O 8º Congresso Internacional do Alumínio trouxe, no último dia do evento (5), um debate sobre tendências nas embalagens de produtos e qual o valor agregado do metal nas indústrias alimentícia e farmacêutica.
Naira Sato, da Mintel — agência de inteligência de mercado —, levantou a questão de educar os consumidores para que saibam, por exemplo, que a embalagem de alumínio ajuda a preservar as propriedades dos alimentos e que é totalmente reciclável. Dentre as tendências de mercado, ela citou o exemplo de uma embalagem com timer – que avisa sobre a durabilidade do alimento, e o clean label – que tem a concepção de que menos é mais na hora de informar o consumidor. “Quando uma embalagem apresenta muita informação, acaba confundindo o consumidor e poluindo visualmente. É possível informar apenas o que o consumidor precisa saber, de maneira essencial”, destacou.
Claudia Leite, da Nespresso, ressaltou que o alumínio é a embalagem mais adequada para a empresa, pelo fato de preservar todas as propriedades do café, ser resistente à luz, à umidade e ao oxigênio, por exemplo. Ela frisou também a importância do metal na cadeia sustentável da companhia.
Com a visão The Positive Cup, que se baseia na criação de uma chávena de café que tenha um impacto positivo no mundo, a Nespresso assumiu o compromisso de neutralizar suas emissões de gases de efeito estufa até 2020; expandir a capacidade de recolha de cápsulas de alumínio usadas para 100%, em todas as localizações onde a empresa tenha negócios, aumentando assim as taxas de reciclagem; e ajudar os produtores a alcançarem normas de certificação elevada no seu trabalho. “Nosso objetivo é criar valor para produtores, parceiros de negócios e consumidores, ao mesmo tempo que cuidamos do ambiente”, destacou.
Seguindo a tendência upcycling (que transforma materiais descartáveis em produtos de melhor qualidade e valor ambiental), Leite citou ainda a parceria recente com a Victorinox no lançamento de um canivete de bolso chamado Pioneer Nespresso Dharkan, feito com 24 cápsulas recicladas. A edição limitada foi anunciada no Dia Internacional da Reciclagem (5 de junho).
Com relação ao setor farmacêutico, o consultor Alberto Ander explicou que o desenvolvimento de embalagens que estão em contato direto com o medicamento estão atrelados a critérios como composição, tipo do remédio e prescrição, dentre outros. Segundo ele, o alumínio tem valor agregado na indústria farmacêutica por ser um metal seguro, que vem da natureza, tem baixo desperdício na produção, além de consumir pouca energia e ser uma opção mais sustentável. Ander também destacou que o metal permite diversas possibilidades de estilo no design, dialogando mais com o consumidor. “Dos 44 quilos por tonelada de folhas para mercado flexível, entre 10 e 15% são destinados ao mercado farmacêutico – mercado que vem numa crescente”, frisou.