A Ricardo Automotive, empresa de engenharia britânica, especializada nos setores de Transporte e Energia, está desenvolvendo uma nova geração de motores elétricos para veículos comerciais leves. Segundo a empresa, o objetivo é criar uma tecnologia robusta e mais eficiente, com menor custo do que os produtos atuais e que também seja capaz de reduzir o impacto ambiental no final do ciclo de vida.
Para tanto, ela está desenvolvendo um conceito de motor elétrico que não utiliza ímãs de terras raras e lança mão de enrolamentos de estator de alumínio.
De acordo com informações da empresa, a expectativa é eliminar cerca de 12 kg de metais de terras raras e cobre, material tradicional dos atuais enrolamentos que possui alto índice de acidificação.
As vantagens do alumínio
Mesmo com 30% menos de condutividade, o alumínio tem densidade de 2,7 g/cm³, enquanto a do cobre é de 8,9 g/cm³. Dessa forma, é necessário usar enrolamentos maiores, mas esse não é um ponto crucial para veículos comerciais. Em compensação, haverá significativa redução de peso.
Não custa lembrar que um dos principais entraves do processo de eletrificação é a autonomia dos veículos com uma carga de bateria — exatamente por isso, o alumínio é o material líder nos projetos de veículos 100% elétricos. Além disso, há outras vantagens: o metal é mais abundante e fácil de extrair.
Existe ainda a questão da reciclagem. Embora tanto o alumínio como o cobre sejam considerados infinitamente recicláveis, o cobre é um metal mais sujeito à contaminação e demanda um processo mais complexo para retornar ao ciclo produtivo.
Mercado em expansão
A expectativa da empresa é que, ao criar um motor testado e validado, o Reino Unido possa aumentar a produção de motores EV e acelerar a transição para o transporte eletrificado.
Na Europa, o mercado de comerciais leves elétricos à bateria entre 2,5 e 3,5 t é atualmente de 63 mil veículos anualmente. Prevê-se que isso cresça para 282 mil veículos em 2026, atingindo 345 mil veículos em 2028.
“Nós estamos comprometidos com o apoio aos fabricantes para reduzir os custos da eletrificação, conduzindo soluções de tecnologia sustentável que apoiarão o Reino Unido na conquista de suas metas líquidas de emissão zero de carbono para veículos comerciais até 2030”, declara Teri Hawksworth, presidente da Ricardo Automotive.
O financiamento para o desenvolvimento da Ricardo foi concedido por várias fontes. Além do Office for Zero Emission Vehicles (OZEV) e do projeto Innovation UK, a iniciativa recebeu recursos do Driving Electric Revolution Challenge, do UK Research and Innovation (UKRI), um dos maiores financiadores públicos de pesquisa e inovação do Reino Unido, com orçamento de mais de 8 bilhões de libras.
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