláveis, resilientes, mais leves e relacionados à segurança alimentar.”
Em relação aos investimentos no setor, ele pontuou que, por enquanto, a maioria dos planos foi postergada pela falta de previsibilidade. “As empresas estão, neste momento, avaliando o que está acontecendo com o mercado.”
Assista à entrevista na íntegra: https://youtu.be/Ubdh5fm_b-U