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Projeto revoluciona fabricação de moldes de alumínio na indústria automobilística

Iniciativa do Senai Cimatec, no âmbito do programa Mover e com apoio da Fundep, demonstra viabilidade e vantagens do uso de alumínio na produção de moldes, abrindo caminho para maior eficiência e redução de custos na indústria automotiva

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Senai Cimatec), dentro do programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), administrado pela Fundação de Apoio à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG – Fundep), desenvolveu o Demonstrador de Molde de Alumínio para Alta Produção (Demalap), projeto que busca trazer mudanças significativas para a indústria automotiva brasileira.

O Demalap pretende provar que é possível usar ligas de alumínio na produção de moldes para injeção de termoplásticos. Essa proposta representa uma mudança em relação à prática tradicional de usar aço, uma vez que o alumínio possui alta condutividade térmica, permitindo que o molde e a peça resfriem mais rapidamente, o que aumenta a produtividade.

Além disso, a pesquisa mostrou que o molde de alumínio leva 124 horas para ser fabricado, enquanto o de aço leva 209 horas. Os custos de produção do molde de alumínio são de R$ 32,5 mil, enquanto os do molde de aço são de R$ 40 mil. O tempo do ciclo de injeção também foi reduzido em cerca de 15%.

As empresas parceiras – Engineering Simulation and Scientific Software (ESSS), Moldit Brasil, Open Mind Brasil, Union Moldes, Ford, SMRC e Renault – trouxeram expertise em diversas áreas do projeto, desde o desenvolvimento de moldes e softwares de simulação, passando pela realização dos processos de injeção, até o fornecimento de materiais.

Valter Estevão Beal, coordenador-geral do projeto do Senai Cimatec, aponta que, apesar dos resultados positivos da pesquisa, a indústria automotiva brasileira ainda resiste a adotar moldes de alumínio devido a preocupações com a durabilidade. Beal sugere que, para componentes não visíveis, como partes internas de painéis, o alumínio pode ser uma opção vantajosa, mesmo com a vida útil da superfície do molde inferior à do aço.

“A expectativa é que mais empresas compreendam os benefícios do uso de moldes de alumínio e que as ferramentarias adotem essa tecnologia, uma vez que o projeto também se propõe a disseminar o conhecimento gerado por meio de cursos online, workshops e publicações”, afirma.

As próximas ações do projeto Demalap incluem:

  • Realizar estudos com diferentes geometrias de moldes com o intuito de validar a eficácia do alumínio em diversas aplicações;
  • Continuar a colaboração com as empresas envolvidas para promover a troca de informações;
  • Investigar tratamentos superficiais e acabamentos a fim de aumentar a durabilidade e aplicabilidade dos moldes de alumínio;
  • Expandir a pesquisa com o propósito de convencer outras empresas a adotarem os moldes;
  • E divulgar amplamente os resultados do projeto para incentivar mais pesquisas em diferentes níveis de maturidade tecnológica.

Foto: Divulgação Senai Cimatec

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